EIXO 2 - GÊNERO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO TRAVESSIAS EM UTOPIAS: CULTURA POPULAR, FEMINISMO NEGRO E PROCESSOS EDUCATIVOS Vanessa Soares dos Santos soaress.van@gmail.com Universidade Federal de São Carlos - campus Sorocaba 1) APRESENTAÇÃO/ INTERESSE DO TRABALHO A SER APRESENTADO As brincadeiras populares são heranças que nossos ancestrais nos deixaram. Foram formas elaboradas que os escravizados forjaram para resistir ao apagamento das suas culturas e suas vidas (MUNANGA e GOMES, 2004). É sabido que as manifestações populares afro-brasileiras, surgem no período
escravocrata
e
continuam
firmadas
em
comunidades
negras
remanescentes. As manifestações, brincadeiras e folguedos populares de matriz africana têm uma relação direta com a escravidão, pois foi com os saberes dos negros escravizados, vindos de África e na relação entre eles, que surgem as diversas vertentes culturais e religiosas que temos no legado brasileiro. Os saberes tradicionais são lógicas de organização civilizatória pautadas em fundamentos ancestrais e produção de conhecimento acerca das relações humanas. Os agentes culturais destes movimentos, são produtores de ciência. A oralidade assume um papel fundamental, já que na maioria das tradições populares, ela é o meio mais importante de transmissão. Revitalizar uma tradição não significa apenas reavivar as configurações do passado, mas também dar novos significados às formações singulares, revelando um novo todo, seja para quem faz parte de uma comunidade tradicional, seja para quem
pesquisa, pratica e reproduz esses
saberes. Na oralidade está mais que uma memória, na maneira que se fala, está um processo histórico cultural. A língua é uma forma de poder, e a disputa por narrativas está cada vez mais acirrada. No fazer das brincadeiras populares, através de histórias (lembranças e memórias), das músicas e da mitologia é construído um espaço histórico de pertencimento. Na religião de matriz africana, as mulheres negras são consideradas a base de 139