Revista E-Commerce Brasil - edição 74

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CHATGPT E E-COMMERCE

Como a ferramenta de IA pode impactar o setor sem prejudicá-lo?

A IMPORTÂNCIA DOS ELETROELETRÔNICOS PARA O E-COMMERCE

A jornada de compras dos produtos pode ser mais atrativa, ajudando a recuperar o crescimento desse mercado

DE ONDE VEM O CAFÉ DE TODO SANTO DIA?

Até chegar ao consumidor, o café passa por um processo complexo que envolve transformação digital

BRASIL R$ 34,00 Ano 13 Edição 74 | Abril 2023 www.ecommercebrasil.com.br
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Confesso a você que estou escrevendo este editorial ouvindo um tudun (à la Netflix) e me questionando: como assim, passamos do meio do ano?! Alô, tempo, o que está acontecendo com a sua velocidade? Como foi o seu primeiro trimestre? Me conte.

A ansiedade nas últimas duas décadas tem sido sobre robôs e automação. E é verdade que muitos trabalhos rotineiros e pouco qualificados foram eliminados de forma automatizada. O que também é verdade é que novos empregos, novamente, preencheram o vazio. Na matéria de capa desta edição, falamos sobre a IA que movimentou as conversas nesses primeiros meses do ano: o ChatGPT.

Em muitos textos, a pergunta era: a inteligência artificial vai acabar com quais empregos? A realidade é que as tecnologias disruptivas causam instabilidade no emprego apenas por curtos períodos. O mercado se reorganiza nitidamente em torno da inovação, e o crescimento das oportunidades aumenta a partir daí. Mais difícil de imaginar, no entanto, é quantos empregos a inteligência artificial criará - bem como os diferentes tipos de novas posições no mercado. Em outras palavras, a tecnologia disruptiva resulta em demanda por coisas que nem ao menos sabíamos que queríamos.

A coluna do Felipe Mendes nos lembra que os produtos eletroeletrônicos ocupam uma parcela importante no varejo online, liderando o faturamento do canal em vários países do mundo. É um segmento de compra assistida e de ciclo longo, mas que encontrou no e-commerce um aliado em função de permitir uma jornada com mais conhecimento para o consumidor. Como a venda dessa categoria poderá ser influenciada pelo ChatGPT? Ele já recebeu recomendações muito claras, organizadas e “com autoridade” ao digitar “qual melhor televisão para uma sala de três metros, que também precisa ser usada para gaming?”. A resposta você verá ao longo do texto.

A coluna do Anthony Long trata nesta edição do e-commerce que tem assinatura (produtos, serviços). De acordo com pesquisa da UnivDatos, o mercado global de assinaturas de e-commerce deve atingir R$ 13,56 trilhões (US$ 2,64 trilhões) até 2028. Uma compra que eu e você fazemos mensalmente sem nem perceber. A reflexão que ele propõe é: em vez de buscar a invisibilidade na experiência do consumidor, a assinatura também não pode conquistar um lugar para sua marca nos corações e nas mentes de seus consumidores?

Te desejo uma boa leitura!!

2023 | E-COMMERCE BRASIL | 03 // EDITORIAL
Brasil

#Edição74 | Abril 2023

EXPEDIENTE

PUBLISHER

Rafael Ribeiro

DIREÇÃO DE ARTE / DIAGRAMAÇÃO

Fabio Lody

JORNALISTA RESPONSÁVEL

Júlia Rondinelli

COLABORADORES

Anthony Long, Carolina da Silva Freitas, Eduardo Bragança, Erick Melo, Felipe Mendes, Lucas Maranho, Pedro Ivo Martins Brandão, Pedro Padis, Rafael Ataide, Ralf Germer, Rodrigo Noal e Vinicius Guimarães de Andrade.

JÚLIA RONDINELLI

Editora

NATHÁLIA TOREZANI

Editora

DINALVA FERNANDES

Jornalista

Rafael Ribeiro, Samuel Gonsales, Vivianne Vilela

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GIULIANO GONÇALVES

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Jornalista

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THAIS RODRIGUES

Coordenadora de Produção

04 | E-COMMERCE BRASIL | 2023
//CORPO
04 | E-COMMERCE BRASIL | 2022
EDITORIAL

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08.

Thais Nicolau, diretora de Marca Latam do Mercado Livre

CHATGPT E E-COMMERCE DÃO MATCH?

12.

Indicadores sobre clientes: veja o maior benchmarking do segmento de moda já produzido

E-commerce B2C e B2B: quais principais frentes acompanhar no seu negócio?

Assinaturas: é hora de pensar em novos formatos

Por trás do café de cada dia: da fazenda até o e-commerce

Eletroeletrônicos: novas jornadas de compra, novas oportunidades de lucro

A economia da recorrência como um motor para a retenção de clientes

O papel do rastreio de encomendas diante do imediatismo do consumidor digital

Importância da métrica NPS em relacionamentos B2B

O novo e-commerce

58.

A mudança de comportamento de busca nas redes sociais e o impacto no varejo

Entender o consumidor em tempo real é fator-chave para o sucesso de um e-commerce

Dicas de leitura

Por que não é inteligente dizer que o SEO vai morrer?

06 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //CONTEÚDO
ENTREVISTA BENCHMARKING LEITURA EM DIA 60. DROPS DO MERCADO 36. TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS 42. NPS 44. PERSONALIZAÇÃO 54. NOS BASTIDORES DO E-COMMERCE
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24. REDES SOCIAIS
Ano
32. SEO 34. B2C E B2B 46. FUTURE SHOPPING 52. RECORRÊNCIA 20. RASTREIO 16. CASE

ALÉM DA TV ABERTA: O PODER DA 'ESPIADINHA' NO E-COMMERCE

Como novo patrocinador “Big” do BBB 2023, o Mercado Livre busca entender indicadores e leads gerados pelo programa e usa o planejamento para se estabelecer como referência no e-commerce brasileiro

Éprovável que quem começou a acompanhar o Big Brother Brasil (BBB) nos primórdios, ainda quando somente anônimos participavam do programa, não imaginaria a potência comercial que ele se tornaria. Se antes o que contava era uma apresentação interessante no vídeo de inscrição, agora o show conta com a análise de redes sociais e a entrada de celebridades na equação. Saindo de pautas e debates proporcionados por acontecimentos dentro da casa mais vigiada do Brasil, a divulgação de marcas tornou-se parte da experiência fora dela. Mais do que isso, essa dinâmica transformou o BBB no que é atualmente.

Há três edições como uma das principais patrocinadoras do programa, a Americanas decidiu, após o rombo bilionário descoberto

em janeiro, encerrar a parceria em 2023. A ação, por sua vez, deixou a "cota Big", maior do BBB (avaliada em R$ 105 milhões), disponível. Nesse cenário, surge o Mercado Livre, empresa já conhecida no país e que, de forma rápida, decide ser a maior patrocinadora da edição 2023 do BBB.

Tal qual uma entrega no mesmo dia, fator que se fortalece como marca registrada do Mercado Livre, a decisão foi rápida e conveniente. Assumir o desafio de ser a principal patrocinadora do BBB 23 pareceu, de acordo com Thais Nicolau, diretora de Marca Latam da companhia no Brasil, uma oportunidade importante para estabelecer a marca e o e-commerce no Brasil.

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//ENTREVISTA

Mais do que audiência e alinhamento com o programa, a executiva cita uma missão ímpar de conectar o Mercado Livre com novos públicos. A construção de marca e o aumento da visibilidade seriam, por consequência, as cerejas desse bolo de grandes fatias. Thais foi a entrevistada desta edição da Revista E-Commerce Brasil, aproveitando o destaque abrangente da marca em rede nacional.

Aqui, a executiva listou quantas ações o Mercado Livre disponibilizou para BBB deste ano, possibilidades para manter a parceria no futuro e os frutos colhidos até o momen-

to. A "espiadinha" nas respostas abaixo pode valer a pena.

E-Commerce Brasil: Quais foram os principais motivos para encarar o desafio de patrocinar o BBB? O programa trouxe um alcance ainda maior à marca?

Nicolau: Quando surgiu a oportunidade, vimos um alinhamento muito grande entre as marcas (BBB e Mercado Livre), já que ambas chegam a milhões de casas todos os dias. Dessa forma, surgiu a oportunidade de levar esse DNA para mais uma casa, mas dessa vez a mais vigiada do Brasil. Para nós,

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existe um forte potencial de amplificar o propósito do Mercado Livre, que é democratizar o comércio. Além disso, é um dos programas de maior audiência da TV aberta, oportunidade para reforçar a conexão com públicos conhecidos e, principalmente, com pessoas que nunca tenham realizado uma compra no e-commerce ou no próprio Mercado Livre. A parceria permite, então, que falemos abertamente com esses e outros perfis durante quatro meses. Ao todo, foram sete ações como patrocinador da cota Big.

Todas as mensagens da marca estiveram na narrativa do programa nesse período, ajudando na construção de visibilidade. Por outro lado, os resultados até o momento dessa empreitada também são vistos nas vendas na plataforma. Em média, o aumento do GMV (Gross merchandise volume), ou seja, valor total das mercadorias vendidas, chegou a 100% durante o horário de pico do programa. O consumo de cupons e utilização de QR codes também está maior. Por isso, é possível dizer que as ações com o BBB 23 fortalecem duas das principais alavancas do Mercado Livre: construção de marca e geração de vendas.

A cada programa e ação que são finalizados dentro da casa, é possível mensurar um aumento gradativo dos resultados e feedbacks. As histórias evoluem a cada dia e a parceria funciona da mesma forma. Ainda há uma possibilidade imensa de crescimento do e-commerce no Brasil, com uma série de pessoas a serem impactadas. Para o Mercado Livre, existe uma oportunidade de aumentar a frequência de compra dos usuários que já nos conhecem. O trabalho de social media também é um ponto positivo com a parceria, percebendo como os consumidores observam a marca e o que esperam dela no BBB deste ano.

ECBR: Este é o principal investimento em marketing do Mercado Livre em sua história (R$ 105 milhões, se não me engano). Por que destinar esse valor para o programa nesse momento específico?

Nicolau: É o maior investimento na história do Mercado Livre e faz parte da nossa estratégia, crescendo tanto na forma como nos enxergam quanto em vendas. Por causa da audiência, ao surgir a oportunidade, de fato, patrocinar o BBB fez muito sentido para nós. Apesar disso, não com a mesma magnitude do programa, nós já trabalhávamos com parcerias, e o filtro de avaliação sempre vai colocar em questão, principalmente, se faz sentido para a marca, se conversa com nossos objetivos e qual o retorno esperado a partir do valor do investimento. No caso do BBB, novamente, acreditamos na grande visibilidade trazida e buscamos dar continuidade à parceria com uma estratégia de mídia também integrada.

Existem outros programas patrocinados pelo Mercado Livre, incluindo Caldeirão e o canal do youtuber Casimiro Miguel. Isso mostra que estamos, a todo momento, buscando momentos de visibilidade para manter o engajamento e conexões com os consumidores.

ECBR: Quais os principais leads gerados a partir do BBB 23 de acordo com as primeiras ações do Mercado Livre?

Nicolau: Apesar de não poder abrir com vocês, temos KPIs, ou seja, indicadores-chave de desempenho, bem claros para o acordo com o BBB 23. Em termos de marca e negócios, existem objetivos divididos entre usuários únicos e novos na plataforma. Acompanhamos com muito cuidado esses dados, até porque temos o benefício de capturar os leads rapidamente e quase em tempo real. Por outro lado, podemos

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//ENTREVISTA

impactar as pessoas de muitas formas, não só com a audiência do programa.

Um exemplo são os QR codes que aparecem no programa durante a explicação do apresentador Tadeu Schmidt sobre a ação da marca. Outros formatos que podemos incluir nesse hall de estratégias são nossa landing page com produtos relacionados ao BBB e índices de social media. Em todos os casos, vemos crescimento com os usuários, recorrentes ou novatos.

ECBR: O que se espera da repercussão da parceria até o final do programa?

Nicolau: Estamos vivendo o hoje e o BBB de agora. Somos novatos no programa e estamos aprendendo muito, entendendo o comportamento de vendas e de buscas da marca. Além disso, analisamos como o show reverbera na construção da marca Mercado Livre. Por essas questões, não temos ainda esse tipo de indicador. O que consigo garantir é o desejo enorme que temos de, ao final desta edição, nossa marca ser uma das mais lembradas, com engajamento e menções dos consumidores.

ECBR: Com o que foi visto e colhido de resultado até o momento, como o Meli classifica a parceria com o BBB? Existe interesse em retornar ao reality no próximo ano?

Nicolau: A parceria com o BBB é bastante benéfica e positiva. Queremos seguir com a geração de conversas e visibilidade à marca, seja na TV aberta ou no digital. Acompanhamos cada passo e estamos vivendo cada dia dessa experiência. Fomos um dos últimos a entrar no programa, o que demandou uma reorganização em termos de calendário e times, visando a uma dedicação especial.

Até o momento, nossas mensagens principais de envio rápido, mercadoria com

qualidade e variedade foram passadas. A essa altura, ainda acho cedo para falarmos em renovação. Vamos avaliar o legado da edição de 2023 e, a partir disso, decidir se continuaremos ou não para o próximo ano.

ECBR: Para o futuro, o que o Mercado Livre quer fazer para continuar divulgando sua marca no Brasil?

Nicolau: Queremos que as pessoas percebam o Mercado Livre como uma marca próxima, tanto pelo serviço ágil oferecido quanto pela comunicação com as pessoas. É, de fato, mostrar que somos mais do que um e-commerce.

ECBR: Para o e-commerce de forma geral, qual o impacto de uma marca do segmento estar em rede nacional para milhões de pessoas?

Nicolau: Existe uma grande oportunidade de penetração do e-commerce no Brasil. Se as pessoas puderem experimentar sua primeira compra no Mercado Livre, com certeza ficaremos mais felizes ainda. Então, com certeza, trazer visibilidade à marca é o principal impacto com tudo isso que estamos vivendo no primeiro semestre de 2023.

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INDICADORES SOBRE

CLIENTES:

VEJA

O MAIOR

BENCHMARKING DO SEGMENTO DE MODA JÁ PRODUZIDO

Por que os indicadores sobre clientes não são discutidos na maioria das empresas de varejo?

Essa foi a questão que nos motivou a criar o Clienting Index, uma pesquisa com benchmarks para que as empresas possam, de fato, passar a adotar, em um nível estratégico, indicadores alinhados ao conceito de Customer Centricity.

A primeira edição do Clienting Index reuniu dados de 140 marcas do segmento de varejo de moda, incluindo vestuário, calçados e acessórios, com atuação no Brasil. Foram

investigados os dados de 47,8 milhões de clientes, que somam 111,7 milhões de compras e R$ 31,7 bilhões em receita.

A seguir, nós vamos apresentar os seis indicadores analisados. Nós acreditamos que todos devem ser sempre acompanhados nas reuniões de diretoria e de conselho das empresas.

Qualidade de cadastros de clientes

O primeiro índice analisado foi o da qualidade de cadastros. Importante esclarecer que, para fazer essa análise, nós consideramos

PEDRO IVO MARTINS BRANDÃO

Sócio e Chief Revenue Officer (CRO) na Dito CRM

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somente consumidores identificados com CPF, que cadastraram corretamente o telefone e o e-mail.

A partir disso, foi gerado o gráfico a seguir:

alta qualidade dos cadastros expandiram a receita influenciada.

Recompra

A “recompra” diz respeito aos clientes que compraram no período analisado e que já tinham compras históricas registradas. Confira os resultados encontrados:

Conforme indicado abaixo das barras verdes, observe que analisamos dados de 2019 a 2022. Nota-se que de 2019 para 2020 houve uma melhora no percentual de cadastros completos. Isso aconteceu, principalmente, devido à influência da pandemia da Covid-19.

Uma vez que os clientes passaram a comprar pelos canais virtuais, nos quais estão os formulários de preenchimento obrigatório, a qualidade dos cadastros melhorou. Afinal, ninguém quer deixar de receber um pedido por causa de um dado preenchido errado, concorda?

Apesar da expectativa otimista criada com essa evolução, infelizmente, em 2021, com as flexibilizações de circulação, a qualidade dos cadastros voltou a piorar.

Regressando ao ambiente de loja física, na qual nem sempre o vendedor preenche a ficha do cliente de forma certeira, o percentual de cadastros válidos chegou a 2022 num patamar inferior ao que era visto em 2019. Já as marcas varejistas que mantiveram a

A oscilação positiva entre 2019 e 2022 carrega algumas possíveis explicações. Entretanto, a mais óbvia é que, enfim, o varejo de moda está compreendendo que fidelizar é mais barato do que atrair.

No Clienting Index, foi descoberto ainda que de 2020 para 2021 as dez marcas que obtiveram os melhores resultados de recompra não tiveram queda em 2021.

Recompra - Receita

Depois de olharmos para a taxa de recompra pelo viés das pessoas, é necessário entender qual a receita gerada por elas. Com exceção de 2021, mais de 60% da receita das marcas do varejo de moda foi oriunda da recompra.

É crucial evidenciar que marcas que conseguem ter a maior parte de sua receita gerada por recompra, geralmente, possuem uma “máquina” com investimentos mais otimizados.

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Pedro Ivo Martins Brandão é sócio e Chief Revenue Officer (CRO) na Dito CRM. É professor de pós-graduação na Fundação Dom Cabral e formado em Comunicação, com Especialização em Gestão Estratégica e Mestrado em Ciências Sociais.

Frequência de compras

A intenção desse índice foi descobrir qual é o número médio de compras por consumidor único durante o ano.

Em 2020, pico da pandemia, tivemos a maior frequência de compras dos consumidores únicos (1,58), sendo que o número caiu nos anos seguintes e atingiu, em 2022, um patamar inferior ao de 2019 (1,45).

A distância entre as marcas com maior frequência vem aumentando em relação às piores, com adoção de estratégias para encurtar o intervalo entre compras (recência).

Gasto anual por cliente

Para mensurar o gasto anual por cliente, usamos uma fórmula. E a partir dela, construímos este gráfico:

Marcas com maior maturidade em retenção de clientes estão conseguindo manter o crescimento do gasto anual por cliente,

fluenciando cada vez mais na receita das marcas do varejo de moda.

O que achou do Clienting Index? Até breve!

independentemente de fatores externos.

Receita influenciada por CRM

Feito o cálculo, a partir de uma fórmula para calcular a influência do CRM na receita, chegamos ao gráfico a seguir:

Com base no desempenho de 2019 a 2022, fica explícito que as campanhas de marketing realizadas por meio do CRM estão in-

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POR TRÁS DO CAFÉ DE CADA DIA: DA FAZENDA ATÉ O E-COMMERCE

Um dos hábitos alimentares mais importantes para os brasileiros passa por um processo complexo antes de chegar ao consumidor e tem tudo a ver com transformação digital

Por Júlia Rondinelli, da Redação do E-Commerce Brasil

De onde vem o café de todo santo dia? Se não temos contato nenhum com qualquer etapa da produçãocomo desconfio ser o caso da maior parte dos leitores da Revista E-Commerce Brasil, assim como é o meu - para responder essa pergunta, é fácil imaginar uma fazenda longínqua, um campo verde sob o sol com colheitadeiras gigantes trabalhando como em uma chamada do Globo Rural. Mas a verdade é que o caminho do café até a nossa mesa é complexo e cada vez mais digital.

Para o case desta edição, entrevistamos Marcelo Moscofian, CEO da Santa Mônica, produtora de café brasileira que não só abraçou a venda online como aplicou a transformação (não só digital) em todos os seus processos: da bactéria que substitui o adubo químico nos pés da plantação até a experiência aromática de quem compra no e-commerce.

Mas antes de falarmos deles, de onde veio o café?

Senta que lá vem história

De maneira bem resumida, a origem do consumo de café é atribuída ao continente africano e, segundo as crenças populares, só aconteceu após um pastor de cabras do território que hoje é conhecido como Etiópia perceber uma mudança no comportamento dos animais que ingeriam os frutos amarelo-avermelhados de alguns arbustos abundantes no campo. A história ficou conhecida como Lenda de Kaldi, nome do pastor, e foi registrada em manuscritos no Iêmen em 575 d.C.

Verdadeira ou não, a lenda é um sinal da sutileza dos comportamentos humanos: oras, se as cabrinhas ficavam felizes e energizadas ao consumir as frutas do pé de café, por que as pessoas não transformariam essa experiência em um verdadeiro ritual cotidiano? Outros registros históricos apontam que o consumo das frutas ou folhas dos arbustos do café começou a se espalhar nessa mesma época em todo o território da Etiópia, além de ter sido incorporado a refeições, chás e bebidas alcoólicas.

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A difusão e o consumo como conhecemos hoje ainda levariam muitas centenas de anos para chegarem às nossas mesas, mas podemos agradecer aos povos árabes pelo domínio das técnicas de plantio e preparo da bebida, ainda apenas uma infusão, que passou a ser chamada de Kahwah ou Cahue, que significa “força”. A partir do século XIV, foram desenvolvidas as técnicas de torrefação, e o café ganhou popularidade em alguns círculos sociais graças, principalmente, ao papel fundamental que desempenhou nos hábitos alimentares e sociais da Turquia. Na Europa, passou a ser tratado como especiaria e artigo de luxo, rendendo até uma composição de Johann Sebastian Bach, em 1732.

Durante o Iluminismo (século XVII), as cafeterias foram abrigo de discussões políticas, sociais e culturais por toda a Europa. Com a chegada da Revolução Industrial (século XIX), já havia protótipos de máquinas de café, e a Itália virou referência nas técnicas de produção e preparo, muitas delas essenciais até hoje.

Nesse meio tempo, os holandeses foram os maiores responsáveis pela disseminação do café pelo mundo durante as navegações e negociações coloniais. No Brasil, finalmente, acredita-se que o café tenha chegado em 1727, trazido de maneira clandestina por Francisco de Melo Palhete, um bandeirante a serviço da Coroa portuguesa.

Muitos anos depois, na terra em que tudo brota, o café deu início a um novo ciclo econômico, chamado de “ouro negro” por suprir a dificuldade de encontrar ouro de verdade nas minas brasileiras e pela exaustão da cultura do açúcar, o que afligia a colonização portuguesa. A cultura do café não só mudou o jogo para Portugal como foi decisiva para a manutenção do Primeiro Reinado no Brasil.

Ótimo, o que isso tem a ver com a Santa Mônica?

Onde nossos protagonistas entram em cena

A produção da Santa Mônica está bem longe dos modelos tradicionais. Marcelo conta que, além de garantir café de primeira qualidade aos brasileiros, os processos da empresa são pensados com responsabilidade social e ambiental, com técnicas seguras.

A empresa foi criada em 1985, mas sua história começa muito antes disso. Arthur Moscofian Junior, fundador e idealizador da Santa Maria, estudou o café no Brasil e no exterior antes de decidir que havia espaço no mercado nacional para uma experiência mais completa no consumo dessa bebida já tão apreciada. Como herança dos tempos coloniais, o Brasil exporta a maior parte das melhores produções, algo que não fazia sentido para o produtor.

O objetivo principal do empreendimento passou a ser oferecer aos brasileiros uma experiência premium com um produto 100% nacional, feito com grãos arábica e usando o melhor da tecnologia para promover um cultivo mais sustentável. Marcelo explica ainda que a ideia de “premium” não deve ser confundida com inacessível, ou até mesmo elitizada, mas sim como a qualidade ideal que faltava no mercado.

Da padaria ao e-commerce

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Foto: Divulgação

Para Marcelo, é um diferencial que as estratégias da empresa tenham sempre sido planejadas com os pés no chão. Durante anos, a produtora se consolidou como uma empresa B2B, pois, por mais que seus clientes fossem sim os consumidores finais, vendia primordialmente para cafeterias, restaurantes e padarias dispostos a entregar uma experiência mais atrativa ao "cafezinho" depois do almoço.

O product placement, ou seja, a conquista de mercado através do renome nesses espaços, ajudou a empresa a traçar planos B2C e ir além do food service: havia espaço para uma demanda reprimida pelas marcas tradicionais no mercado, e os cafés da Santa Mônica começaram a ser vendidos em alguns estabelecimentos físicos a partir de 2015, porém ainda de forma bastante nichada.

Do empório para o e-commerce é um grande salto, mas em 2019 a empresa começou a arriscar vendas pela Amazon e pela loja própria. Mesmo que as vendas fossem pequenas, era um indicativo saudável de que havia procura. “Se 1% das vendas vinham do online nessa época, era muito e era aquela venda para um fã da marca que não tinha encontrado o produto em outro lugar”, explica Marcelo.

A virada da chave

A virada da chave para a empresa foi, assim como para o resto do mundo, a crise sem precedentes gerada pela pandemia em março de 2020. Por mais que o e-commerce e a estratégia digital já estivessem bem encaminhados, os fãs, os consumidores normais e até quem não conhecia a marca se viram longe do cafezinho gourmet pós-almoço sagrado de todos os dias.

Com o aumento da demanda, a empresa precisou trocar a plataforma e rever rapi-

damente suas estratégias. Já no ambiente digital, deparou-se com um público disposto a experimentar e até a defender novas marcas quando agraciado com experiências positivas.

Se já havia no mercado brasileiro uma demanda reprimida, a pandemia facilitou a transição do food service no universo do café para o home made. As pessoas sempre fizeram café em casa, mas sentiam falta da experiência física dos estabelecimentos comerciais. As vendas online ajudaram a diminuir a sensação de que algo estava sendo perdido. Vale lembrar: 2020 e 2021 foram anos em que, devido ao isolamento social, as pessoas se permitiram algumas indulgências, passaram a valorizar o conforto doméstico e literalmente viraram uma chave no padrão de consumo.

“Além disso, vimos um gradativo aumento de preços no mercado brasileiro, então se o consumidor médio já estava pagando mais caro no café tradicional, por que não pagar um pouquinho a mais em um café de melhor qualidade, se isso faz diferença na experiência?”, argumenta Marcelo.

Um universo de oportunidades

De lá para cá, a empresa se vê abraçando as colaborações, parcerias, novos produtos e oportunidades para experiências imersivas, que vão desde cápsulas de café até a oportunidade de visitar a fazenda onde tudo começou, em Machado, sul de Minas Gerais.

Marcelo explica ainda que agora que já estão bastante inseridos no ambiente digital e que as vendas online ganham um tracionamento mais relevante para as contas da empresa, estudam-se ainda novas formas de negócios. Em nossa conversa, ele falou de oportunidades envolvendo o quick commerce, melhorar a experiência do last mile

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e até mesmo exportações e planos para um programa de afiliados em breve.

Outra grande vantagem do ambiente digital foi a construção de um relacionamento quase didático com o consumidor final, em grande parte facilitado pelas ferramentas de comunicação, como o WhatsApp e as lives nas redes sociais. “Pelo online, é possível se conectar com mais informações com o consumidor e criar uma proximidade pelo conteúdo sobre café”, ele completa.

A cultura do café

A “cultura do café” quer dizer muita coisa: plantações, hábitos de consumo social e elemento de identidade e distinção em um ou mais grupos de pessoas. No caso do café, tudo isso é verdadeiro. Existe um papel social por trás do plantio no Brasil, que envolve uso da terra, da mão de obra e o destino dos produtos.

Para a cadeia produtiva da Santa Mônica, existe ainda outro significado a ser atribuído: a responsabilidade. No processo, existe um olhar dedicado aos pequenos produtores e ao compromisso em gerar treinamento e conhecimento para as famílias empregadas na colheita do café. “Para produzir café de qualidade, é preciso estar em harmonia com o ambiente”, avisa o executivo, uma vez que a produção é 100% natural, sem uso de adubo químico e emprega tecnologia e ciência de ponta para a proteção do solo.

A fazenda usa bactérias que substituem o adubo químico na absorção de nutrientes nos pés dos arbustos. “Tudo vem do Brasil, inclusive a bactéria estudada e desenvolvida em São Carlos. Os adubos químicos e os agrotóxicos não são tão eficientes e não permitem que as moléculas grandes de nitrogênio entrem nas raízes. A bactéria,

além de substituí-los, faz esse trabalho sem prejudicar o solo”.

Do Brasil para o mundo

Mesmo que não tenha começado aqui, a produção do café no Brasil é uma das mais importantes no mundo. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o Brasil é responsável por um terço de todo o café produzido no mundo, invicto em um pódio de maior produtor do mercado mundial há mais de 150 anos. Além disso, é o segundo maior consumidor da bebida. Para se ter ideia, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) mostram que a safra de 2019/2020 foi de 63,08 milhões de sacas, 27,9% mais do que a safra anterior.

Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) fornecidos pelo Governo Federal mostram que a cafeicultura brasileira é uma das mais exigentes no mundo, justamente pelas questões sociais e ambientais tão importantes para a Santa Mônica. Estima-se que a produção do café empregue mais de oito milhões de brasileiros. Ainda de acordo com a ABIC, Minas Gerais é o estado que mais produz café no Brasil (cerca de 50%), com destaque para o café arábica.

Boa parte desse café, no entanto, não fica no Brasil, como mostra o relatório estatístico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Isso não é necessariamente algo ruim, uma vez que a exportação de café bateu recorde de US$ 9,233 bilhões em receita cambial em 2022, 16,9% a mais do que o registrado na safra anterior. Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e Japão são os principais consumidores.

Com um mercado interno cada vez mais consciente da qualidade do café nacional e com as exportações aquecidas, a cultura do café ainda tem muita história pela frente.

2023 | E-COMMERCE BRASIL | 19
Foto: Divulgação

O PAPEL DO RASTREIO DE ENCOMENDAS DIANTE DO IMEDIATISMO DO CONSUMIDOR DIGITAL

Omercado de e-commerce evoluiu muito nos últimos anos. O momento atual é de amadurecimento e buscar lucratividade, o que para a maioria das empresas tem significado dar maior atenção aos detalhes, municiar seus processos com tecnologia e tornar a operação omnichannel.

O consumidor digitalizado e imediatista já se acostumou com a jornada de compra online, que é rápida e intuitiva, na qual ele consegue comprar praticamente qualquer coisa, em qualquer lugar, pelo seu smartphone.

Um ponto importante a se considerar é a diferença entre as dinâmicas de compra

e entrega. A compra é feita em minutos, já a entrega pode levar horas, dias, semanas. É natural que o consumidor se acostume com a facilidade de comprar online, o que contribuirá com a ansiedade para receber a entrega – daí o imediatismo.

Analisamos mais de dois milhões de pedidos feitos em mais de 200 lojas diferentes ao longo de 2022 e constatamos que o consumidor acessa a tela de rastreio em média 60 vezes até que a entrega seja concluída, com um tempo médio de visualização de quatro minutos e 15 segundos. Na maioria das vezes, acessam entre 8h e 12h nas segundas, via smartphone.

EDUARDO BRAGANÇA

Head

20 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //RASTREIO

A entrega é o ponto alto da venda, o momento mais aguardado, e esses dados comprovam o imediatismo dos clientes e a necessidade de receber os produtos logo. Mas também comprovam que o rastreio pode ser uma ferramenta poderosa para as operações de digital.

Disponibilizamos um estudo gratuitamente, caso faça sentido para seu negócio. Acesse no QR code abaixo:

Explorando as estratégias que o rastreio do e-commerce possibilita

Com esses dados em mãos, fica muito claro que o rastreio precisa ser mais bem desenvolvido e aproveitado pelo mercado. Enviar um único e-mail com o código de rastreio gerado pela transportadora não é mais suficiente. É preciso ir além do básico e do trivial.

Centralização de informações para controle de experiência

Começando do começo, quando o lojista envia o código de rastreio da transportadora direto para o cliente, ele perde o controle sobre a experiência do usuário e os dados de acesso. As transportadoras podem utilizar diferentes nomenclaturas e diferentes tipos de dados para filtrar o rastreio, como número da nota e CPF. Tudo isso pode ge-

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Eduardo Bragança é pedadogo e pós-graduado em educação, trabalha com e-commerce e tecnologia desde 2012, tendo atuado como gestor de e-commerce e diversas outras funções. Utiliza a didática e a experiência vivida no chão de estoque para fazer um marketing genuíno, pessoal e verdadeiro.

rar dúvidas nos consumidores e prejudicar a experiência.

O ideal é que o lojista centralize as informações em um só lugar, em seu software de gestão logística, que é o responsável por receber todas as informações e padronizar as nomenclaturas de rastreio. Além disso, o lojista passa a ter o controle sobre quais status serão enviados para o consumidor.

Assim, os status comuns são enviados para o cliente e os status de imprevistos são enviados para o time de SAC, para obter proatividade e economia de tempo e melhorar o relacionamento com o cliente.

Brand awareness

Também é importante destacar que o lojista precisa promover o reconhecimento de marca em toda a jornada de compra: no site, na embalagem do produto e também na tela de rastreio e suas notificações – o que, na maioria das vezes, é negligenciado.

A tela de rastreio é um local ao qual o consumidor está prestando atenção, com uma informação que muito o interessa. Portanto, é um dos poucos locais em que sua marca pode estar presente, sem que seu concorrente esteja lá também.

Logo, é um ótimo local para o cliente visualizar os padrões de identidade visual e atributos da marca.

Estímulo à recompra

Neste último ponto, mas não menos importante, destacamos a possibilidade de adicionar anúncios à tela de rastreio de forma concomitante aos atributos da marca.

Se é um local muito acessado, no qual sua marca já está presente (pelo menos deveria),

você também tem a oportunidade aumentar o índice de recompra de sua empresa com algumas estratégias, como garantia estendida e cross-sell.

Rastreio, um investimento que impacta desde o marketing a operações

As estratégias de rastreio impactam positivamente o e-commerce de forma 360º, desde o marketing/vendas, com as estratégias de recompra, até o time de SAC e logística, com as otimizações no relacionamento com o cliente e na forma de acompanhar os pedidos.

O e-commerce é feito de detalhes, detalhes esses que fornecem diferencial competitivo para o lojista e que muitas vezes passam despercebidos aos olhos dos consumidores, mas são parte integrante de uma estratégia macro, pensada cuidadosamente para fornecer uma experiência de compra que encanta e fideliza.

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A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE BUSCA NAS REDES SOCIAIS

E O IMPACTO NO VAREJO

Éfato: embora o comportamento de consumo sofra alteração a cada geração, essa mudança está cada vez mais rápida e inesperada.

Sem dúvida, a pandemia iniciada entre 2019 e 2020 será para sempre um dos maiores marcos na história do varejo em todo o mundo. No Brasil, não foi diferente. O varejo brasileiro foi impactado com um avanço histórico e impressionante.

Entretanto, as coisas não estagnaram depois que tudo “voltou ao normal”. A aceleração e as mudanças no comportamento do consumidor são constantes. Contamos com diversos fatores externos, mas o lojista brasileiro não pode ficar dependente deles. Por isso,

é importante ser versátil e adaptar-se rapidamente às mudanças.

Como as redes sociais influenciam esse comportamento

Se este artigo fosse escrito há três anos, provavelmente citaríamos que as redes são praticamente um mundo à parte. Porém, elas não são mais descritas assim. As redes sociais ultrapassaram qualquer barreira, não existe mais a divisão entre o mundo real e o mundo online. Justamente por isso, o comportamento de busca e compra é tão impactado.

A relação, que antes era de pertencimento a uma comunidade, passou a ser de neces-

VINICIUS GUIMARÃES DE ANDRADE

Gerente Executivo de Marketing da Tray

24 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //REDES SOCIAIS

sidade. Anos atrás, era legal você ter acesso remoto à internet. Agora, é inimaginável pensar em precisar chegar em casa para acessar a internet.

Tudo se tornou tão automático, ali na palma da mão. A agilidade e a comodidade foram transformadoras. Com elas, a mudança do comportamento de compra foi inevitável. Porém, ele ocorre de forma diferente para cada público.

O novo comportamento de busca e o seu impacto

Se você tiver que procurar um produto para comprar agora, qual canal você utilizaria? Provavelmente, pensou no Google. De fato, esse é um comportamento muito recorrente. Entretanto, pesquisar no Google, na maioria das vezes, significa uma intenção de compra ou análise de preço.

Mas e para conhecer um produto que alguém indicou? Para saber mais sobre a performance e a experiência de diferentes pessoas, qual canal você utilizaria?

O YouTube é frequentemente procurado para reviews. Porém, agora ele não é mais unânime para todos os públicos nessa etapa de compra. O TikTok, por exemplo, tem um potencial impressionante para buscas, principalmente para a geração Z. Isso ocorre porque o TikTok costuma ter um tempo menor de vídeos, o que auxilia usuários que estão procurando um conteúdo mais rápido e/ou desejam assistir à opinião de diferentes pessoas.

Em uma rotina corrida, a melhor opção seria assistir a três vídeos de dez minutos no YouTube, mesmo que em velocidade acelerada, ou a três vídeos de um minuto no TikTok? Para o usuário, essa escolha pode ser feita instintivamente. Otimização de tempo e objetividade do usuário.

Além disso, temos o Instagram. Campeão no consumo de conteúdo, ele também é utilizado por quem deseja saber mais informações sobre algum produto ou serviço.

É importante lembrar que nenhuma rede social ou plataforma de conteúdo cairá no esquecimento. A questão aqui é o comportamento único de cada usuário. Inclusive, a mesma pessoa pode procurar no TikTok, se interessar e procurar mais conteúdos no YouTube. Viu como tudo pode mudar a qualquer momento?

Diversificação de canais de vendas

Por fim, o mais importante é que o varejista esteja em diversos canais. Além do foco nos canais que estão mais presentes no dia a dia de seus clientes e possíveis compradores, as lojas precisam contar com um universo completo de oportunidades.

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Vinicius Guimarães de Andrade é Gerente Executivo de Marketing da Tray, empresa especializada em e-commerce com integração direta com os principais players do Brasil. Possui 12 anos de experiência profissional em marketing na indústria, varejo e serviços, sendo cinco deles dedicados à Tray, onde já atuou como analista e coordenador de marketing e gerente comercial. Além disso, é formado em Administração de Empresas e possui MBA em Marketing e Negócios pela UNIVEM.

CHATGPT E E-COMMERCE DÃO MATCH?

Especialistas analisam como a ferramenta de inteligência artificial pode impactar o setor sem prejudicá-lo

Por Dinalva Fernandes e Giuliano Gonçalves, da Redação do E-Commerce Brasil

Já imaginou pedir uma informação ao computador e obter uma resposta em questão de minutos, apenas com o auxílio de uma inteligência artificial? Para especialistas ouvidos pelo E-Commerce Brasil, o ChatGPT pode, sim, ajudar lojistas de comércio eletrônico, mas, como em quase tudo na vida, há prós e contras. A ferramenta não é essa maravilha toda como tanta gente prega por aí, especialmente no quesito fator humano - este, aliás, já adiantamos: se mantém insubstituível. Mas primeiro: o que é o ChatGPT?

Traduzindo ao pé da letra, ChatGPT é uma sigla para "Chat Generative Pre-Trained Transformer", ou “Transformador Pré-treinado Gerador de Bate-Papo”. Nesse caso, pode-se afirmar que ele deriva do modelo de linguagem GPT-3, sistema desenvolvido para gerar textos em linguagem muito simi-

lar à de um ser humano. Para tanto, recebeu treinamento a partir de um enorme banco de dados de trocas de conversas - por isso mesmo é capaz de escrever textos coerentes e assertivos durante um bate-papo. Segundo a Universidade de Stanford, o GPT-3 foi treinado sobre 570 GB de textos e possui 175 bilhões de parâmetros, quantidade 100 vezes maior do que a de seu antecessor (GPT-2).

Interessante saber que a princípio o seu desenvolvimento não visava ao lucro.

Além disso, o sistema criado pela OpenAI Inc. - empresa de inteligência artificial (IA) com sede em São Francisco, na Califórnia (EUA) - teve muitas figuras envolvidas em sua criação, como Elon Musk, Sam Altman (atual CEO), Ilya Sutskever (Google), Reid Hoffman (cofundador do Linkedin) e Peter Thiel (cofundador do PayPal). Hoje, a Microsoft é uma das maiores investidoras dessa

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IA - ela também desenvolveu em conjunto com a OpenAI a plataforma Azure AI.

ChatGPT “causando” no mundo

Sabendo agora o que é o sistema, vamos aos seus números! O ChatGPT atingiu cerca de 100 milhões de usuários ativos mensais em janeiro, apenas dois meses após seu lançamento. Com isso, ele se torna a ferramenta digital com crescimento mais rápido da história, passando TikTok e Facebook, que levaram muito mais tempo para atingir essa marca.

Levantamento realizado pela Vert.se Inteligência Digital, empresa de business intelligence com foco em dados de redes sociais, observando a plataforma Stilingue, apurou que, do total de citações dos brasileiros nas redes sociais, 61% foram apenas em fevereiro. Dessas, 63% das publicações partiram do Twitter.

A empresa apurou que, mesmo com esse crescimento ímpar, o ChatGPT ainda gera muitas discussões nas redes. Entre os posts, muitos focam em críticas e elogios, mas há grande volume de pessoas discutindo a ferramenta e uma das principais questões é sobre a suposta ameaça a algumas profissões, incluindo redatores e compositores.

A empresa também analisou as pesquisas em sites de buscas. De acordo com o levantamento, a Alexa (Amazon) vinha reinando solo nas temáticas ligadas à IA até ser ultrapassada nas buscas por “ChatGPT” (OpenAI) a partir de janeiro. O pico de buscas aconteceu em 29 de janeiro, um dia após uma reportagem sobre o assunto ir ao ar no programa Fantástico, da TV Globo. Por outro lado, o Bard, concorrente direto do ChatGPT, e a mais nova das ferramentas, lançada em 6 de fevereiro, tem o menor volume de buscas.

“Em termos de criação, o ChatGPT tem várias vantagens, como a linguagem natural por escrita. A pessoa pode digitar um problema no chat e em resposta receber sugestões de produtos ou ferramentas para resolvê-lo. Outra grande vantagem é o chat de atendimento e suporte ao cliente, que pode ser automatizado para se tornar mais eficiente na venda”, explica Marcell Almeida, CEO da escola Atm 3.

Outro ponto favorável ao uso da ferramenta é a possibilidade de auxílio na criação de textos em geral para as lojas. “O ChatGPT pode ajudar bastante no copywriting, principalmente para quem está começando e ainda não tem muita prática com isso. E um bom copywriting impacta diretamente nas vendas”, diz Lucas Castellani, CEO da plataforma Cartpanda.

Atenção ao uso da ferramenta

Como o uso da ferramenta é recente, o mercado ficou impressionado, pois o ChatGPT é bastante convincente. Porém, se não houver atenção ao seu uso, pode-se facilmente ser enganado por ela, explica Almeida. “Ela comete muitos erros básicos, como somas. Por isso, é preciso ter cuidado e transparência, pois a informação fidedigna passa confiança e precisa sempre ter um acompanhamento humano”.

Para ele, pedir feedbacks aos clientes é uma forma de saber se a ferramenta está funcionando adequadamente, além de ser interessante disponibilizar uma equipe que esteja olhando para essa demanda no estágio atual.

“O lojista precisa lembrar que o ChatGPT não vai ter as mesmas capacidades de uma pessoa real, ou seja, não dá para substituir 100% tudo que uma pessoa faria, pelo menos não estamos nesse ponto ainda. Para a evolução de um negócio, é essencial que

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o gestor de e-commerce esteja diretamente envolvido e buscando evoluir sempre”, afirma Castellani.

Os especialistas são unânimes em exaltar a facilidade no uso da ferramenta. “O lojista pode usar por conta própria, é bem fácil lidar com o ChatGPT. Basicamente, só precisa fazer perguntas ou algum pedido e pegar a resposta que o bot vai fornecer. É como conversar com uma pessoa que está disposta a lhe ajudar”, explica Castellani. Por outro lado, Almeida ressalta a necessidade de um especialista para tarefas mais complexas. "Para implementar dentro da loja, de forma integrada aos produtos ou recomendar o contexto, é preciso contar com um desenvolvedor de software, com experiência em OpenIA, que é a dona da ferramenta”, complementa.

Para Castellani, todo mundo deveria pelo menos experimentar um pouco o ChatGPT e ver do que ele é capaz. “Se você gostar e quiser utilizá-lo em sua operação, ótimo, vai ajudar bastante. Só não pense que ele é uma solução milagrosa que vai destravar o segredo das vendas como algumas pessoas dizem por aí. Isso só vai gerar expectativas surreais”, aconselha.

Um oráculo que pode servir (e muito) para o e-commerce

Quem também trouxe insights para este conteúdo foi Rafael Franco, especialista em Engenharia de Software e CEO da Alphacode. Segundo ele, o administrador de um e-commerce deverá usar, ao menos por enquanto, o ChatGPT como um assistente. “Ele é basicamente como um ‘oráculo’: tudo o que você perguntar ele vai te responder. No e-commerce, poderá ajudar um profissional principalmente na produção de conteúdo, por exemplo”.

Franco, que trabalha assessorando e-commerces de foodservice, diz que uma das dores desse setor está na descrição de produtos. “A pessoa precisa escrever dois, três parágrafos sobre o alimento. Nesse caso, implantamos um sistema em que o ChatGPT recebe os inputs de dados e devolve com uma descrição sugerida, de uns três parágrafos.. A partir daí, o operador valida se está de acordo e economiza muito tempo. Afinal, uma coisa é fazer isso para um produto, outra é fazer para 200, 300, 500 produtos”.

Se ainda há algum receio sobre os problemas que o sistema pode gerar, o executivo pondera. “Nos testes que fizemos, o ChatGPT não errou coisas absurdas. “Ele pode dizer que a lasanha tem três camadas de queijo, quando na verdade são duas. Por isso mesmo eu reforço a questão de haver um ser humano para, vez ou outra, realizar ajustes. Sempre digo que a inteligência artificial não veio para substituir nada, mas para contribuir como um excelente assistente”. Franco diz que agrega as APIs de integração do ChatGPT a outras soluções para que o lojista as utilize de uma forma que não seja manual e ganhe em produtividade.

Entre os exemplos de funções da ferramenta, ele citou o dos envios de notificações do tipo push. “Nesse caso, o ChatGPT entende o dia em que aquela promoção será lançada (como uma data especial), cria uma frase e mostra para o profissional de marketing. Este avalia se a mensagem faz sentido e faz o disparo”. Todo esse caminho já está atrelado ao CRM da empresa e, após o pedido de sugestão de texto, o tempo de criação cai para poucos segundos. “Se uma pessoa cadastra 100 produtos em um dia, com o uso do sistema, esse número pode escalar para mil, por exemplo”.

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Avaliação de clientes

Um dos pontos críticos do e-commerce é o acompanhamento dos comentários de clientes nas diversas redes sociais da empresa, assim como a classificação. Isso, por exemplo, já é uma tarefa que pode ser atribuída ao ChatGPT. “A ferramenta lê os comentários e já classifica se são positivos, negativos ou neutros. Por consequência, o lojista tem uma noção da aceitação do produto ou serviço oferecido”. Além disso, Franco afirma que é possível fazer com que o ChatGPT sugira uma resposta para o operador avaliar e aprovar.

Perguntado sobre a possibilidade de ativar a ferramenta para alertar sobre críticas, Franco diz que não só é possível, como já está implementando isso. “Essa integração sempre será feita a partir de uma empresa de tecnologia. E, sim, é possível integrar com todos os pontos de contato da loja com o cliente”.

Por se tratar de uma ferramenta de sugestão, Franco diz que é importante ter um profissional qualificado para operá-la. “Não adianta ter um oráculo que te dá todas as respostas, se você não souber fazer as perguntas certas. E, se a pessoa não tiver um bom senso para avaliar se a resposta está correta ou não, é possível que haja uma falha no uso”. O ideal, portanto, é não deixar a IA atuar sozinha, mas sempre sob a gestão de alguém. “Ela está ali para te ajudar, e não para fazer o trabalho por você”, diz. “O grande poder da ferramenta virá a partir da sua integração com outros sistemas. É aí que a coisa vai mudar de figura”.

Evolução do ChatGPT

Franco acompanha o setor de tecnologia há mais de 20 anos, e acredita que o modelo de inteligência artificial GPT por contexto é a maior disrupção da tecnologia desde a invenção do smartphone. “Vai existir a tecnologia ‘antes e depois’ do GPT. Ela vai afetar todos os dados, e quem demorar para

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entender isso vai sofrer com a desigualdade competitiva que ela oferece”.

Para ele, quem estiver fora dessa tecnologia precisará de cinco, seis pessoas para realizar um atendimento. Por outro lado, o concorrente que utiliza a ferramenta precisará de apenas uma pessoa para atender ao dobro

e aprovar as respostas da IA, que ganhará provavelmente cinco vezes mais do que um operador”.

Para ele, segmentos como call center serão transformados por completo nos próximos anos com o advento da tecnologia GPT. “As URAs (unidades de resposta audível) serão

desse fluxo. “Será um divisor de águas, e quem entender e implantar terá um ganho maior durante um período. No futuro, porém, essa tendência será um padrão, e todo o mundo usará”, frisa.

O que acontecerá com os empregos?

Sobre a questão do desemprego que a ferramenta trará, Franco minimiza: “Ela não irá matar os empregos, mas sim qualificá-los, tal qual ocorreu na revolução industrial. Não é um trabalho muito inteligente colocar um ser humano para ler 500 comentários por dia, em seguida, clicar em um botão para qualificar como positivo, negativo ou neutro, copiar uma resposta de uma planilha e colar. Não é um trabalho intelectual, assim como no passado uma pessoa que apertava os parafusos de uma roda de carro na linha de montagem. Esse tipo de emprego tende a acabar, é fato. Mas, da mesma forma, nascerá um novo que será o responsável por refinar

cada vez mais contextuais, e os questionamentos dos usuários irão direto para uma inteligência artificial. Ou seja, vai acabar aquela coisa de ‘para tal problema aperte 1’. Você dirá o seu problema, uma IA irá compreender, criar uma resposta e devolver imediatamente”.

Essa evolução, segundo ele, será gradativa, sendo a primeira fase operada sob supervisão, com um humano mapeando e contabilizando os erros e os acertos da IA. Quando os erros se tornarem ínfimos, a IA passará a operar sozinha. “Hoje, o GPT está no modelo 3, e este ano já está previsto o lançamento da versão 4, centenas de vezes mais poderoso. Isso contribui para que a tecnologia seja ainda mais assertiva”.

Usando e abusando do ChatGPT

Na parte administrativa, Franco lembra que o recurso da IA pode contribuir em diver-

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“Hoje, o GPT está no modelo 3, e este ano já está previsto o lançamento da versão 4, centenas de vezes mais poderoso. Isso contribui para que a tecnologia seja ainda mais assertiva.”

sos aspectos. “Às vezes, precisamos fazer uma fórmula no Excel e esquecemos como. Nesse caso, basta escrever na ferramenta a intenção da fórmula que ela gera o código em segundos”. Até em programação essa IA já contribui (e muito): segundo Franco, é possível pedir o código desejado e o sistema escreve instantaneamente. “Meus programadores estão ganhando de 20% a 30% em produtividade só de retirar o trabalho de digitalização de código. Sem contar que, caso o programador queira, a IA pode reescrever um código já feito de modo a otimizá-lo”.

Jamie Anderson, diretor de uma empresa de otimização de gastos do Reino Unido, disse recentemente que o ChatGPT pode, inclusive, ajudar empresas na redução de gastos. Para isso, no entanto, ele diz que é preciso haver uma base de dados armazenada do negócio. A partir daí, a IA integrada ao CRM e a sistemas financeiros pode vasculhar as despesas para determinar o custo de aquisição de um novo cliente, por exemplo. De acordo com ele, isso ajudará, inclusive, nas previsões sobre gastos e economias futuras das empresas.

Legislação brasileira em relação à inteligência artificial

Existe um projeto de lei (PL 21/20) do marco legal do desenvolvimento e do uso da inteligência artificial pelo poder público. Ainda assim, o texto segue há cerca de três anos em tramitação, sem um prazo para entrar em vigor - portanto, não existe legislação no Brasil para a IA até o momento.

Autor do projeto de lei, o deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE) disse que o objetivo é dotar o país de uma legislação que, ao mesmo tempo, estimule a IA e proteja os cidadãos do mau uso dela. “Precisamos de uma edição de legislação tornando obrigatórios os prin-

cípios consagrados no âmbito internacional e disciplinando direitos e deveres”.

Na Europa, por exemplo, o ChatGPT já alcançou mais de 100 milhões de usuários somente em janeiro de 2023. A União Europeia, porém, poderá restringir o seu uso por preocupações em relação à privacidade dos usuários. O Comissário do Mercado Interno Europeu, Thierry Breton, disse que a ferramenta pode ser utilizada tanto em fraudes como em informações falsas e abusos na área educacional - motivo este que já baniu o aplicativo em escolas nos EUA.

Mercado de inteligência artificial no Brasil

Atualmente, o Brasil é o líder no uso da inteligência artificial na América Latina, conforme mostra o estudo “Avanços na cultura organizacional impulsionados por dados, análises e inteligência artificial”, da IDC. Portanto, 63% das empresas brasileiras utilizam aplicativos baseados nessa tecnologia. As indústrias mais avançadas em soluções de IA são finanças, varejo e manufatura. Importante destacar que 90% das empresas brasileiras estão investindo em ferramentas de dados e análises para identificar tendências e padrões de consumo - muito acima da média latino-americana, que é de 60%.

Nesse mesmo relatório, um dado revela que o Brasil lidera o ranking com 84% no uso de dados, análises e inteligência artificial. A taxa para a América Latina é de 73%. A consultoria FrontierView analisou o histórico e concluiu que a IA pode contribuir para um incremento de 4,2% no PIB brasileiro até 2030. Em sintonia, a PWC constatou que, mundialmente, essa tecnologia deve colaborar com quase US$ 16 trilhões para a economia até 2030.

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POR QUE NÃO É INTELIGENTE DIZER QUE O SEO VAI MORRER?

O futuro do SEO é um assunto constantemente discutido na comunidade de marketing digital, por se tratar de uma estratégia que já passou por várias “eras” e ganhou diferentes roupagens conforme os sistemas de buscas foram se tornando mais complexos.

Com a popularização de algumas novas tecnologias, a discussão sobre o fim do SEO voltou à tona, e, com este artigo, quero fomentar um debate sobre o assunto. Então te convido a refletir: será que o SEO um dia vai chegar ao fim?

O fim do SEO depende de uma perspectiva

Quando falamos de SEO, vale lembrar que estamos nos referindo a duas grandes escolas: o White Hat e o Black Hat. Enquanto o White Hat é composto por uma tríade de boas práticas de otimização - on page, off page e UX -, o Black Hat segue técnicas eticamente questionáveis que, muitas vezes, vão contra a experiência do usuário. Logo, não podemos ser categóricos sobre o assunto sem desmembrarmos essas duas vertentes.

Tratando das duas esferas isoladamente, posso afirmar que: sim, o SEO tem prazo de validade, principalmente quando falo em Black Hat. Por outro lado, a vitalidade do White Hat corresponde a uma temporada, e isso significa que precisa ser atualizado constantemente para permanecer vivo diante das mudanças.

Com isso, entendo que as ações de SEO podem de fato se tornar obsoletas com o tempo, mas que o SEO em si, quando me refiro às boas práticas de otimização, não entra na discussão.

O futuro do SEO a curto, médio e longo prazo

Olhando para frente, precisamos olhar o retrovisor e entender como foi a trajetória do SEO até aqui. A verdade é que ele teve uma série de mudanças drásticas, frutos da evolução dos motores de busca.

O Google, nosso principal buscador, vem aprimorando seu próprio software com

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diversos updates para, cada vez mais, entregar ao usuário conteúdos relevantes e de qualidade.

Portanto, embora não seja possível prever o futuro em traços claros, é possível perceber que existe um fator central nos updates: a experiência do usuário. Arrisco dizer que esse sempre será o foco das atualizações do Google, seja daqui a cinco anos ou cinquenta.

E, assim, naturalmente, o futuro do SEO é desenhado - a curto, médio e longo prazo -, já que o seu propósito se adequa ao propósito dos buscadores.

O impacto da inteligência artificial (IA) para o SEO

Algumas IAs vêm ganhando popularidade devido à habilidade de fornecer respostas avançadas às interações dos usuários, “criando” textos, imagens e até mesmo estratégias.

Com isso, surgiu uma discussão de qual seria o impacto dessas tecnologias - e de outras novas que estão por vir - na forma de utilizarmos a internet. Seria uma ameaça ao Google, Bing, Yahoo!…? Ou, ainda, uma ameaça ao SEO?

Antecipo que a forma como os buscadores vão apresentar os resultados ainda vai mudar muito, mas, antes de entendermos isso como uma ameaça, precisamos lembrar que o mundo está em constante evolução. Imagine como seria se as pessoas ainda estivessem colhendo algodão à mão, sem as máquinas para automatizar o processo. Até a forma de consumo seria diferente.

Vale ressaltar que existem vários tipos de IA, e as que vêm ganhando repercussão - como é o caso do ChatGPT - estão muito mais relacionadas ao processamento de linguagem natural do que à computação cognitiva. Isso significa que essas tecnologias são, na verdade, ferramentas.

A IA em forma de ferramenta, para o SEO, é como o maquinário que automatiza as colheitas no campo: mesmo tendo um aparelho para fazer o trabalho operacional, ainda é necessário ter pessoas para operarem as máquinas e fazerem o trabalho cognitivo.

É precipitado afirmar que o SEO um dia vai acabar

Depois de tudo que trouxe, reitero que, a cada dia, o comportamento humano vai mudando, e as tecnologias impactam ou são impactadas com isso. O Google, por exemplo, promete fazer mudanças significativas em seus serviços, e já temos spoilers de várias alterações que estão por vir e que vão além dos algoritmos, desde a mudança na forma de apresentar os resultados na SERP até a implementação do Bard (uma IA conversacional própria).

Existe a chance de o SEO acabar? Existe, mesmo que seja mínima. Mas sempre haverá um sistema de busca com regras de indexação, rastreamento e entrega de resultados, e cabe aos especialistas se adaptarem para continuar trazendo ações de otimização que façam sentido para o seu tempo.

Portanto, dizer que o SEO vai acabar é o mesmo que desconsiderar todo seu histórico e sua capacidade de se reinventar.

Lucas Maranho é fundador da liveSEO, agência com foco em SEO que atende e já atendeu a e-commerces no Brasil, Espanha, Estados Unidos, Israel, Paraguai e Polônia, desenvolvendo o SEO técnico e de conteúdo com foco em resultados orgânicos. Atualmente, a marca já executou mais de 300 projetos de SEO e se destaca entre as principais agências de SEO do Brasil.

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E-COMMERCE B2C

E B2B: QUAIS PRINCIPAIS FRENTES ACOMPANHAR NO SEU NEGÓCIO?

Para começarmos a falar dos principais desafios da gestão de e-commerces B2B e B2C, é necessário entender que ambos os mercados continuam em crescente expansão. De acordo com o site Economia SC, no Brasil, estima-se que o mercado B2C online possua 7% do varejo total, o que representa algo próximo de US$ 1,5 trilhão em vendas, enquanto o B2B corresponde a apenas 1% do faturamento, algo próximo de US$ 2,4 trilhões.

Olhando para fora, temos alguns países que demonstram diferenças maiores entre esses dois mercados, como Japão e Estados Unidos - por lá, os números ficam entre 14% e 32%, respectivamente. Analisando esses números, fica evidente o quão grande pode ser a oportunidade aqui no Brasil nos próximos anos.

Pilares essenciais para o crescimento

Plataforma

Esse é um ponto extremamente relevante para o sucesso do negócio. A gestão de

pedidos e de clientes, além da integração com canais de venda, será responsável por agrupar esse ecossistema.

Existem diversas opções no mercado e é necessário estar atento aos diferenciais relevantes dentro de cada uma delas. Utilize seu networking e avalie pontos como estabilidade, recursos para criação de promoções, relatórios, integrações disponíveis, usabilidade, suporte técnico e principalmente relacionamento.

É importante que esse parceiro apoie você com insights que possibilitem seu crescimento e que se demonstre disponível quando imprevistos acontecerem. Afinal, seu catálogo vai estar em funcionamento 24 horas por dia.

Canais de venda

Marketplace ou site próprio? Essa pergunta rodeia grandes organizações. Cada canal oferece suas possibilidades, confira algumas delas.

34 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //B2C E B2B

No site próprio, você detém a estratégia e define o rumo que o negócio deve seguir. O impacto com o consumidor, seja ele B2B ou B2C, resulta na experiência direta da sua marca, fortalecendo o branding e a corporação.

Na maioria das vezes, a gestão do negócio vai exigir uma expertise de diversas áreas. Alguns acompanhamentos necessários para garantir o bom andamento da sua operação:

• meio de pagamentos (gateway, adquirência, antifraude e chargeback);

• transporte (custo, performance de entrega, avarias, extravios e devoluções);

• tráfego (pago e orgânico);

• comunicação (banners, vitrines e landing pages);

• usabilidade (foco em CRO - “conversion rate optimization” -, com criações de hipóteses e validações via teste A/B).

Essas foram apenas algumas frentes das inúmeras que necessitam da sua atenção na gestão de um site próprio. Dentro delas, se desdobram diversos KPIs, como o custo do time e parceiros, que pode se mostrar elevado para acompanhar tais indicadores. Portanto, estar atento a esse equilíbrio é fundamental para o sucesso de sua operação.

Quando falamos em marketplace, quem detém a estratégia é o parceiro - ele assume diversas responsabilidades que você efetuaria em sua gestão, como no caso de sites pró-

prios. Nessa modalidade, a gestão tem que ser mais leve, porém não podemos esquecer que seu negócio está utilizando a marca do parceiro. Assim, existe uma preocupação grande com os critérios relacionados à experiência do consumidor e à imagem daquela empresa. Esteja atento aos indicadores de pós-venda de cada canal.

Na hora de avaliar quais parceiros conectar a seus produtos, é importante verificar quais possuem mais sinergia com seu mix. Dessa forma, é possível avaliar a prioridade de entrada nos canais de venda buscando equilíbrio entre esforço e retorno.

Se possível, elabore um plano de precificação para o canal de venda. Lembre-se: cada parceiro possui um comissionamento diferente. Estar atento a como rentabilizar cada canal e ser competitivo simultaneamente serão desafios, mas podem trazer grandes retornos.

Muitos desses canais possuem dentro do portal do lojista um módulo que possibilita a participação de promoções subsidiadas. Nele, é possível ofertar descontos ao consumidor de forma compartilhada com o canal. Dessa forma, a precificação do produto ficará mais atrativa e seu comissionamento reduzido para tal campanha.

Existem diversos pontos significativos aos quais você deve estar atento independentemente da natureza da operação, seja ela B2B ou B2C. Garantir a disciplina de acompanhamento dessas frentes é um grande desafio, mas assegura a estabilidade e os melhores resultados para seu negócio.

Rodrigo Noal é diretor de negócios na wap.store. Formado em Gestão de Marketing e MBA de negócios digitais, atua na área comercial há 12 anos, liderando operações de multinacionais e de grandes empresas de varejo como Dufrio, Premiershop e Lebes. Possui amplo conhecimento do processo produtivo do varejo, omnichannel, especialista em e-commerce e em formação de times de alta performance

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ELETROELETRÔNICOS: NOVAS JORNADAS DE COMPRA, NOVAS OPORTUNIDADES DE LUCRO

Os produtos eletroeletrônicos ocupam uma parcela importante no comércio eletrônico, liderando o faturamento do canal em vários países do mundo. É um segmento de compra assistida e de ciclo longo, mas que encontrou no e-commerce um aliado em função de permitir uma jornada com mais conhecimento para o consumidor.

Aqui no Brasil, a GfK vem entregando informações por meio de artigos, webinars e eventos, mas acredito que você, leitor da Revista E-Commerce Brasil, poderá sair na frente com uma visão global sobre “onde” e “como” o consumidor tem comprado eletroeletrônicos com o intuito de “ir contra a maré”, inovar, se antecipar ou até mesmo confirmar algumas hipóteses.

Como pano de fundo, acho importante comentar que as vendas globais das categorias de eletroeletrônicos caíram 8,4%, em dólar, durante 2022. Uma realocação dos gastos dos lares impactou todos os produtos em níveis bastante similares. Os equipamentos

de escritório caíram 9,2%, os eletrodomésticos portáteis reduziram 7,3% e os celulares retrocederam impressionantes 8,9%. Mesmo a cesta de Áudio e TV (linha marrom), que normalmente cresce em anos de grandes eventos esportivos, apresentou uma redução de 10,6%.

No entanto, se compararmos os gastos entre 2022 e 2019, veremos que os do ano passado foram 6% maiores em dólar, com destaques para produtos de escritório, laptops e eletrodomésticos portáteis, da linha branca até celulares. Esses 6% podem ser atribuídos especialmente à inflação do período, mas, ainda assim, para o varejo mundial, representam um maior faturamento.

Como 50% das compras de eletroeletrônicos vêm de reposição de produtos quebrados, enquanto outros 35% vêm de upgrade de produtos, o fato de ter mais geladeiras ou TVs sendo usados nos lares hoje significa maior potencial de vendas amanhã.

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//TENDÊNCIAS, VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS

Atuou em empresas de bens de consumo, como Phillip Morris, Mondelez e Unilever, no Brasil, Chile e México, até a posição de Diretor de Marketing. Em consultorias de data analytics, como a GfK, vem liderando empresas e unidades de negócio desde 2008, especializando-se em realizar processos de turnaround comercial, operacional e financeiro, bem como integração de empresas adquiridas. Felipe é membro do YPO (Young Presidents Organization) desde 2014 e atua em Conselhos de Empresas e Associações, além de palestrante frequente em eventos de tecnologia, varejo e comércio eletrônico, sendo investidor de startups nesses segmentos.

Uma visão do varejo global de eletroeletrônicos

As vendas do segmento estão concentradas em grandes lojas (Technical Superstores), que em geral se dedicam ao segmento e a algumas outras categorias para o lar, com 4% das lojas representando 34% das vendas totais. Ainda chama atenção que outros 39% do volume global venham de varejistas especializados apenas em “Telecom” (smartphones e acessórios), enquanto os varejos menos especializados, como supermercados e lojas de roupa, representam apenas 9% do volume.

Na América Latina, os percentuais são bastante diferentes. As Technical Superstores representam 49% das vendas, as especialistas em Telecom, 12%, e os varejos menos especializados respondem por impressionantes 33%. Fica claro que o comprador latino tem valorizado menos a compra em lojas mais especializadas, o que na minha opinião é uma clara oportunidade para o e-commerce.

A venda online disparou nos últimos três anos

Globalmente, 25% das compras de eletroeletrônicos foram feitas no canal online em 2019. Esse percentual subiu para 34% em 2020 e estabilizou-se em 2022. Os “Pure Players”, aqueles que não têm lojas físicas, representaram 20% das vendas em 2019 e passaram a 26% em 2022, enquanto que os varejos “Click&Mortar”, com lojas físicas e e-commerce, saltaram de 5% para 9% de importância no mesmo período, sendo os grandes ganhadores de público por todo o planeta. Trazendo para a nossa região, a América Latina detém a maior participação de “Click&Mortars”, com 19% das vendas.

Desde o início da pandemia, as redes de lojas físicas precisaram se digitalizar. Entre as medidas tomadas, destaca-se a rápida abertura do e-commerce, investimento pesado nas mídias digitais para atrair novos compradores e aceleração da expansão dos marketplaces. E vale destacar que os marketplaces têm se desenvolvido bem em países como Brasil, Rússia e Turquia, com um crescimento de 9% para 12% das vendas em apenas um ano, enquanto o resto do canal online ficou estável em 30%.

Ainda sobre representatividade do online nas vendas totais, globalmente, a América Latina apresentou o maior crescimento. Se em 2019 o canal representava apenas 21% das vendas, esse número foi para 39% em 2022, quase duplicando a participação. Das regiões menos desenvolvidas economicamente, somos a segunda que mais compra online, notadamente após a China e seus 50% das vendas. A Ásia emergente e o Oriente Médio/África, por exemplo, têm apenas 16% das vendas no online.

Outro elemento interessante do online mundial é o crescimento da venda direto ao consumidor, o “D2C”. Os marketplaces são um local natural para essas lojas, já que atraem uma grande massa de visitantes para uma experiência de compra mais informada. Não é de se estranhar, portanto, que a América Latina venha liderando o crescimento do “D2C” em eletroeletrônicos, com algumas categorias de IT e Escritório (computadores, impressoras) e até Câmeras Fotográficas representando mais de 10% das vendas totais do segmento, conforme as estimativas da GfK. Vale mencionar que na Europa uma marca específica de aspiradores de pó já tem 25% das vendas feitas em suas propriedades. Se você tem um marketplace, pense seriamente em hospedar sites de marcas.

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Mas o e-commerce estagnou em 2022?

O título pode enganar um pouco... a verdade é que a venda online caiu um pouco mais do que o total do varejo do segmento. Depois de crescer 7% em 2019, 37% em 2020 e 18% em 2021, o online caiu 8,6% em 2022 (vs 8,4% de queda no total). Não podemos esquecer que, comparando as vendas de 2022 com 2019, o crescimento em dólar foi de impressionantes 47%.

Um impacto importante para o desempenho negativo de 2022 foi a Black Friday, que foi globalmente muito ruim se comparada à de 2021. Um elemento interessante a se destacar é que o calendário promocional é muito mais ativo na América Latina e na China do que no resto do mundo. Em nossa região, por exemplo, além da Black Friday e do Natal, temos o crescimento dos “Cyber Days”, “Saldões” e aniversários de varejistas, além do Dia das Mães e dos Pais. A China tem comportamento similar, com “Singles Day” e alguns “The Big Billion Days” para completar a oferta. A Europa, entretanto, se concentra no “Trimestre Dourado”, de outubro a dezembro, ainda que o “Volta às Aulas” tenha um impacto maior para as categorias de IT, e o “Dia das Mães” se destaque na Europa do Leste.

Como referência, enquanto as vendas globais de Natal e Ano Novo representam 9,8% das vendas do ano, na América Latina esse número é de 7,1% e na China, 7,9%. Já a Black Friday no mundo representa 3,5%, enquanto que na América Latina chega ao dobro disso.

Quando olhamos a venda em unidades, a queda em 2022 foi de “apenas” 6,9% comparada a 2021, portanto menor do que os 8,6% de queda em faturamento. Isso indica que o preço médio das compras reduziu, um

pouco por mix de categorias, mas também por um menor efeito inflacionário.

A gestão de portfólio se tornou ainda mais relevante

O portfólio de marcas e opções de preços se movimentou de maneira bastante interessante em 2022. Foi feita uma análise em três faixas de preço: 1) superpremium: marcas que têm o seu preço médio 50% mais caro do que a média de mercado, 2) baixo preço: aquelas 25% mais baratas do que a média de mercado e, o restante, 3) preço padrão. Com exceção dos smartphones, todas as outras categorias viram quedas maiores de vendas nas marcas superpremium e nas marcas de baixo preço, ou seja, as marcas de preço médio foram a opção mais relevante para os consumidores. Na contramão, os smartphones, apesar da queda no total das vendas, viram suas marcas superpremium crescerem 5% e representarem 47% das vendas da categoria.

Em categorias como Linha Marrom, IT e Escritório, ou mesmo Linha Branca, as marcas superpremium têm uma média de apenas 15% das vendas a nível global. Isso demonstra que o smartphone segue sendo um item de uso e de estilo de vida, portanto uma melhora econômica pode rapidamente acelerar as vendas.

Na América Latina, em 2022, as marcas premium representam 18% do total das categorias, enquanto no mundo esse percentual é de 31%. Claro que o poder de compra tem impacto direto nesse percentual, mas também demonstra que há oportunidade para se trabalhar melhor o portfólio premium para uma parcela da população que pode pagar e valoriza a performance e o design.

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De 2019 a 2022, o canal online agregou 56% a mais de SKUs e 76% a mais de marcas em todo o mundo. O crescimento das vendas foi, portanto, direcionado não apenas por hábitos dos consumidores, mas igualmente por uma maior variedade de opções. Em contraposição, comparado a novamente a 2019, o varejo físico diminuiu em 14% tanto o número de SKUs quanto o de marcas.

Uma compra ainda em transformação

O varejo dos mercados emergentes deu um salto importante em termos de digitalização durante a pandemia, em especial na América Latina. Além do crescimento das compras online, tivemos também o desenvolvimento incrivelmente rápido dos marketplaces, que impediu (ou pelo menos adiou) o fechamento de pequenos varejistas.

Não enxergamos essa tendência retrocedendo no futuro, o que nos leva a uma preocupação em relação à concentração cada vez maior nos grandes marketplaces e um possível impacto na sobrevivência lucrativa do ecossistema (varejos menores). Vemos, inclusive, uma potencial aceleração, pois varejos em todas as partes do mundo estão agregando novas categorias às suas ofertas para reduzir o risco de queda de volume em categorias sazonais ou cíclicas, além de aproveitarem a sua audiência.

Ainda que isso seja um potencial problema para os pequenos varejos, para o consumidor

representa ainda maior “Poder de Escolha”, o que acreditamos ser uma das forças transformadoras do setor de varejo eletroeletrônico nos próximos anos.

Lembremos, por exemplo, que a pesquisa online de produtos é cada vez mais frequente no mundo, com 61% dos consumidores com acesso à internet fazendo algumas pesquisas online em suas jornadas. Pelo menos um terço dos que pesquisaram online terminaram sua compra em lojas físicas, reforçando o caráter “figital” da jornada.

Isso se comprova em nossos estudos, pois ao perguntar às pessoas quais as razões para terem decidido comprar em “lojas físicas” ou “no online”, a maior parte das respostas foi muito similar. Por exemplo, 54% responderam que compraram online pelos preços e promoções, o mesmo percentual para os que compraram em lojas físicas. “Disponibilidade de estoque” - 29% para online, 33% para loja física. “Pela conveniência” - 26% online, 28% loja física.

É óbvio que o online tem vantagens logísticas, como a entrega, enquanto a loja física permite ver o produto e conversar com o vendedor, mas o fato é que o processo de compra se tornou “figital” definitivamente.

A busca de produtos diretamente em sites de varejo, por outro lado, ainda tem crescido. Até 2020, as plataformas de busca (“search”) eram dominantes no início da jornada, mas,

nos últimos dois anos, vimos os varejistas serem os mais consultados. Em nossos estudos globais, feitos com pessoas com acesso à internet, 45% delas declararam acessar esses sites, enquanto que 43% acessam plataformas de busca para o mesmo fim, mas o percentual vem caindo.

Em seguida, temos sites de comparação de produtos (39%) e comparação de preços (32%). Interessante observar que algumas pessoas usam sites de varejo, em geral os dos marketplaces com navegação mais organizada, para fazer essas comparações, aumentando ainda mais o poder do varejo.

Os sites de fabricantes têm os mesmos 32%, enquanto as mídias sociais chegam a 24%, sendo esse percentual muito maior em gerações mais jovens. É interessante observar que a forma de fazer buscas em mídias sociais está se reinventando enquanto você lê este texto. Se antes digitávamos, agora entramos em comunidades ou tiramos fotos dos artigos que nos interessam, além da possibilidade de ver a foto de um influenciador e perguntar facilmente sobre o produto.

Finalmente, não dá para escapar do assunto: ainda precisamos avaliar o impacto da inteligência artificial generativa, o tal “ChatGPT” e correlatos, nesse processo. Escrevo este artigo em 02 de março de 2023 e já recebi recomendações muito claras, organizadas e “com autoridade” ao digitar “qual melhor televisão para uma sala de três metros, que também precisa ser usada para gaming?”.

Além disso, a resposta me parece mais “sincera” e técnica. Na minha visão, ainda é quase impossível influenciar comercialmente a resposta do ChatGPT, especialmente se comparamos com os produtos que aparecem no topo da lista do Google ou mesmo nas comunidades ou redes sociais, bem como no Instagram e noTikTok. Em função disso,

não apenas os sites de comparação serão desafiados, mas também o vendedor da loja ou até aquele primo nerd que nos recomendava produtos. Vale acompanhar de perto os principais casos de sucesso para o varejo, e isso pode ser revolucionário, muito mais do que o metaverso, para os processos de compra.

Oportunidades de negócio: balanceando os interesses dos consumidores e os seus

Outro elemento que traz “poder de escolha” aos consumidores e merece ações concretas é a forma de pagamento. O setor bancário está muito preocupado com a disseminação das fintechs, especialmente com foco em pagamento, bem como nas carteiras virtuais. Os grandes varejos têm criado empresas independentes para cuidar disso, oferecendo a solução para outros varejos, não apenas em seus marketplaces, mas até em lojas físicas. Em todo o mundo, governos apresentam alternativas ao mercado, como o MIR na Rússia, Troy na Turquia ou o Pix no Brasil. Além da possibilidade de escolha dos consumidores, há lucro para quem explorar bem as possibilidades de gerenciamento de dinheiro no tempo, ou seja, pagando depois e recebendo antes com taxas competitivas.

O “poder de escolha” dos consumidores e oportunidades de negócios se juntam também em relação às estratégias de entrega, o conhecido “last mile”. Para eletroeletrônicos, quase sempre a entrega em casa é a mais importante, em especial porque em boa parte das compras o varejo pode assumir esse custo em função do valor da venda. No entanto, em especial na Europa, crescem as alternativas de retirar produtos nas suas lojas ou até em pontos específicos com apoio de parceiros, mas o interessante é que essas escolhas geram descontos ao consumidor, e ele tem ganhos imediatos.

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Talvez a melhor opção para a sua loja seja estimular apenas uma das opções, reduzindo seus gastos ou fazendo dinheiro adicional, mas o importante é que, ainda que o consumidor tenha suas preferências, em mercados emergentes, o dinheiro, o desconto e o incentivo financeiro sempre têm um peso muito importante.

Algo similar ocorre com o desejo dos consumidores de suportar a “sustentabilidade do planeta” através de suas compras. Sabemos que no Brasil há uma alta expectativa dos consumidores em relação à atuação das empresas nesse sentido, ainda que os atos efetivos de apoio sejam reduzidos. Poucas pessoas estão dispostas a pagar realmente mais por um produto sustentável.

Some a isso o fato de que os eletroeletrônicos são produtos com muitas oportunidades para exercer o seu papel em tudo isso. Uma geladeira pode usar menos plástico, utilizar materiais ferrosos de minas certificadas, consumir menos energia e até garantir que os alimentos durem mais. No pós-uso, na hora do descarte, as oportunidades são enormes e cresce o conceito de “mina urbana”, que é reciclar produtos usados para reduzir a atividade de mineração.

Porém, entre os 3 Rs da Sustentabilidade (Reduzir, Reciclar, Reusar), vejo oportunidade para ganhos conjuntos no terceiro, o Reusar. A economia circular é uma tremenda oportunidade para o varejo, talvez ainda mais do que para as marcas, já que produtos de segunda mão serão mais e mais consumidos. O mercado de smartphones usados, por exemplo, vem crescendo a taxas de 29% na América Latina e de 25% na Índia, podendo atingir globalmente US$ 150 bilhões até 2030 (em 2021, foi de “apenas” US$ 52 bilhões... vejam o potencial).

Seguramente outras categorias podem avançar também nesse aspecto, deixando o varejo como responsável por receber produtos, dar um valor a eles e apresentar produtos de segunda mão com garantia. O “reparo como serviço” é algo interessante para linha branca ou IT, por exemplo, gerando receita por meio de uma assinatura de tutoriais e suporte à distância para produtos da casa. O varejo, além da confiança, tem momentos ideais para vender esses serviços, como na aquisição dos produtos ou no pagamento da última parcela do crediário, quando a garantia de fábrica está prestes a expirar.

Em resumo, mudanças na jornada geram oportunidades de lucros

Sempre que você estiver lendo relatórios sobre mudanças de jornada ou evolução dos mercados, é fundamental se perguntar o quanto daquilo vai impactar o seu negócio, mas ainda mais importante é investir tempo para pensar em como ganhar dinheiro com aquilo.

Há um professor de Harvard, Sunil Gupta, que diz que empresas tradicionais com mentalidade de transformação constante são imbatíveis. Na minha opinião, essa frase é a cara da empresa de varejo de sucesso no Brasil, pois estamos o tempo todo nos reinventando e nos adaptando.

Se, ao terminar este texto, sua cabeça está pegando fogo, fico muito feliz! Espero que possa anotar algumas ideias e levá-las para discussão com seus colegas imediatamente, pois com toda essa transformação precisaremos de profissionais valentes, que queiram correr riscos para tornar a jornada de compras de eletroeletrônicos mais atrativa, recuperando o crescimento desse mercado.

2023 | E-COMMERCE BRASIL | 41

IMPORTÂNCIA DA MÉTRICA NPS EM RELACIONAMENTOS B2B

Oe-commerce é cotidiano em vários segmentos do comércio e do serviço, tanto quanto a concorrência crescente e a inovação constante em busca da fidelização de stakeholders. Nesse contexto, a métrica Net Promoter Score, ou NPS, é mais do que o conjunto de uma simples nota com breve relato. Trata-se de uma participação ativa que demanda poucos minutos e que mesmo assim pode ajudar a melhorar a experiência das lojas e dos consumidores. O intuito deste artigo é levar a uma reflexão sobre o crescimento do comércio eletrônico, à evolução das empresas e à importância do NPS no relacionamento B2B, especialmente envolvendo marketplaces. Vamos lá?

Crescimento do e-commerce e busca por marketplaces

O e-commerce brasileiro atingiu a marca de R$ 118,6 bilhões de vendas no primeiro semestre de 2022, de acordo com uma edição recente do estudo Webshoppers. Bons desempenhos no setor não são pontuais, já que o comércio online vem passando por

uma expansão há anos. E é por isso mesmo que ele está chamando a atenção de tantos lojistas.

Nesse cenário, a busca por competitividade fez com que muitas características entre os players de vendas na internet se tornassem bastante semelhantes. Cativar clientes e atender às expectativas deles são diferenciais valiosos para conseguir fidelizá-los em meio à oferta existente - e isso vale tanto para pequenos empreendimentos quanto para grandes varejistas e marketplaces.

O NPS como suporte para gerar diferenciais

O e-commerce se aprimorou tanto nos últimos anos, com tanta agilidade por parte de diferentes empresas, que essa evolução levou ao oferecimento de benefícios às vezes similares. É o caso das políticas de frete grátis ou serviço de fulfillment, por exemplo.

No caso de marketplaces, a construção de uma relação forte entre as empresas envolvidas nos negócios ajuda a criar diferenciais.

42 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //NPS CAROLINA DA SILVA FREITAS Analista de marketplace sênior no Magazine Luiza

Como aperfeiçoar esse relacionamento? O NPS se destaca como uma oportunidade em marketplaces para que parceiros de negócios de qualquer porte, segmento ou qualquer outra característica sejam ouvidos de modo igualitário. E, a partir disso, sejam pensadas soluções para quaisquer necessidades.

NPS: dados quantitativos e qualitativos fazem diferença

O NPS existe para ajudar a medir a satisfação e a lealdade do público em relação a uma empresa. Embora o nome possa não soar familiar, esse recurso já é bastante conhecido. Basta recordar a última vez em que recebeu uma mensagem pedindo que desse uma nota de 0 a 10 para um produto ou serviço e recebeu um convite para que explicasse melhor essa decisão.

Essa ferramenta pode e deve ser usada também no relacionamento entre empresas. E, quanto mais houver uma participação ativa nessa comunicação, melhor o potencial para que sejam gerados resultados a partir da consulta realizada.

Isso vale tanto para a parte quantitativa como para a qualitativa da pesquisa. A nota que um cliente ou parceiro de negócio dá para o atendimento recebido pode servir de base para impulsionar uma série de ações, como grupos de pesquisa. Ainda que a nota não traga uma informação detalhada, é um norte na hora de identificar oportunidades de aprimoramento.

Por outro lado, a parte qualitativa é fundamental para que as melhorias desejadas

ocorram de modo ágil. É essa informação, quando detalhada por escrito e bem fundamentada, que permite que as ações necessárias sejam percebidas ainda mais rapidamente.

Os desafios na participação em pesquisas

Ao receber convites de um parceiro de negócio para participar de pesquisas, é válido refletir sobre o benefício que a atividade pode trazer. No caso de pequenos e médios empreendimentos, as restrições de tempo próprias do cotidiano e as equipes enxutas contribuem para que, eventualmente, a participação seja colocada de lado. Já em lojas maiores, o preenchimento acontece com maior frequência. No entanto, o feedback geralmente fica concentrado na área pela qual o respondente é responsável pela efetivação da venda em si. Nessa situação, o ideal seria consultar outros times e posições hierárquicas que possam estar envolvidos na operação também.

Resumindo, a métrica NPS deve ser encarada como uma oportunidade de melhorar o relacionamento. Na impossibilidade de conversar pessoalmente com cada cliente frente a frente, o NPS se destaca como a voz do cliente falando o que ele quer. Por isso, é fundamental para medir a satisfação dos consumidores finais e dos parceiros de negócios.

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Carolina da Silva Freitas é graduada em Publicidade e Propaganda pela universidade Anhembi Morumbi. Atua há nove anos na área de e-commerce/marketplace. Atualmente, é analista de marketplace sênior no Magazine Luiza.

ENTENDER O CONSUMIDOR EM TEMPO REAL É FATOR-CHAVE PARA O SUCESSO DE UM E-COMMERCE

Seja para a venda de produtos ou serviços, a capacidade de compreender o comportamento dos consumidores para mantê-los engajados é um desafio do mercado desde sempre.

Após um século do marketing de massa, entendemos que os consumidores são totalmente individuais e precisam ser vistos e tratados dessa maneira. Mas como enxergar separadamente cada cliente e, ainda assim, gerir toda a comunidade da marca?

Atualmente, as empresas enfrentam enormes desafios para oferecer experiências de

alta qualidade em cada etapa da jornada do cliente. Os consumidores buscam cada vez mais por personalização em alta escala e jornada 1:1, o que torna o processo ainda mais complexo.

Existem soluções disponíveis no mercado, compostas por várias aplicações, que ajudam as marcas a criar, gerenciar, medir, mobilizar e monetizar todas as experiências do cliente ao longo da jornada, desde a primeira descoberta da marca até a fidelização e a renovação. Essas soluções também permitem que as marcas se conectem diretamente a sistemas pré-existentes e novos, tudo com

44 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //PERSONALIZAÇÃO

o objetivo de fornecer as experiências mais holísticas e exclusivas.

É necessário oferecer ao cliente um conjunto integrado e completo com soluções e serviços inteligentes, dedicados à gestão de experiências em tempo real. Essas soluções devem incluir recursos essenciais, como análise de dados e insights, conteúdo personalizado, e-commerce e gerenciamento de jornadas do cliente.

Atualmente, a busca do usuário é pela facilidade, portanto, é possível que as ferramentas sejam gerenciadas por qualquer pessoa na empresa, mesmo sem formação técnica específica.

A jornada de compra é a passagem do consumidor pelas etapas de conscientização, consideração e decisão. Compreendendo e conhecendo as particularidades de cada segmento, é possível escolher as ferramentas necessárias para a gestão de cada site.

Insights de dados são fundamentais na criação de grandes experiências, e ter acesso aos dados corretos é crucial. Com os fluxos de trabalho de marketing bem definidos, é possível criar grandes experiências, e para isso é necessário ter acesso aos dados corretos. É essencial unificar os dados em visualizações e perfis abrangentes dos clientes.

Combinações inteligentes e produção de conteúdos de qualidade resultam no engaja-

mento e nas integrações com complementos externos para manter o site atualizado.

No atual cenário do mercado cada vez mais digital, a personalização em grande escala é essencial para oferecer uma qualidade diferenciada. Isso permite entregar o conteúdo adequado no momento certo, permitindo a hiperpersonalização da jornada 1:1 de cada cliente que acessa o site, mesmo em grande escala.

A tecnologia simplifica a transformação digital necessária para permitir e executar o gerenciamento da experiência do cliente, com flexibilidade, para que as empresas possam proporcionar experiências incríveis e personalizadas em todos os canais e setores, tanto para empresas quanto para consumidores.

Erick Melo tem mais de 15 anos de experiência no mercado online, e é cofundador e CCO da WEBJUMP. É responsável por grandes contas e pela atuação na estratégia comercial da companhia, com foco no desenvolvimento de e-commerce na plataforma Magento. Com conhecimento na transformação de negócios digitais B2C e B2B, já atuou na construção de grandes cases de sucesso do e-commerce nacional e internacional, sempre com uma proposta de trazer modelos inovadores, flexíveis e escaláveis para projetos de empresas como Ambev, Ab-Inbev, Nestlé, Minerva Foods, Brasilseg, Havan, P&G, entre outras. Desde 2019, faz parte do Conselho do E-commerce Brasil, com foco principalmente no mercado B2B e com o intuito de levar conhecimento ao mercado de e-commerce nacional. Com mais de 20 anos de experiência em e-commerce, dez deles em Magento/Adobe Commerce, é o profissional com mais certificações em Magento no mundo (12 certificações). Membro do Magento Certification Advisory Board, Magento Training Advisory Board e do Magento Community Maintainers.

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ANTHONY LONG

Inovador na área de marketing e tecnologia lontony@gmail.com

ASSINATURAS: É HORA DE PENSAR EM NOVOS FORMATOS

De acordo com o site Resilience.org, o filme My Octopus Teacher (título em português, Professor Polvo) é "tanto um lindo documentário sobre a vida selvagem quanto uma história comovente de como um homem em crise encontrou alegria e propósito por meio da imersão na natureza e de um relacionamento notável com um polvo". Quase todos os outros reviews foram bastante semelhantes e tão positivos quanto. Poucos, como o de Pippa Bailey, da New Statesman Magazine, que - por assim dizer - nadaram contra a corrente: "Devemos ver um polvo como um amigo, um salvador, um professor? Não poderíamos apenas não comê-lo?".

A autodescoberta de um homem nos braços de um polvo é algo que aparentemente todos nós podemos aderir, certo? Talvez menos se fosse uma baleia cachalote - estou olhando para você, Moby Dick -, mas ambos carregam mensagens subjacentes consideráveis, e nenhum deles é realmente sobre aventuras com nossos amigos submarinos. Eles servem como um lembrete de que, embora algo pareça ser sobre um assunto, pode facilmente

levá-lo a muitos momentos diferentes - mas relacionados - de descoberta.

O que isso tem a ver com e-commerce é que a assinatura - o mais fundamental de todos os recursos adicionais de comércio eletrônico - não tem nada a ver com e-commerce. A assinatura é mais valiosa quando vista como uma desculpa para criar uma experiência de consumo excepcional sem ser solicitada. Acredito que a assinatura esteja entre os recursos menos compreendidos do comércio eletrônico. Os insights que a impulsionam parecem vir de dentro para fora: "Eu simplesmente sei que as pessoas vão querer isso" em vez de "nossos insights de consumidor estão nos dizendo que as pessoas querem uma maneira de serem reabastecidas automaticamente". Sim, é convenientemente automático, mas isso é tudo? Quando funciona perfeitamente, a assinatura de e-commerce desaparece da atenção do consumidor.

Nossa pergunta é: em vez de buscar a invisibilidade na experiência do consumidor, a assinatura também não pode conquistar

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//FUTURE SHOPPING

um lugar para sua marca nos corações e nas mentes de seus consumidores? Acredito que a resposta pode ser: “SIM!”

Definindo a assinatura

Quando a maioria de nós pensa em assinatura, pensamos em um reabastecimento automático de algo que com o tempo esgota, como fraldas ou detergente para roupas. Existem também alguns serviços de assinatura que lidam com itens que consumimos, mas que não se esgotam, como livros. Desde muito antes do advento do e-commerce, já existiam serviços que permitiam ao consumidor contratar uma entrega pontual de algo que, ao em vez de se esgotar, contribuiria para uma coleção, como estatuetas de porcelana. Uma assinatura para uma publicação online - ou um recurso de comércio eletrônico para permitir que uma publicação impressa seja enviada para você - é outro modelo. Por fim, oferecer acesso pago a conteúdo online (por exemplo, Patreon ou OnlyFans) é, na verdade, um tipo de assinatura, porque geralmente ele é empacotado como uma taxa mensal regular que pode ser gerenciada por vários meses em uma transação, geralmente representando uma economia para o consumidor.

Para promover a “não novidade” de tudo isso, quase todos os programas de assinatura utilizam um ou mais destes três apelos básicos:

• Configure e esqueça;

• Estaremos lá quando você precisar de nós;

• Assine e economize.

Para ser justo, a presença da assinatura em uma instalação de comércio eletrônico oferece benefícios muito positivos e tangíveis

para os negócios e para o consumidor. Em um artigo de 2021 sobre o modelo de assinatura, a publicação americana Forbes Magazine colocou de forma mais sucinta: "Compare o perfil médio de um assinante e o de um cliente transacional. O cliente transacional tende a ter menor fidelidade à marca e maior taxa de churn; eles também custam mais para adquirir. Compare isso com um cliente de serviço de assinatura que tem maior retenção e lifetime value; o bônus que esse modelo de negócios oferece às marcas é óbvio." Mais e mais empresas estão oferecendo algum tipo de assinatura. De acordo com pesquisa da UnivDatos, o mercado global de assinaturas de e-commerce deve atingir R$ 13,56 trilhões (US$ 2,64 trilhões) até 2028.

Redefinindo a assinatura

Ter um modelo de assinatura vinculado ao seu negócio nunca criará um súbito momento de êxtase no consumidor. Desde que as assinaturas de produtos de e-commerce foram oferecidas (as fontes variam em torno de quando começaram, então acho que 2002), não houve nenhum avanço real da experiência. A maneira como a assinatura é executada hoje parece mais uma configuração do que um evento, com dois indicadores-chave de desempenho baseados na invisibilidade (ou seja, facilidade subliminar de registro) e na previsibilidade (estabelecimento de um evento de comércio eletrônico como um elemento básico na vida do consumidor).

Vale ressaltar que invisibilidade e previsibilidade são duas qualidades que quase ninguém deseja ter em um amante.

Talvez seja hora de redefinir o que significa assinatura, afastando-a um pouco mais do e-commerce e aproximando-a da experi-

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Anthony Long é um inovador na área de marketing e tecnologia com mais de 20 anos de experiência em transformação digital no mercado global, e-commerce e comportamento mobile do consumidor. Já passou pela Kimberly-Clark e seu atual projeto inclui atribuições de longo prazo em e-commerce e transformação digital para as principais marcas globais de consumo na Europa e nos Estados Unidos.

ência do consumidor. Pode servir a todos nós reconsiderar a assinatura como tendo o potencial de oferecer uma experiência excepcional com frequência, em vez de uma ocorrência que não tem expectativas específicas a serem superadas e que, portanto, passa despercebida. Ao pesquisar o tópico para ir além do meu próprio viés experiencial, encontrei abordagens que combinam diferentes aspectos do que compõe o grande envolvimento do consumidor com as partes legais de se comprar algo. Isso pode ser aplicado a um modelo de assinatura para tornar as coisas mais divertidas para o consumidor. Embora existam muitos, vamos nos concentrar em três:

Torne o unboxing importante

Felizmente, varejistas e marcas estão prestando mais atenção ao unboxing. Quanto mais sofisticado o item, mais importa o unboxing. Isso ocorre porque a embalagem com design excepcional e toque superior à mão, bem como o conteúdo adicional acrescentado para aprimorar a jornada do consumidor ao fazer o unboxing, custa dinheiro. Não é que o ROI não exista, mas torna-se mais desafiador à medida que os custos aumentam. A voz no fundo da minha mente (não, não aquela voz... a outra) dizia: "Você está adicionando custo a um processo que foi projetado para custar o mínimo possível", mas pode haver um grande valor na forma de referências aprimoradas, defesa do consumidor e reverberações nas mídias sociais de consumidores que postam e compartilham suas experiências porque elas são excepcionais.

Considere - no contexto de sua marca ou experiência de varejo - qual seria o nível certo de "UAU" na experiência de unboxing. Ao enviar um produto tangível, pense nisso como um criador de conteúdo, que tem um resumo da newsletter para "todos", mas

conteúdo/experiências adicionais para "somente assinantes". Seguindo essa lógica, se o seu produto estiver disponível no varejo normal, você pode melhorar um pouco sua versão de assinatura por meio de um unboxing exclusivo. Dependendo de até onde deseja ir, você pode considerar um teste no qual cobra uma pequena quantia por mais assinatura, mas agrega valor à experiência jogando amostras grátis ou itens de outras marcas complementares. Esse é um acordo de co-marketing, em que o custo adicional não é repassado ao consumidor, mas sim um investimento de marketing da outra marca.

Quando o consumidor vê seu pacote de assinatura, o primeiro pensamento não deve ser "agora tenho que deixar isso de lado", mas sim "vou pegar uma taça de vinho e meu telefone e abrir para ver o que eles incluíram na caixa desta vez".

Construa um círculo interno

Não muito longe de fazer o unboxing valer a pena, está a noção de usar um modelo de assinatura para envolver mais plenamente um pequeno grupo de fiéis. Esse relacionamento é útil para obter insights deles sobre novos produtos, novas variantes, novas embalagens e novos parceiros secundários de marketing. A ideia do círculo interno é uma destilação da noção de um programa de fidelidade, em que a participação e a capacidade de um consumidor de se sentir parte do futuro da marca ajudam a construir seu valor para todos os consumidores. Como isso acontece está na definição de "pequeno": se 70% dos membros do programa de fidelidade fizerem parte do "círculo interno" da marca, o patrimônio dela poderá crescer rapidamente.

Esse círculo interno pode ser segmentado por muitas qualidades diferentes e pelas chegadas regulares de produtos a serem ava-

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liados (ao lado dos itens padrão adquiridos por assinatura), o que aumenta a expectativa para a chegada do próximo pacote. A participação no círculo interno também pode aumentar o nível de associação ao programa de fidelidade, ao mesmo tempo em que fornece insights excepcionais. É um empreendimento nada trivial nas áreas de planejamento e gestão, mas é, para muitas marcas, um investimento melhor do que a publicidade digital pura, na qual não sabemos quanto dos 50% de gastos não foram desperdiçados.

Classifique suas assinaturas

Nem todos os assinantes são iguais. Aqueles que fornecem maior lifetime value valem o

investimento em uma experiência de assinatura aprimorada. Isso pode significar surpresa e deleite, um número de telefone exclusivo para atendimento ao cliente, convites para um evento privado ou outros benefícios exclusivos para eles.

A abordagem é pegar o modelo de assinatura padrão - que é projetado para ser o mais uniforme e de baixa consideração possível para obter o lucro máximo - e virá-lo de cabeça para baixo para recompensar os consumidores de maior valor com melhores experiências. O que isso significa exatamente em uma base tangível depende da marca ou do varejista: não estou evitando o problema, mas sim permitindo que a marca/ varejista use seus pontos fortes em como eles

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determinam o que fazer, para qual nível de consumidor e quando.

Ao divulgar o programa de assinatura, deve-se destacar a construção "Bom/Melhor/ Melhor ainda" para mostrar aos consumidores que seu investimento e fidelidade serão recompensados pela marca/varejista. A mudança de mentalidade no modelo hierárquico reside em focar na lealdade como um investimento de mão dupla. Isso é 180 graus de "configurar e esquecer", porque mostra ao consumidor que sua lealdade não passa despercebida, nem deixa de ser recompensada.

Mesmo que sua seleção de serviço ou produto não se preste à assinatura como a conhecemos, considere que forma de engajamento frequente e automatizado funcionaria para trazer alegria aos seus consumidores. Pode ser uma newsletter informativa baseada em assinatura (custo: dois meses consecutivos como cliente) que destaca as "melhores" versões dos consumidores que usam o produto ou serviço. Há muitas maneiras de abordar isso, mas fique de olho no resultado desejado: criar mais maneiras de envolver os consumidores e construir o valor de sua marca em suas vidas.

Dois pensamentos independentes, uma conclusão

Leitores atentos desta coluna notarão que esta não é a primeira vez que nosso amigo de oito tentáculos aparece. Portanto, não é de surpreender que o polvo seja, de fato, meu animal favorito há décadas. É uma extraordinária maravilha da engenharia natural que combina hidrodinâmica sofisticada para locomoção, biodinâmica excepcional que permite o crescimento de membros, com um sistema nervoso distribuído que descentraliza tarefas funcionais de nível superior. Além disso, eles ficam bastante saborosos

quando grelhados no carvão de lenha com um pouco de azeite, um pouco de sal, alho, tomilho, páprica e um pouquinho de limão.

A vida é muito mais deliciosa quando você pode manter dois pensamentos opostos em sua mente ao mesmo tempo. Essa habilidade é muito necessária para o profissional de e-commerce de hoje. Sua pilha de tecnologia oferece alguns recursos que aprimoram a experiência do consumidor. Os benefícios do consumidor, como a assinatura, foram basicamente projetados para - de uma forma ou de outra - cercá-lo e obrigá-lo a não navegar na web para fazer compras.

É hora de dar ao consumidor um nível mais alto de consideração e levá-lo ainda mais à lealdade automotivada à sua marca. Assim, mais do que o mecanismo de troca de dinheiro por mercadorias, o comércio eletrônico hoje precisa combinar aspectos do CRM com a jornada de compra para agregar valor ao momento de pré-venda e manter a empolgação da aquisição até o pós-venda. Você não pode mais apenas delegar - é preciso participar.

Independentemente de como você se sente em relação a polvos.

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A ECONOMIA DA RECORRÊNCIA COMO UM MOTOR PARA A RETENÇÃO DE CLIENTES

Nos últimos anos, o modelo de negócios baseado em assinaturas tem se tornado cada vez mais popular no Brasil, especialmente no comércio eletrônico. A economia da recorrência é uma tendência que ganha espaço no e-commerce, devido à oportunidade de ampliar a retenção de clientes e de ter uma previsibilidade de receita, fundamental para o sucesso dos negócios.

A expectativa é de que, em 2023, as compras online no Brasil cheguem a US$ 171 bilhões, conforme estimativa levantada pela empresa de bandeira de cartão Visa, divulgada pela consultoria Capterra. Assim como as vendas por e-commerce continuam a crescer, o mercado da recorrência também está em grande expansão no mundo todo. De acordo com a consultoria The Business Research

Company, o segmento de assinaturas deverá gerar quase US$ 1 trilhão até 2026.

Um dos principais benefícios da economia da recorrência para as empresas é a previsibilidade de receita, o que permite a criação de planos de negócios mais precisos e confiáveis. Com uma receita previsível, as empresas podem investir em melhorias, novos produtos e serviços, além de criar estratégias de longo prazo.

Redução do CAC

Ter uma receita previsível somente é possível a partir de uma base sólida de clientes fiéis e engajados, o que aumenta sua retenção e reduz o custo de aquisição de novos consumidores. De acordo com estudo realizado pela Marketing Metrics, a taxa de sucesso de

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vendas para um cliente já existente varia de 60% a 70%, enquanto a taxa de sucesso de vendas para um novo cliente está em torno de 5% a 20% apenas.

Nesse sentido, é mais efetivo sua empresa investir no cliente que já está em sua base do que ter um desgaste para adquirir novos. Além disso, a possibilidade de ter mais lucro com esse cliente já existente também é maior, e a tendência é de que ele consuma mais de sua empresa - pois já a conhece e confia nela. O custo de aquisição desse cliente também é mais baixo e, em pouco tempo, recupera-se o investimento realizado para conquistá-lo.

O que pode ser vendido por assinatura?

Praticamente tudo. Engana-se quem pensa apenas em assinaturas de serviços de streaming. A economia da recorrência vai além, incluindo outros serviços e produtos diversos vendidos por assinatura. O potencial do mercado de assinatura é tanto que, segundo pesquisa divulgada em outubro de 2022 pela Capterra, 94% dos entrevistados possuíam alguma assinatura de serviços ou produtos. Ainda, 54% dos consumidores disseram estar dispostos a assinar um produto das marcas que gostam.

Em pesquisa encomendada em dezembro de 2022 pela PagBrasil ao instituto On The Go, foi possível identificar que a categoria Serviços Digitais lidera a participação na economia da recorrência: 65% dos entrevistados revelaram que assinam algum serviço digital como games, streamings, plataformas de cursos online, softwares, armazenamento em nuvem, entre outros.

Além do segmento de entretenimento, que vem em segundo lugar no ranking, o segmento de saúde e bem-estar aparece na terceira posição, com 42% de participação na economia da recorrência brasileira. Aqui é interessante pensar que, especialmente após a pandemia, a saúde tem sido cada vez mais valorizada entre as pessoas.

Pensando nisso, por que não oferecer serviços e produtos desse segmento por recorrência? Uma farmácia, por exemplo, poderia oferecer assinatura de alguns medicamentos consumidos com frequência pelos clientes. É o que já acontece com algumas marcas de vitaminas e suplementação alimentar, que possuem os seus próprios clubes de assinatura e conseguem disponibilizar planos personalizados a seus clientes.

Apesar de parecer complexo começar esse novo modelo de negócio no e-commerce, existem soluções e ferramentas prontas para serem implementadas, que desburocratizam a adoção dessa forma recorrente de vendas. Elas servirão para promover um negócio diferenciado nesse mercado em ascensão e serão uma excelente experiência aos consumidores.

Ralf Germer é CEO e cofundador da PagBrasil. Possui vasta experiência nas áreas de administração de negócios, desenvolvimento de negócios internacionais, marketing e vendas online, bem como processamento de pagamentos. Antes da PagBrasil, Ralf foi vice-presidente de Marketing de Produtos para a Europa da Actebis e mais tarde fundou a 4M Iberoamérica.

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O NOVO E-COMMERCE

Atualmente, lemos no LinkedIn e ouvimos conhecidos falarem de tantas mudanças no e-commerce e no varejo que logo imaginamos que estamos muito atrasados em questões de governança de dados e de clientes. Como podemos caminhar para um cenário completamente novo, se não sabemos mensurar essa nova realidade?! Sim, isso realmente é um desafio, já que as métricas antigas continuam validadas (principalmente para as áreas financeiras e demonstrativos para investidores), mas não são integralmente válidas para o desenvolvimento do business. E então, o que fazer?

Apesar de bastante polêmico, com tamanha fatia de pessoas que discordam dessa visão, vou tentar resumir em cinco passos o que deve ser repensado no seu negócio para que tenha uma afinidade maior com seu cliente e sucesso em vendas.

Reavalie o valor da marca

As perguntas mágicas seriam:

1. Em que redes sociais você está?

2. Qual o número de seguidores e qual seu engajamento nessas redes?

Essas respostas podem estimar a quantidade de clientes potenciais e possíveis influenciadores da sua marca. São seu primeiro alvo, que têm maior propensão a comprar seu produto, recomprá-lo e eventualmente assinar algum programa de fidelidade com sua marca. Hoje, as marcas são escaláveis e, quanto mais positivo forem esses indicadores, maior a chance de a marca obter um crescimento mais acelerado. Isso porque terá grandes chances de conseguir um efeito em rede sustentável – diferentemente de um influenciador pago, que trará picos de audiência, porém, sem sustentação do baseline de tráfego.

Repense seus indicadores

Para quem está acostumado a analisar os indicadores tradicionais, não os perca de vista. No entanto, eles não são os mais relevantes. Sim, é importante olhar o CAC (custo de aquisição do cliente). É importante para fazer seu planejamento financeiro não gastar mais do que pode e não comprometer seus indicadores financeiros. Mas ainda mais importante do que olhar o CAC de forma independente é olhar a equação LTV/CAC (qual o valor trazido pelo cliente ao longo do tempo dividido por quanto custa trazê-lo para sua base?). Isso indicará se o cliente se

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Atuando desde 2010 com mercado digital, e-commerce e omnichannel, Pedro Padis é Diretor Executive de Growth na Adventures.INC. Com histórico de head de e-commerce do Grupo Aste, coordenou grandes operações de marcas globais como New Balance, Kipling e Diesel. Ainda traz denso background em varejo, tendo passagens pelo Dia e Walmart.

paga ao longo do tempo e se ele é rentável para a empresa.

É possível trazer um cliente de forma mais barata, através de mídia e promoções, mas será que é um cliente que permanecerá fiel à marca e trará receita futura? Lembre-se de descontar clientes que retornam à marca apenas em eventos promocionais, pois, nesse caso, você estará pagando novamente para trazer esse consumidor, como se fosse um cliente novo.

Existe uma recomendação das plataformas de mídia em indicar um público amplo para que a inteligência dessa ferramenta entregue para os públicos de maior conversão. Contudo, se não analisar esses públicos e segmentar suas campanhas, será uma caixa preta sem inteligência para o negócio. Assim, é de extrema importância que mescle esse tipo de mídia com análise de dados aplicada ao planejamento de mídia tradicional, pois esses segmentos de maior conversão certamente custarão mais, mas terão maior propensão de se tornarem consumidores fiéis, que comprarão a marca mesmo em períodos não sazonais e promocionais. Já vimos diversas marcas crescerem rapidamente e, quando tiram seus investimentos de mídia, retraem suas vendas ou estabilizam seu crescimento. Podemos citar algumas empresas de mercado, como Wine, Evino, Liv Up, dentre outras.

Outros indicadores, como ticket médio, taxa de conversão, ROI e ROAS, vão impactar no LTV, e todos esses indicadores devem apresentar constante melhoria sem que haja impacto no seu CAC. Isso levará seu LTV para cima e, consequentemente, melhorará a equação. Importante sempre considerar o desconto aplicado ao produto como investimento para aquisição de cliente.

Cada negócio tem seus indicadores específicos, então faça um levantamento do que realmente é fator relevante de sucesso e defina métricas que possam constantemente melhorar seu desempenho. Acompanhe de perto esses números e aprimore-os dia a dia. Um exercício de mind the gap é vital para encontrar lacunas de indicadores que podem mascarar seu desempenho.

Desenvolva seus canais de venda

Aqui, podemos falar de duas vertentes. A primeira é a sempre necessária omnicanalidade. Seus canais devem ser completamente integrados para que se consiga analisar de forma holística suas vendas e conseguir entender quais os melhores clientes e quais os principais fatores de conversão. Assim, poderá trabalhar de forma transversal entre seus canais.

Com isso feito, é importante que desenvolva novos canais. Além de um possível canal offline, atualmente existem diversas formas de diversificar os canais digitais. Além do e-commerce, importante para seu posicionamento de marca e produtos exclusivos para consumidores assíduos, existem novas opções para que as vendas cresçam mais rapidamente. Além dos marketplaces, que hoje representam aproximadamente 75% de todo tráfego dos sites de compra, podemos comentar sobre algumas alternativas, como WhatsApp, redes sociais e aplicativos.

Atualmente, essas outras opções de canais digitais podem representar mais de 50% do total das vendas digitais.

Mas não deixe de avaliar a aderência de cada cliente aos canais propostos e direcione as vendas de cada consumidor para o canal de maior conversão e para cada público mapeado. Entretanto, esse dado deve ser cruzado

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com os canais de maior rentabilidade. Caso claro disso é a atuação dos marketplaces, que, apesar de terem tráfego intenso, cobram comissão de vendas, podendo se tornar canais menos rentáveis do que outros. O ideal seria uma estratégia que possa migrar um cliente de um canal para outro mais rentável e uma análise de custo para esse movimento.

O WhatsApp, por exemplo, vem se mostrando bastante eficiente, pois consegue entregar o atendimento personalizado das lojas físicas com custos compatíveis aos do e-commerce, tornando-se um canal de alta conversão, rapidez de atendimento e de custos mais baixos do que o de outros canais. Quando falamos de vendas por WhatsApp, não estamos falando de bots, mas sim de atendimento humano, que facilite e possibilite o esclarecimento de dúvidas, proximidade com o cliente e gatilhos de conversão mais efetivos. E que não abandone a venda até concretizá-la, junto ao cliente que vai retomar a janela da conversa diversas vezes ao longo do dia.

Outra estratégia que vem ganhando força é o envio de malinhas, por meio das quais a loja envia um sortimento aderente ao cliente e ele tem um tempo para escolher e devolver

a mala. Esse conceito já é bem desenvolvido fora do Brasil e vem se expandindo por aqui.

Reconstrua sua logística

Todas as pesquisas com consumidores indicam que uma logística rápida e eficiente é um fator de sucesso. Ninguém mais quer esperar quatro ou cinco dias para receber seu produto. Curioso aqui é que, quase sempre, sites internacionais (especialmente chineses) conseguem ter uma logística mais eficiente do que diversos sites nacionais.

Nesse sentido, é preciso refletir sobre alguns pontos da sua logística, como tempo de entrega, valor do frete e logística reversa. Como está sua eficiência em cada um desses pontos?

Essa é uma equação difícil, pois, normalmente, para se ter uma entrega super-rápida, o custo será mais alto. Ter uma logística reversa melhor do que a dos Correios também trará um custo mais alto, muitas vezes maior do que o do próprio produto. Dessa forma, mapeie as localidades de maior venda e crie uma rede de distribuição em volta desses pontos. Isso trará economia rápida e melhorará todos os indicadores.

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“O ideal seria uma estratégia que possa migrar um cliente de um canal para outro mais rentável e uma análise de custo para esse movimento. ”

Com o conceito de omnicanalidade implementado, as lojas físicas ou lojas-pulmão podem servir de apoio para sua distribuição, reduzindo o tempo de entrega e principalmente oferecendo uma logística reversa exclusiva, na qual o consumidor não precisará se deslocar para fazer uma troca ou devolução. Esse ponto específico vem ganhando relevância e se tornando um fator de fidelização.

Como exemplo bem-sucedido dessa estratégia cito as lojas Swift, em franca expansão no Brasil, que conseguem fazer entregas rápidas em diversas localidades, partindo da loja física mais próxima e com um custo logístico bem semelhante ao da entrega tradicional.

Pratique valores de ESG

Apesar de ainda ser um conceito em desenvolvimento, tudo indica que valores de sustentabilidade ambiental, social e corporativa vêm ganhando cada vez mais destaque. Isso ainda não se apresenta como fator determinante de sucesso, mas certamente já é uma questão de diferenciação no momento da venda. Ou seja, em condições semelhantes, empresas com essa cultura tendem a ser escolhidas pelos consumidores.

Mas como assimilar essa nova cultura? Comece pensando pequeno e olhando para alternativas de modificação simples. Isso fará com que a cultura seja absorvida pela empresa e, aos poucos, expandida para outras áreas. Pensar em produtos com inovação ambiental é normalmente o caminho escolhido pelas companhias, mas isso representa muito pouco para a cultura da empresa e é mais usado como apelo de venda.

Meu olhar indicaria para começar com itens de fácil ajuste - por exemplo, embalagens de envio. Quais materiais você usa? São recicláveis, reutilizáveis ou de baixo consumo de

carbono? Normalmente as empresas usam caixas, papel bolha, sacolas, papel craft etc. Mas existem casos ainda mais complexos, como empresas de congelados, chocolates ou outros produtos perecíveis, que muitas vezes são entregues em caixa de isopor (altamente prejudicial ao meio ambiente). Por outro lado, vemos a Bacio de Latte usar sacolas metalizadas que fazem a mesma função térmica para conservação dos produtos, gerando muito menos resíduos.

Outro fator em que se pode pensar é a logística. Apesar de ser uma demanda dos clientes, entregas ultrarrápidas normalmente são individualizadas, pesando na cadeia de carbono. Nesse ponto, a entrega a partir de lojas físicas ou pulmão reduz o percurso, sendo possível realizar entregas de menor distância com veículos ou até mesmo com veículos não motorizados, como motos elétricas e bicicletas. A Reserva inovou há alguns anos em sua loja modelo no Rio de Janeiro, na qual fazia a entrega em até quatro horas usando bicicletas. Além de alinhar com o conceito ESG, gerou um valor importante para a marca.

Diante de um cenário difícil para o e-commerce no curto prazo, em que vemos casos como os de Americanas, Livraria Cultura e diversos pequenos e médios e-commerces enfrentando dificuldades, iniciativas inovadoras e indicadores que tragam uma visão mais consistente de futuro e de seus clientes são essenciais para revertemos esse cenário e conseguirmos crescer novamente acima de dois dígitos. O nosso mercado digital precisa inovar de fato, e não apenas aguardar a mudança de hábito dos consumidores.

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DICAS DE LEITURA

A AUTOBIOGRAFIA DE MARTIN LUTHER KING - CLAYBORNE CARSON

Um dos maiores símbolos da luta por igualdade, justiça e paz da humanidade, Martin Luther King liderou uma revolução que mudou os Estados Unidos e influenciou o mundo inteiro. Por sua política de resistência e transformação social através da não violência, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964. Com base em arquivo inédito de textos autobiográficos do próprio King, incluindo cartas e diários não publicados, assim como filmes e gravações, Clayborne Carson - historiador da Universidade Stanford e diretor do Martin Luther King Jr. Research and Education Institute - cria um inesquecível retrato em primeira pessoa do grande líder. "Valioso e inestimável. King era eloquente e refinado de forma consistente, um mestre da palavra e do efeito, dono de uma voz inconfundível e verdadeira."

MALCOLM X: UMA VIDA DE REINVENÇÕES - MANNING MARABLE

Numerosas personagens compõem as metamorfoses sofridas por Malcolm Little, o franzino filho de uma família de negros pobres nascido numa pequena cidade do Centro-Oeste americano, até sua conversão decisiva em Malcolm X, o religioso muçulmano e incendiário combatente da revolução mundial que morreu como apóstolo da paz entre os povos. Numa narrativa minuciosa, o autor acompanha os passos desse gigante afro-americano ao longo de dezenas de cidades dos Estados Unidos, além das viagens à África, à Europa e ao Oriente Médio como porta-voz da revolta dos descendentes de escravos e dos direitos dos oprimidos.

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RACISMO ESTRUTURAL - SILVIO ALMEIDA

Nos anos 1970, Kwame Turu e Charles Hamilton, no livro "Black Power", apresentaram pela primeira vez o conceito de racismo institucional: muito mais do que a ação de indivíduos com motivações pessoais, o racismo está infiltrado nas instituições e na cultura, gerando condições deficitárias a priori para boa parte da população. É a partir desse conceito que o autor Silvio Almeida apresenta dados estatísticos e discute como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira.

ESCRITOS DE UMA VIDA - SUELI CARNEIRO

A mulher negra é a síntese de duas opressões, de duas contradições essenciais: a opressão de gênero e a da raça. Isso resulta no tipo mais perverso de confinamento. Se a questão da mulher avança, o racismo vem e barra as negras. Se o racismo é burlado, geralmente quem se beneficia é o homem negro. Ser mulher negra é experimentar essa condição de asfixia social.

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Fonte: Amazon.com

AMERICANAS Marketplace | www.americanasmarketplace.com.br

A Americanas Marketplace soma as maiores vitrines da internet pra você multiplicar resultados! Com um cadastro só, você vende na Americanas, no Submarino e no Shoptime, sites que recebem mais de 1 bilhão de visitas de mais de 53 milhões de clientes. Aqui tem espaço para lojistas de todos os tamanhos, segmentos e experiências e soluções completas para impulsionar seu potencial: são serviços de crédito, publicidade, logística e conteúdos em todos os formatos que levarão seu negócio cada vez mais longe. Venha somar a força da marca por trás das grandes marcas ao seu negócio!

Infracommerce | https://www.infracommerce.com.br/

A Infracommerce é pioneira e líder em Full Commerce. É o maior ecossistema independente e integrado que combina tecnologia, serviços e infraestrutura para digitalizar canais de vendas. A companhia entende a estratégia dos clientes e operacionaliza soluções completas e modulares para garantir que eles entreguem a melhor experiência aos seus consumidores. Presente, também, no México, Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Argentina e mais de 4.000 funcionários. Desde maio de 2021, está listada na Bolsa de Valores como:“IFCM3”.

Infralog une tecnologia e infraestrutura para oferecer fulfillment de alto nível

Entre o checkout no site e o recebimento do pedido, existe um complexo processo que é parte essencial de uma experiência de compra de alto nível. Para ajudar players do varejo e da indústria a garantir a satisfação e o encantamento dos seus clientes, a Infracommerce, pioneira e líder em full commerce, estruturou uma vertical de negócio inteiramente dedicada ao fulfillment. É a Infralog, que oferece centros de distribuição, dark stores, tecnologia específica para otimizar preços e prazos de frete e garantir controle total sobre as entregas, além de uma estrutura completa de SAC com colaboradores especializados. Boa pedida para quem quer escalar seu negócio sem precisar de altos investimentos.

Magazine Luiza | www.magazineluiza.com.br/

O Magalu é o maior ecossistema para comprar e vender no Brasil, uma plataforma digital, com pontos físicos e calor humano. Desde maio de 2011, a companhia é listada no Novo Mercado da B3. Nos últimos anos, fez diversas aquisições, consolidando sua presença nacional. Além de 1.400 lojas em 21 estados do país, o Magalu conta com mais cinco marcas online: Netshoes, Zattini, Shoestock, Época Cosméticos e Estante Virtual - além de milhares de sellers em seu marketplace, a plataforma de delivery AiQFome e um SuperApp com quase 38 milhões de usuários ativos.

Magalu Ads - o impacto que monetiza

O Magalu Ads é o ecossistema de publicidade do Magalu que tem como objetivo contribuir para a digitalização do país, além de empoderar parceiros e clientes com soluções assertivas, simples e inovadoras. Esse serviço oferece ferramentas capazes de atender às necessidades de todas as marcas através de estratégias 360 - desde performance, por meio da solução de vitrine patrocinada, a branding e projetos especializados em portais de conteúdo como Jovem Nerd, Canaltech e Steal the Look*,* ou nas redes sociais da Lu, a influenciadora virtual do Magalu. Destaque sua marca no site e no superapp do Magalu - são mais de 400 milhões de visitas por mês e mais de 20 milhões de visitantes únicos.

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Nuvemshop | www.nuvemshop.com.br/

A Nuvemshop é a plataforma de e-commerce líder na América Latina e tem o compromisso de potencializar e motivar todos os empreendedores a transformarem seus sonhos em histórias que transcendam. Com mais de 100 mil lojas, integra produtos, pagamentos, envios e disponibiliza de um ecossistema com mais de mil parceiros, como Facebook, Instagram, marketplaces e lojas físicas. Atualmente, a companhia tem mais de mil colaboradores e escritórios no Brasil, México, Argentina e Colômbia.

Pagar.me | https://pagar.me/

O Pagar.me é uma plataforma de serviços financeiros digitais que possibilita ao seu e-commerce aceitar cartão de crédito, boleto bancário, voucher online e Pix com segurança e transparência. Sua tecnologia proprietária entrega estabilidade e as mais altas taxas de conversão de pagamentos. Além de ferramentas voltadas para o aumento das suas vendas, como Compra Com Um Clique e Retentativa de Pagamentos e, ainda, um suporte 100% humano para fazer o seu negócio crescer!

Wallet de Clientes: ferramenta Pagar.me que traz assertividade de dados

A Wallet de Clientes viabiliza que negócios digitais armazenem informações do cliente com segurança de dados, sem precisarem se enquadrar em regras de segurança. Isso porque o próprio Pagar.me faz todos esses trâmites. A partir do armazenamento de dados, como histórico de compra e valor de pedidos, o lojista consegue extrair informações sobre o ticket médio do seu negócio, a jornada de compra do seu consumidor e quem são seus clientes recorrentes. Esses dados podem ser utilizados em favor das suas ações de marketing, tornando as campanhas mais assertivas, personalizadas e atrativas.

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Admitad | https://www.admitad.com/pt/

A Admitad é uma empresa líder global que fornece soluções inovadoras de marketing de performance, com sede em Neckarsulm, Alemanha. A empresa oferece um conjunto de ferramentas e serviços para anunciantes, afiliados e influenciadores de todos os tamanhos para ajudá-los a expandir seus negócios globalmente e aumentar as receitas com parcerias estratégicas.

Soluções inovadoras de marketing de performance

Há 12 anos no mercado, a Admitad oferece um conjunto de ferramentas e serviços para anunciantes, afiliados e influenciadores de todos os tamanhos para ajudá-los a expandir seus negócios globalmente e aumentar suas receitas com parcerias estratégicas. A empresa conta com 11 escritórios pelo mundo, sendo um deles em São Paulo (SP), e só em 2022 rastreou mais de 130 milhões de pedidos online. A Admitad lista transparência, mensuração e atribuição justa no topo de suas prioridades, trabalhando com mais de 100 mil afiliados ativos e com mais de três mil anunciantes, incluindo B2W, Itaú, AliExpress, Lenovo, Adobe, Booking.com, Nike, adidas e muitos mais.

Adyen | www.adyen.com/pt_BR/

A Adyen é a plataforma de pagamentos escolhida por muitas das principais empresas do mundo, fornecendo infraestrutura moderna ponta a ponta para eliminar barreiras e entregar a melhor experiência de compras para o consumidor, em qualquer canal. Adyen integra processamento, antifraude e adquirência, e abre a “caixa preta” de insights de dados para levar maiores taxas de conversão às empresas. Com escritórios em todo o mundo, a Adyen atende clientes como Uber, 99, Cabify, Magazine Luiza, Netshoes, Dafiti, Amaro e Azul Linhas Aéreas, impactando mais de 50 milhões de consumidores no Brasil.

62 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //DROPS DO MERCADO

Awin | www.awin.com/br

Com vinte anos de experiência, nossa rede oferece uma comunidade global de pessoas, tecnologia e insights de business intelligence. Não importa que tipo de parceiro, nível de serviço ou ferramentas seu negócio precise, a Awin fornece soluções para impulsionar o crescimento sustentável. Parte dos Grupos Axel Springer e United Internet, com ShareASale e Commission Factory, a rede global de afiliados da Awin é composta por 15 escritórios em todo o mundo, mais de mil funcionários, 225.000 afiliados contribuintes e 16.500 anunciantes.

Bling | https://www.bling.com.br/home

O Bling é um sistema de gestão ERP online que auxilia o pequeno e médio empreendedor nas rotinas do seu negócio. Por meio de automações e integrações, descomplica a emissão de notas fiscais, boletos, controle de estoque, até a venda online em e-commerces ou marketplaces. A empresa segue em expansão com a melhoria de funcionalidades e criação de novas soluções, como a Bling Conta: conta digital que opera integrada ao sistema ERP. Já pensou em controlar todo o processo de venda dos seus canais em um só lugar, além de gerir o fluxo financeiro e até pagar contas? Com o Bling é possível!

Agora é possível ter ainda mais controle sobre lucros no Bling

O Bling, sistema de gestão online para pequenas e médias empresas, sabe como o controle financeiro é importante para uma empresa prosperar. Por isso, chegaram as taxas e comissões de marketplaces, uma nova funcionalidade do sistema, na qual o(a) empreendedor(a) saberá o valor exato recebido por suas vendas, ganhando ainda mais controle sobre a gestão financeira do negócio. Além disso, não corre risco de perder dinheiro ao precificar o produto de forma errada, afinal, terá as informações do frete e da comissão cobrados pelo marketplace, detalhados em cada uma das vendas, de maneira automática!

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China Link Trading | https://www.chinalink.info

A China Link Trading é a maior consultoria de importação do Brasil: nosso foco é importar com segurança, agilidade e excelência da China, atendendo empresas de pequeno, médio e grande porte que buscam aumentar seus lucros. A empresa conta com escritórios no Brasil e China, o que garante controle de qualidade, compreensão do mercado interno e melhores possibilidades de negócio. A estrutura operacional da empresa possibilita atender diversas demandas e múltiplos clientes, como negócios já bem estruturados e também aqueles que possuem apenas a ideia e investimento inicial para o projeto.

China Link Trading cria primeira plataforma de cursos online do Brasil voltada para importadores

Chega ao mercado a plataforma IMPO Club, uma ferramenta para quem deseja importar com segurança, eficiência e qualidade. O IMPO Club oferece uma ampla variedade de treinamentos, desde noções básicas até estratégias avançadas desenvolvidas por profissionais experientes e atualizados. A plataforma oferece informações valiosas sobre fornecedores confiáveis, negociação de preços, controle de qualidade, logística e muito mais. Os usuários podem testar a plataforma gratuitamente por sete dias e ter acesso a todo o conteúdo gratuito, assistindo a vídeos e acessando materiais exclusivos. Uma oportunidade única para se destacar em um mercado de importação cada vez mais competitivo e exigente.

ClearSale | https://br.clear.sale/

A ClearSale (CLSA3) é especialista em soluções de prevenção e gerenciamento de risco nos mais diversos segmentos, como e-commerce, mercado financeiro, vendas diretas e telecomunicações. É a empresa que mais conhece o comportamento digital do consumidor brasileiro. Com capital aberto desde 2021, a ClearSale tem a missão de equilibrar tecnologia e profissionais especializados para entregar excelentes indicadores aos clientes, a fim de gerar cada vez mais confiança no mercado.

Relatório Anual de CiberSegurança 2022

Nos últimos anos, o ThreatX, solução de Threat Intelligence e Brand Monitoring da ClearSale, passou a coletar dados a fim de mapear a atuação de agentes maliciosos e as movimentações do mercado cibercriminoso. Com isso, foi gerado o Relatório Anual de Cibersegurança 2022, que apresenta análises e descobertas obtidas com os principais eventos cibernéticos do ano, informações sobre o e-commerce, vulnerabilidades de destaque e o impacto que tiveram nas organizações em todo o mundo. O relatório é de extrema relevância para clientes, profissionais de segurança cibernética, e-commerces, financeiras e líderes empresariais que buscam proteger seus ativos

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Compass UOL | https://compass.uol

A Compass UOL é especialista em serviços de transformação digital. Projeta e constrói plataformas nativas digitais usando tecnologias de ponta para ajudar empresas a inovar, transformar negócios e prosperar em seus setores. Cultiva os melhores talentos, criando oportunidades para melhorar a vida das pessoas e focando em como as tecnologias disruptivas podem impactar positivamente a sociedade.

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Dito | www.dito.com.br/

A Dito é um CRM omnichannel que empodera o varejo a conhecer e se relacionar de forma personalizada com seu maior ativo: o consumidor. Grandes marcas como Inbrands, Grupo Soma e Polishop usam a plataforma para unificar dados sobre os clientes das lojas físicas e do e-commerce, impactar sua base com campanhas digitais, empoderar força de vendas com carteiras segmentadas, entender a experiência de compra e mensurar o impacto das ações nas vendas. A Dito é uma empresa de tecnologia com mais de 14 anos de mercado. Estamos sediados em Belo Horizonte e a nossa plataforma de CRM já ultrapassou a marca de 15 mil usuários. Atendemos diversas marcas renomadas como Chilli Beans, FARM, Animale e Piticas. O CRM da Dito integra canais online (e-commerce, aplicativos) e offline (loja física), proporcionando aos clientes o desenvolvimento de estratégias omnichannel de marketing.

Capriche na segmentação e garanta o melhor resultado

Um estudo da Harvard Business Review apontou que 85% dos 30 mil lançamentos de produtos nos EUA não geraram a receita desejada por falta de uma boa segmentação. Segmentar suas comunicações de forma correta permite alcançar um ROI muito melhor, fornecendo a mensagem certa para cada tipo de cliente. Com o Dito CDP, é possível identificar comportamentos de oportunidade, acompanhar eventos realizados individualmente por cada cliente e ainda conhecer sua base como nunca antes. Assim, você planeja sua próxima campanha a partir de dados e fatos históricos e garante resultados fantásticos. Tudo isso garantindo o cumprimento da LGPD e a total segurança dos dados dos seus consumidores.

Elo | https://www.elo.com.br/

A Elo é uma das principais empresas brasileiras de tecnologia de pagamentos, com portfólio diversificado de produtos e serviços. Com 10 anos de mercado, tem mais de 180 milhões de cartões emitidos em parceria com mais de 30 emissores. Sua aceitação engloba 11 milhões de estabelecimentos em todo o País, além de 200 países e territórios, resultado da parceria com a Discover Global Network, marca global de pagamentos da Discover Financial Services. A Elo é reconhecida como uma das Melhores Empresas para Trabalhar, de acordo com o ranking Instituições Financeiras, do Great Place to Work 2020.

ENEXT | https://enext.com.br/

Enext, empresa do grupo Wunderman Thompson, é especialista em gestão de Mídia nos Marketplaces. Fundada em 2008, é pioneira no desenvolvimento do mercado digital e referência em gestão de Mídia no Mercado Livre, Amazon, B2W, Magalu, Shopee, entre outros. Tem por missão transformar as pessoas para o futuro, acreditando e fortalecendo os conhecimentos internos para transformar a experiência digital e alavancar os resultados dos seus clientes nos marketplaces.

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Enivix |

http://www.enivix.com.br

A Enivix é uma Logtech Platinum Log que entrega resultados através da terceirização de operações logísticas (fulfillment), viabilizando a melhor estratégia fiscal desde o recebimento de produtos, armazenagem e manuseio ao acompanhamento de processos e entrega do pedido ao cliente final melhorando a jornada de compra das principais empresas de e-commerce do país. Online e Inteligente com uma estrutura que totaliza 150 mil m² nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro.

Como otimizar sua jornada logística?

A fluidez na jornada logística é possível através da tecnologia com plataforma OMS (Order Management System) que integra WMS, TMS e ERP, viabilizando a consolidação dos principais KPIs operacionais através de um dashboard inteligente e da gestão orientada a dados, trazendo assim a qualidade que gera a recompra no seu e-commerce. Ter toda a sua estratégia logística e fiscal pré-definidas e ainda poder contar com a gestão de armazenagem, estoques, separação e expedição sendo monitoradas e realizadas por um time especializado contribuem para que os seus indicadores tornem-se mais saudáveis e que sua jornada de compra tenha consideravelmente menos reclamações.

Frete Rápido | https://freterapido.com/

A Frete Rápido é o maior Hub de Transporte Digital da América latina e fornece tecnologia para empresas B2B e B2C que atuam no e-commerce, com operações omnichannel, multiorigem, ship from store, marketplace in/out e lojas virtuais. O Hub FR permite que o lojista conecte seus parceiros de entrega e utilize as transportadoras já disponíveis na plataforma. As funcionalidades permeiam toda a jornada de compra, como cálculo de frete, consolidação de volumes, rastreio automatizado, gestão, auditoria dos fretes e arquitetura guarda-chuva.

66 | E-COMMERCE BRASIL | 2023 //DROPS DO MERCADO

Somos uma Logtech Platinum Log. Nosso foco principal está na entrega da terceirização de operações logísticas através da definição da melhor estratégia fiscal até o recebimento de produtos, acompanhamento de processos e entrega do pedido ao cliente final Online e Inteligente.

Solução Logística Integrada

Gestão 100% integrada e automatizada, Melhores acordos de frete , Maior capilaridade, Estruturas físicas escaláveis com licença ANVISA e altamente seguras.

Plataforma Logística

Dashboards e Analytics

Gestão de estoques (WMS)

Controle de SLA (OTIF e OTD)

Evolução de pedidos em microstatus

Tracking Personalizado

www.enivix.com.br enivixbr

Intelipost | https://www.intelipost.com.br/

Com o propósito de simplificar a logística no mercado da América Latina, o grupo Intelipost se consolida como líder em gestão de fretes no Brasil. Com soluções que vão desde o cálculo de frete, roteirização a pontos de retirada em seu portfólio, o grupo integra de maneira inteligente toda a cadeia logística com tecnologias de altíssima confiabilidade, atendendo mais de 4 mil lojas, e realiza, em média, 2 bilhões de cotações de frete por mês.

TMS da Intelipost oferece mais opções para e-commerces que buscam soluções em reversa

Visando aumentar cada vez mais o leque de serviços que oferece ao e-commerce brasileiro, a Intelipost vem investindo no módulo de Reversa do seu TMS. Com novas melhorias, agora é possível integrar o sistema a diversas transportadoras do mercado para a prestação de serviço de reversa para o usuário embarcador. O objetivo é oferecer a mesma versatilidade para o varejista tanto na escolha das transportadoras para o envio quanto para a reversa, um serviço cada vez mais destacado como diferencial no varejo do país. Conheça o módulo de Reversa Intelipost: https://bit.ly/3ZqBRVk.

Jadlog | https://www.jadlog.com.br/jadlog/servicos

A Jadlog é uma das maiores empresas de logística e transportes de cargas expressas fracionadas do País. Em janeiro/2017 se associou com a DPDgroup, a segunda maior rede de entrega de encomendas internacionais da Europa. Destacando-se no mercado pela rapidez e qualidade, a Jadlog dispõe de uma das maiores estruturas de distribuição porta a porta de encomendas do país. Através de sua rede de mais 500 franquias espalhadas por todas as capitais, DF e principais cidades, a empresa atende todos os municípios do país. Sua frota é formada por mais de 240 caminhões e carretas e 4.500 utilitários.

Jadlog oferece integração logística descomplicada

Empenhada em aprimorar a experiência dos clientes, a Jadlog, uma das maiores empresas de transportes de cargas fracionadas do Brasil e uma das principais operadoras logísticas do e-commerce, possui um sistema tecnológico que realiza a integração logística de maneira ágil e descomplicada com varejistas e marketplaces de todos os tamanhos. A integração logística está diretamente ligada à conveniência das entregas e à satisfação dos consumidores, de modo que toda a facilidade do processo oferecido pela Jadlog acaba sendo um diferencial competitivo para ambas as partes.

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Kangu | https://www.kangu.com.br/

A Kangu é uma empresa do Mercado Livre com o objetivo de revolucionar a estrutura convencional de fazer entregas na cidade. Sua plataforma de envios oferece cotação de fretes mais econômicos com diversas transportadoras parceiras e os Pontos Kangu, estabelecimentos de bairro que viabilizam envios, devoluções e retiradas mais eficientes das mercadorias. Fundada em 2019, a Kangu já conta com 5 mil pontos de postagem e retirada no Brasil, México, Colômbia e mais recentemente no Chile, contabilizando mais de 110 milhões de envios intermediados para 70 mil lojistas online.

Envios com mais inovação

A Kangu descomplica mais uma vez a rotina dos empreendedores virtuais. Agora, a emissão de etiquetas de envios via Kangu já consta com o DANFE simplificado, uma versão reduzida do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica. Essa funcionalidade tem como objetivo regularizar o envio, facilitar as informações para o destinatário da mercadoria, trazer agilidade para o emitente da nota fiscal e aumentar a segurança. Essa inovação é exclusividade da Kangu, a única plataforma de fretes com a preocupação de otimizar a gestão do seu negócio e evitar erros operacionais.

Linx

| www.linx.com.br/linx-digital

Soluções que unificam a operação física e online do varejo, melhoram a performance e oferecem para o negócio inteligência de ponta a ponta. Linx Commerce: plataforma robusta e flexível de e-commerce para varejistas que vendem para outras empresas e/ou para consumidores finais, e buscam presença em marketplaces. Linx Impulse: suíte de personalização, mídia e retargeting com algoritmos de inteligência artificial para transformar experiências de compra online em resultados de negócio. Linx Omni: solução omnichannel que unifica a operação de lojas próprias, franquias e e-commerces.

e-Millenium GO: uma solução Linx voltada para pequenas e médias empresas

O mercado Small Business está em constante crescimento. De acordo com dados do Sebrae, foram abertas 166.731 empresas de Varejo de Roupas e Acessórios ao longo do ano de 2022. Para se manter à frente da concorrência diante de um mercado competitivo, os varejistas precisam investir em tecnologias para gerir de forma mais eficiente os seus negócios. Com o objetivo de atender e ajudar os desafios do cliente Small, a Linx lançou o e-Millennium GO: um ERP com gestão das principais lojas virtuais e PDV. A solução é uma versão configurada e parametrizada do e-Millenium, já conhecido no segmento do varejo, mas com o diferencial de extensibilidade realizada pelas franquias.

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Transforme sua empresa em tempo para a Black Friday

Conquiste em poucas semanas a agilidade do Customer Experience (CX) que seu negócio precisa. O portfólio SAP CX traz as soluções para cada desafio da sua jornada.

Dados acionáveis em toda a jornada do cliente

CX Inteligente Melhora da experiência de compra do cliente

Atração, engajamento e retenção de cliente

Atendimento omnichannel e inteligente no pós-venda

Alinhamento das estratégias de vendas

Conexão entre oferta e demanda

Aumento da conversão de vendas

Ofertas hiperpersonalizadas

Descubra o CX inteligente, supere as expectativas dos seus clientes e transforme oportunidades em resultados financeiros.

Veja como as soluções SAP CX transformam seu negócio:

Commerce

Maximize sua receita criando relacionamentos confiáveis com os clientes em qualquer hora e lugar

Marketing Proporcione experiências omnichannel hiperpersonalizadas, aumentando o valor de vida últil dos clientes

Saiba mais https://url.sap/pay631

Dados Orquestre os dados de toda a organização para garantir visão única do cliente e tomar decisões com insights reais

Atendimento

Esteja onde seus clientes estão e capacite sua equipe para conectar processos e oferecer a melhor experiência

Vendas Otimize a jornada de vendas com inteligência baseada em dados focando sua força de vendas em negócios de alto valor

CX
360º
Commerce Marketing Atendimento Vendas Dados

liveSEO | https://liveseo.com.br/

Fundada em 2017 na Espanha e atualmente com sede no Brasil, a liveSEO trabalha com projetos SEO de alta performance para empresas que querem alavancar os resultados orgânicos e alcançar alta maturidade digital. A agência, que já atuou em mais de 400 projetos e 7 países, realiza um trabalho completo e personalizado. O serviço envolve otimizações técnicas e na estrutura dos sites, pesquisa de palavras-chave e produção de conteúdo, com o propósito de levar os usuários a sites autênticos, reais e com alta qualidade.

liveSEO conquista conta da Rihappy e apresenta resultados expressivos para o e-commerce

Desde setembro de 2022, a liveSEO é um dos braços da grande marca de brinquedos, a Rihappy, atuando com estratégias de conteúdo, otimização de SERPs e categorias, backlinks, rastreio, estrutura/ arquitetura, velocidade e mais. O canal orgânico é o segundo maior de representatividade no quesito usuários e receita: 16,29% dos usuários vindo canal orgânico e 20,15% da receita vindo do canal orgânico. Durante a sazonalidade do Dia das Crianças, quando comparada ao ano anterior, houve um aumento de 44,08% em cliques, 26,35% em impressões, 45,44% em usuários e 80,99% na receita.

Magis5 | https://magis5.com.br/

O Hub Magis5 é o software que conecta o vendedor aos principais marketplaces do mercado e automatiza seu fluxo de venda online, tudo em poucos cliques. Ou seja, ele recebe o pedido, imprime a etiqueta casada com a nota fiscal, empacota o produto e envia. Simples, né? A Magis5 nasceu para auxiliar vendedores que vendem em marketplaces que cansaram de perder tempo organizando coisas que podem ser automatizadas, desde a gestão de vendas e automação da mesa de expedição até a análise de dados do negócio e emissão de relatórios financeiros.

Magis5 lança ferramenta de análise exclusiva para usuários de seu hub

O hub de automação e gestão para marketplaces, Magis5, lançou em fevereiro um novo recurso exclusivo para os usuários de sua plataforma. A nova ferramenta se chama Magis5 Analytics e seu objetivo é trazer informações relevantes para o negócio dos vendedores ao criar relatórios, gráficos e outros recursos visuais, seja diariamente, semanalmente ou mensalmente para que possam ter uma melhor visão acerca de sua operação, desde processos internos até vendas, coletas e estoque. De tal maneira, o hub possibilita que os gestores tenham dados de sua loja nos múltiplos marketplaces em que estão inseridos, auxiliando na tomada de decisão e na criação de novas estratégias.

Mirakl | https://www.mirakl.com/

A Mirakl oferece a primeira e mais avançada plataforma SaaS de Marketplace. Com a Mirakl, organizações B2B e B2C podem lançar marketplaces mais rapidamente, crescer e operar com confiança à medida que superam as expectativas crescentes dos clientes. As plataformas são a nova vantagem competitiva no e-commerce e as marcas mais confiáveis do mundo escolhem a Mirakl por sua solução abrangente de tecnologia, experiência e ecossistema. Como resultado, empresas como Carrefour, GPA, Leroy Merlin e KaBuM ganham velocidade, escala e agilidade para vencer no cenário de eCommerce em constante mudança.

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PagBrasil | https://www.pagbrasil.com/pt-br/

A PagBrasil é uma empresa brasileira que possibilita às lojas digitais, internacionais ou nacionais, oferecerem soluções de pagamentos digitais otimizadas e atualizadas com as necessidades específicas do mercado brasileiro. Com clientes em mais de 45 países, a PagBrasil é parceira das principais plataformas de e-commerce do mercado e possui recursos exclusivos para o e-commerce, como o PagStream®, ferramenta de gestão inteligente de assinaturas. A empresa também oferece split e link de pagamento, bem como uma solução para Pix diferenciada, que garante alta taxa de conversão em vendas.

PagBrasil lança 1ª edição da pesquisa “Economia da Recorrência: Mercado & Tendências”

De olho nas tendências do e-commerce, a PagBrasil lançou a pesquisa “Economia da Recorrência em 2023: Mercado & Tendências”, que traz de forma inédita dados sobre os hábitos de consumo e preferências dos consumidores de clubes de assinatura no Brasil. O estudo mapeou as principais tendências na compra recorrente de produtos digitais e físicos, com o objetivo de munir o lojista com insights valiosos que possam ser aplicados ao seu negócio. Para acessar a pesquisa, visite www.pagbrasil.com.br

Pmweb | https://www.pmweb.com.br/

A Pmweb possui mais de 25 anos de expertise em CRM, com um portfólio premiado de serviços focados em Data Driven Marketing. Integrando soluções e aplicando estratégias e metodologias próprias de marketing e tecnologia para CRM através de marketing clouds como Oracle, Salesforce e Braze, a Pmweb impulsiona a experiência das marcas com seus consumidores e atende os principais players de varejo, hotelaria, grocery, health, aviação, indústria e serviços financeiros. A Pmweb faz parte do Grupo WPP desde 2017 e conta com duas spin-offs: Oto CRM e Letsbook.

Tendências para o mercado de mobilidade

A mobilidade urbana é um assunto que está ganhando cada vez mais espaço no cotidiano das pessoas, trazendo facilidade, inovações e tecnologias avançadas para otimizar tempo e dinheiro. Pensando nisso, a Pmweb elaborou um estudo completo para entender as principais tendências e inovações desse setor para os próximos anos. Nele, é possível observar o que dizem as principais pesquisas na área, os dados sobre mobilidade urbana nas principais cidades do país e como o cenário mudou após a pandemia, dando ainda mais espaço para o surgimento de novas tecnologias. O estudo está disponível para download nas redes sociais da Pmweb.

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RD raiadrogasil | https://rd.com.br/

A RD foi criada em novembro de 2011, a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil S.A., e com faturamento de R$ 25,6 bilhões em 2021. Somos a maior rede de farmácias do Brasil em receita e número de lojas. Cinco anos após a fusão, estamos no início de uma nova etapa na história da empresa, que seguirá pautando a sua atuação em cinco valores essenciais: ética, eficiência, inovação, relações de confiança e visão de longo prazo. Além disso, selamos nosso compromisso com a sustentabilidade baseado em três pilares: cuidar da saúde das pessoas, cuidar da saúde do planeta e cuidar da saúde do negócio.

RD RaiaDrogasil possui uma base de dados que permite a personalização das vendas

Com 97% das compras identificadas nas mais de 2.700 farmácias das bandeiras Droga Raia e Drogasil em todo o território nacional, a RD possui uma base de clientes robusta. Com isso, oferece a personalização de campanhas promocionais e de marketing no ambiente digital. A estratégia enriquece a base de dados da plataforma, porque mapeia todo o comportamento de compra do consumidor em farmácia e possibilita à companhia segmentar a oferta de produtos ao cliente, com impacto direto nas vendas e na fidelização.

SAP | https://www.sap.com/brazil/

A Suite SAP Experience, transforma cada engajamento, em qualquer dispositivo ou canal, em um momento pessoal e de compra potencial para conquistar mais clientes, com mais frequência e maior valor. As Soluções de Dados do Cliente (identidade/consentimento), CDP e Marketing com o Emarsys, integradas com a Solução de Commerce, podem ajudar você a transformar visitantes desconhecidos em clientes fiéis e oferecer experiências hiper-personalizadas e confiáveis. Com a SAP, personalize cada experiência em tempo real, trazendo uma orquestração de dados perfeita para o engajamento do cliente com foco no resultado.

Já conhece a solução SAP Emarsys Customer Engagement?

Clientes satisfeitos são clientes fiéis. A plataforma de engajamento de clientes, SAP Emarsys, líder no quadrante mágico do Gartner e na Forrester, capacita os profissionais de marketing a oferecer engajamento personalizado em tempo real e em grande escala para aumentar a retenção e a fidelidade dos clientes. Alguns benefícios: implementar campanhas integradas, personalizadas e em todos os canais rapidamente, em escala; compreender os clientes e proporcionar engajamentos relevantes em tempo real usando insights baseados em IA; alcançar milhões de clientes nos momentos importantes com mensagens que promovem a fidelidade e geram resultados mensuráveis.

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Social Digital Commerce |

https://socialdigitalcommerce.com.br/

A Social Digital Commerce é uma empresa com estrutura global para atendimento de Full Commerce, Fulfillment e Cross Border, oferecendo atuação completa na gestão de seu negócio B2B, B2C, B2E, Omnichannel, MarketPlace e Assinatura. Com sede em São Paulo, a Social possui ainda estrutura e operações em Santa Catarina, Orlando e Hong Kong. Além de realizar a gestão de todo o e-commerce de sua marca, utilizando alta tecnologia em performance digital e logística, a Social também pode transformá-la em uma multinacional, com projetos de venda internacional.

Conheça a Social Digital Commerce

Com um robusto plano de expansão, a Social Digital Commerce continua ampliando as oportunidades para todo mercado brasileiro de e-commerce. Em 2022, a marca completou sua internacionalização nos EUA com a abertura do escritório e centro logístico para operação comercial. Para atender ao mercado global e ampliar os serviços de Cross Border, a empresa já inaugurou em 2023 um escritório em Portugal e implementará um novo centro de distribuição na Europa ainda neste primeiro semestre de 2023.

Total Express | https://totalexpress.com.br/

A Total Express é a empresa privada de soluções logísticas mais completa do país. Atende com excelência desde o pequeno e médio e-commerce até os gigantes do varejo, incluindo operações complexas de indústrias e governo. Com capilaridade que cobre 100% do território nacional, mais de 100 hubs espalhados por todos os Estados e quase 30 anos de experiência, a Total Express conecta o Brasil.

Total Cards, a solução certa para entrega de cartões e outros documentos

A Total Express apresenta ao mercado a solução logística Total Cards, que trabalha com entregas de volumes encartados ou envelopados com peso de até 300g. Isso permite que sejam enviados aos destinatários tags de pedágio, kits de seguradoras, cartões de fidelidade, cartões-benefício, chips telefônicos e muitos outros produtos dentro dessa especificação. A operação conta com um sorter automatizado, exclusivo para essa finalidade, e todo o processo segue padrões e normas internacionais, garantindo 100% de segurança e confiabilidade. O Total Cards é a mais nova opção logística para o envio de pequenos volumes com um custo-benefício bastante atrativo.

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Tray | www.tray.com.br/

Com 20 anos de história, a Tray - unidade de e-commerce do Grupo Locaweb - é uma das empresas de tecnologia brasileira mais competitivas do mercado. A plataforma robusta oferece produtos e soluções exclusivas, integrações com os maiores marketplaces do país, além de uma interface amigável e 100% customizável. Ideal para todos os estágios do empreendedor online, fornece um ecossistema completo que atende desde o pequeno varejista até as grandes operações, através da sua divisão corporativa Tray Corp. Para mais informações, acesse: www.tray.com.br.

Tray lança integração com marketplaces Renner e Camicado

Duas novas integrações diretas já estão disponíveis para os clientes Tray: os marketplaces Renner e Camicado chegam à plataforma para ampliar os canais de vendas e permitir que lojistas cresçam através de suas lojas online. Considerando os dois, são mais de 120 milhões de usuários ativos. A Renner é a número 1 no segmento de Moda e tem mais de 23 milhões de usuários ativos por mês. Já a Camicado, do mesmo grupo Renner S/A, está entre as top 10 empresas do ramo de Casa e Móveis. Para lojistas Tray, as integrações estão disponíveis para configurações no painel administrativo. Para novos clientes, os planos foram atualizados e as integrações já estão incluídas. Acesse: Tray.com.br/marketplaces

Vindi |

https://vindi.com.br/

A Vindi é um ecossistema completo para gerenciar e receber pagamentos que tem a missão de digitalizar o PIB do Brasil. Com foco na intermediação de pagamentos e na economia de recorrência, a Vindi descomplica o universo de pagamentos através da tecnologia para digitalizar, rentabilizar e escalar negócios. Venda nos modelos online, presencial e recorrente com agilidade e segurança.

Split na recorrência da Vindi: mais autonomia e agilidade para dividir pagamentos

O split na recorrência permite a divisão e o repasse de pagamentos em planos e assinaturas de forma automatizada. Além de agilizar processos, é mais conveniente, pois a ferramenta se adapta a diversos modelos operacionais. Outras vantagens são a autonomia para decidir como realizar os repasses e a transparência sobre saldo, transações e conciliação financeira. A funcionalidade pode ser ativada diretamente na plataforma da Vindi, sem a necessidade de integração via API. Conheça as opções de Split de Pagamento: https://bit.ly/split-revista-abril

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Voxus | https://www.voxus.com.br/

A Voxus é uma AdTech que facilita o acesso a mídia do futuro por meio de uma tecnologia proprietária e automatizada. Potencializando os resultados de e-commerces e negócios digitais, a Voxus atua tanto com foco em performance, aumentando as vendas, quanto com awareness, visando maior alcance da marca. Com essas soluções, Voxus ajuda negócios de todos os tamanhos e setores a aumentarem suas vendas com o uso da Inteligência artificial de ponta e um time especializado. Para saber mais sobre o smart display Voxus, acesse o site e aproveite todas as vantagens da mídia programática!

Saiba mais sobre o smart display Voxus, uma forma fácil de fazer mídia programática

O smart display é um uma inovação que simplifica todo o processo de fazer mídia programática e alcançar grandes resultados. A Voxus, ao utilizar essa tecnologia que trabalha em conjunto com uma inteligência artificial de ponta, ajuda seus clientes a encontrarem o público adequado no momento mais apropriado e com maiores chances de conversão. No ano passado, a Voxus imprimiu mais de três bilhões banners, gerando mais de 20 milhões de usuários para os seus clientes e mais 640 mil transações ao adicionar o smart display na estratégia de mídia. Acesse o site da Voxus e tenha acesso ao trial gratuito!

Wake |https://wake.tech/

A Wake surgiu para negócios e empreendedores que pensam grande, querem ir além e buscam resultados expressivos com alta performance de ponta a ponta: é uma plataforma com a melhor transição entre aquisição, transacional e retenção do mercado. Conheça o ecossistema completo, com soluções digitais integradas e focadas na sua jornada de crescimento! Wake, uma marca Enterprise.

Desperte para uma nova perspectiva

Uma marca Enterprise feita para quem quer o melhor em transição entre aquisição, transacional e retenção do mercado. Está chegando o game changer em tecnologia para negócios e empreendedores que pensam grande, querem ir além e buscam resultados expressivos a cada detalhe, com foco incansável em alta performance. Com estrutura e tecnologia para apoiar as regras de negócio das operações dos nossos clientes, descomplicamos a tecnologia para humanizar as relações entre marcas e pessoas e impulsionar negócios.

wap.store | https://www.wapstore.com.br/

A melhor plataforma de e-commerce para o crescimento do seu negócio. A wap.store tem tudo que você precisa para sua loja online crescer: atualizações periódicas, excelente experiência de compra, controle dos números, personalização, otimização de venda, segurança, estabilidade e muito mais. O foco principal é o crescimento do seu e-commerce, na melhor parceria ganha-ganha.

wap.store desenvolve e-commerce de aromas, unindo acessibilidade e melhor experiência do usuário

A wap.store, plataforma feita para lojas com grande demanda, visando contribuir para o desenvolvimento de sua cliente, que tem como foco a venda de aromas, encarou o desafio de conseguir transmitir a essência dos produtos para o público virtualmente. Através de seu time de implantação, inovou ao desenvolver para a marca um e-commerce acessível, trazendo a melhor experiência para o usuário que deseja comprar uma essência online.

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WEBJUMP | https://webjump.com.br/

A WEBJUMP é a única Adobe Gold Partner brasileira com selo Specialized Commerce na América Latina. Possui expertise nas soluções Adobe Experience Cloud, análises de dados, conteúdo, e-commerce e gerenciamento de jornada do cliente, baseado em inteligência artificial. Por meio de sua metodologia ágil, proporciona a transformação digital para empresas líderes de mercado, com qualidade, transparência e comunicação assertiva em todas as fases dos projetos. A empresa, agora parte do grupo Compass Uol, destaca-se na busca incessante pela excelência - uma filosofia colocada em prática há 15 anos.

Adobe Experience Cloud permite entender consumidor em tempo real e personalizar jornada 1:1 em escala

Com o crescimento do comércio online, a responsabilidade de manter o padrão de qualidade durante toda a jornada do cliente e garantir as vendas é fundamental. Os clientes querem acesso simples e rápido, e caso não consigam, buscarão outro site. Por isso, entender em tempo real e de forma 1:1 quem está entrando na sua loja é vital para garantir fidelidade e retorno financeiro. A infraestrutura necessária para sustentar essas análises precisa vir de uma tecnologia confiável e sólida, como é o caso da Adobe Experience Cloud. Em um cenário cada vez mais digital, a Adobe novamente abre caminhos para personalização em grande escala.

Worldpay | https://worldpay.fisglobal.com/

A Worldpay from FIS (NYSE: FIS) é uma empresa líder em tecnologia em pagamentos que apoia comerciantes, bancos e mercados de capitais a mover o comércio global. Processando 75 bilhões de transações que alcançam o valor de US $ 9T para mais de 20.000 clientes anualmente, a Worldpay eleva a economia e as comunidades, avançando no mundo de pagamentos, bancos e investimentos.

Worldpay apresenta soluções e tendências de meios de pagamentos para o segmento de grocery

A Worldpay, líder global em soluções de pagamento para comércio eletrônico, marcou presença no Congresso Grocery & Drinks, promovido no mês passado pelo E-Commerce Brasil. No evento, a empresa apresentou as principais tendências e expectativas em relação aos pagamentos dos consumidores daquele segmento, observadas no Brasil e nos outros mercados onde atua. Pagamento em um clique, guest check-out e novos modelos de negócio, como marketplaces e clubes de assinatura, tiveram destaque.

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