ECONOMICS combate às mudanças climáticas como um elemento decisivo na ação empresarial, urgindo os CEO´s a definirem para as suas empresas uma estratégia de obtenção da neutralidade carbónica e, em simultâneo, criarem um conjunto de métricas para se ir avaliando o respetivo progresso nesse objetivo. Em agosto 2019, 181 CEO’s das maiores empresas norte-americanas subscreveram um manifesto que redefine o propósito da empresa transportando-o de uma centralidade focada na remuneração dos acionistas para uma dimensão ‘multi-stakeholder’, que se focaliza em novos objetivos como a entrega de valor aos clientes, o investimento nos colaboradores, o tratamento justo e ético dos fornecedores e o apoio às comunidades onde a empresa opera. (Figura 1) A União Europeia tem em consulta pública um conjunto de iniciativas de fomento de uma ‘corporate governance’ sustentável que irão provavelmente ditar, entre outros aspetos, o alargamento dos deveres dos administradores (passando a incluir deveres de zelo pelos interesses dos diferentes ‘stakeholders’) e o reporte obrigatório de evidência de ‘due diligence’ relativamente ao respeito pelos direitos humanos e impacto ambiental nas operações da empresa e na sua cadeia de abastecimento. Esta nova realidade de valorização dos diferentes ‘stakeholders’ tem importantes implicações ao nível da ‘governance’. Sublinham-se três, em particular. Traz para plano de destaque a necessidade de as empresas definirem, através do seu órgão de topo, o conselho de administração, o seu propósito (‘corporate purpose’) e fazê-lo de um modo suficientemente claro e preciso que possibilite a definição de métricas que avaliem o seu grau de cumprimento e o seu subsequente escrutínio. E, não menos importante, releva a importância de disseminação e consolidação de uma cultura organizacional articulada com o propósito da empresa e que seja um catalisador de
of listed companies and in which he defines the fight against climate change as a key element in corporate action, urging CEO´s to define a strategy for achieving carbon neutrality in their companies and to establish at the same time a number metrics to assess their progress towards that goal. In August 2019, 181 CEO’s of the largest North American companies signed a manifesto that redefines the company’s purpose by shifting from a central role focused on shareholder remuneration to a multi-stakeholder dimension, focused on new objectives such as the delivery of value for the customer, investing in employees, fair and ethical treatment of suppliers and supporting the communities where the company operates. (Figure 1) The European Union is currently submitting to public consultation a number of initiatives to promote sustainable corporate governance which should probably dictate, among other aspects, extending the duties of managers (including as of now the duty to look after the interests of the different stakeholders) and mandatory reporting of due diligence evidence regarding respect for human rights and the environmental impact on the company’s operations and its supply chain. This new reality of valuing the range of stakeholders has major implications in terms of governance. Three, in particular, should be underlined. It brings to the forefront the need for companies to define, through their top bodies, the board of directors, their purpose (‘corporate purpose’) and to do it in a sufficiently clear and precise manner that allows the definition of metrics to assess their level of compliance and subsequent scrutiny. And, not least, it highlights the importance of disseminating and consolidating an organizational culture that is articulated with the purpose of the company and which could become a catalyst for motivation and
FIGURA 1 | FIGURE 1
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