EIXO 2 - GÊNERO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO POR OUTRA(S) HISTÓRIA(S) OCEÂNICA(S) Matthews Rocha Mello matthews.rocha@gmail.com Graduando em Oceanologia (FURG) lucas lins carneebatatas@hotmail.com Graduande em Oceanologia (FURG) Caio Floriano dos Santos santoscaiof@gmail.com Pós-doutorando pelo Programa de Educação Ambiental (PPGEA-FURG) 1 INTRODUÇÃO Vem sendo disputado, no campo acadêmico da Oceanografia no Brasil, um outro projeto de currículo, mobilizado especialmente por discentes dos cursos de graduação que reivindicam outros conhecimentos necessários à formação acadêmico-profissional. A demanda por componentes curriculares que reconheçam e colaborem com diferentes grupos e dinâmicas sociais é latente em encontros acadêmicos e organizações de base estudantil; porém, a Ciência Oceanográfica presente nas Universidades é (ainda) resistente a propostas que desloquem seu perfil conservador. A Oceanografia hegemônica é performada29 e segue sendo legitimada sob a onto-epistemologia cartesiana e colonialista (Silva, 2019), que dita o que é ou não é (supostamente) científico e que, desde a violência epistêmica, inviabiliza os múltiplos corpos-territórios e seus modos de (re)produzir a vida (Moura, 2019). Entretanto, à medida que avançamos na compreensão desta crise socioambiental há tempos anunciada (e que agudiza com a pandemia de COVID-19), enxergamos a potencial contribuição de outra(s) história(s) na Oceanografia, repensada desde outros discursos e referenciada na luta por justiça dos grupos subalternizados. 1.1 Justificativa
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Empregamos o termo no sentido da performatividade conceitualizada por Judith Butler, em que a performance é, ao mesmo tempo, produtora e reprodutora da norma/normatividade imposta (Butler, 2013).
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