E S P E C I A L C U LT U R A
PERFIL
António Avelar de Pinho
Um percurso “Bem Bom” a marcar gerações
António Avelar de Pinho marcou e encantou gerações com a sua música, letras, livros e produções musicais, mas nem por isso assumiu um estatuto de estrela ou vedeta. Poucos sabem, mas há o seu “dedo” em obras das Doce, Rui Veloso, Lara Li, Gabriela Schaaf, José Cid, Heróis do Mar, Dina, Rão Kyao, Táxi, Rita Guerra ou Tonicha, entre outros, em rábulas de Herman José, no famoso Fungagá da Bicharada, de José Barata Moura, ou no Avô Cantigas. Nasceu no Entroncamento, a 27 de Maio de 1947, onde fez o ensino primário, até ter sido enviado para o Colégio Militar, em Lisboa, de que não gostou.
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RICARDO DAVID LOPES
Também passou pelo Instituto Superior Técnico, onde não terminou engenharia, mas nem por isso deixou de ‘projectar’ e construir obras com bases sólidas no imaginário colectivo português. O seu percurso artístico começa oficialmente em 1968, quando, com João Carvalho, José Parracho, Luís Linhares, Júlio Patrocínio e Antunes da Silva, funda a banda Filarmónica
Fraude, que lançou um único LP, Epopeia, no ano seguinte, e fica para a história como o primeiro disco de ‘rock’ luso com letras que Avelar de Pinho escreveu – anos antes do “Chico Fininho”, de Rui Veloso, cujo primeiro álbum produziu – “Ar de Rock”. Com Nuno Rodrigues, funda, em 1973, a Banda do Casaco, de que também foi vocalista ocasional, a par de compositor e produtor, e onde permanece até ao início dos anos 80, quando, já a trabalhar na Valentim de Carvalho, de novo em equipa com Nuno Rodrigues, no Departamento Nacional de Artistas e Repertório, escreve ou produz para António Mourão, Concha, Gabriela Schaaf, José Campos e Sousa, Lara