Genética
Asbia e Cepea fazem mapa da IA Tecnologia está presente em quase 60% municípios do País e vendas totais no primeiro trimentre atingiram 3,6 milhões de doses.
Vendas de sêmen no 1º trimestre (em doses) Mercado interno
1º tri de 2020
1º tri de 2019
Variação (%)
Gado de Corte
2.073.482
1.561.031
33
Gado de Leite
1.136.296
1.092.641
4
Total
3.209.778
2.653.672
21%
Exportação Corte e Leite
82.382
33.949
143%
Prestação de serviço Corte e Leite
330.975
268.205
23%
Total do mercado de sêmen no período
Carolina Rodrigues
O
carol@revistadbo.com.br
relatório da Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) sobre as vendas de sêmen do primeiro trimestre de 2020 já apresentou os primeiros resultados da parceria firmada pela entidade com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) para mapeamento do uso da inseminação artificial no País. Pela primeira vez na história, o Index Asbia trouxe informações municipalizadas do setor, com dados inéditos sobre a adesão à tecnologia. A inseminação mostrou-se presente em 57% dos municípios brasileiros, total de 3.270 cidades (veja relatório completo em www.asbia.org.br/certificados/index). O relatório considerou cerca de 26.000 linhas de dados, número que supera o volume processado em todo o ano de 2018. “É um recorde para o período, que, historicamente, apresenta menor movimentação de doses do que os demais períodos do ano”, afirma Márcio Nery, presidente da Asbia. O relatório apontou alta em todos os indicadores que configuram o mercado de sêmen no Brasil: venda para o consumidor, exportação e prestação de serviço. Entre janeiro e março, foram comercializadas 3,6 milhões de doses, aumento de 22,6% em relação ao mesmo período de 2019, que registrou a venda de 2,9 milhões de doses Deste montante, quase 2,07 milhões eram de raças bovinas de corte, categoria que se tornou o termômetro de vendas do mercado de sêmen nos últimos anos. A alta foi de 33%, enquanto o leite avançou outros 4%. As exportações também dobraram no gado de corte. Foram embarcadas 32.422 doses, ante 16.087 no mesmo período de 2019. Incluindo os dados das raças leiteiras, as exportações cresceram 143%. O relatório também mostra incremento de 23% na prestação de serviços, que saiu de 268.205 para 330.975 doses no 1º tri deste ano. Para Nery, que já esperava um bom desempenho no período, esse crescimento se deve a dois principais fatores: baixo custo da tecnologia em relação aos custos totais de uma fazenda de corte ou de leite (cerca de 2%) e percepção da genética como insumo permanente de produção e lucratividade. “O melhoramento genético tem sido puxado pelo preço do bezerro desmamado, que está em alta desde o ano passado no Brasil”, diz o presidente da Asbia, justificando o uso crescente de sêmen sexado para produzir
68 DBO junho 2020
Corte e Leite
3.623.135
2.955.826
22,6%
Fonte: Asbia; Cepea-Esalq/USP. Elaboração: DBO
melhores matrizes. O segmento cresceu acima do convencional, registrando alta de 121%. “Existe uma tendência de usar IA para melhorar a qualidade das fêmeas de reposição. Isso deve embalar os negócios ao longo do ano”, acrescenta Nery, garantindo que o melhoramento genético é um processo contínuo na pecuária de corte. “Isso ficou evidente nesta pandemia, que não afetou as empreas do setor, reconhecidas pelo Mapa como essenciais ao agronegócio”, avalia o executivo, afirmando que o mercado deve crescer mais de 20% em 2020. n