CIRCO
FOTOS: MARGARIDA REBELO
E S P E C I A L C U LT U R A
Momo. O museu na Lousã onde o circo deixou de ser itinerante para afirmar a sua história
FL ÁVIA BRITO
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Nos arredores da vila da Lousã, na antiga escola primária da Foz do Arouce, nasceu, em 2019, o Momo. Este museu do circo é o concretizar do sonho de um palhaço alemão, que se apaixonou por aquela região, e que, ao lado de uma atriz portuguesa, criou um espaço de vida e memória que procura dignificar as artes circenses – um património, para Detlef Schaff e Eva Cabral, muitas vezes, marginalizado. Palhaços, ilusionistas, malabaristas… aqui só não se recordam “os homens cinzentos.” Na antiga escola, encontram-se agora peças que chegaram um pouco de todo o mundo. Os objetos que ajudam a contar a história desta arte já estavam a ser colecionados por Detlef Schaff,
fundador da Companhia Marimbondo, há mais de 30 anos, e muitos foram doados. Chapéus, instrumentos musicais, bolas, rodas de equilíbrio, roupas e documentos diversos ocupam as várias salas de exposição deste museu, que pretende ser um local de memória, mas também um “um projeto vivo” promotor da disseminação das artes. “Momo foi a Deusa da Sátira na Grécia”, conta Detlef, sobre um dos motivos que levou à escolha daquele nome. “Da sátira e da poesia, não é verdade? Tinha uma particularidade, porque dizia tudo o que lhe passava pela cabeça”, interrompe Eva Cabral. “Os romanos pegaram nesta Momo, que era uma mulher, misturaram com outro deus que já havia – parece assim uma história transgénero da
(Texto escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)