ORIGEM | Soberana Magazine #3

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Editorial

Derrubar Colunas Na mais linear tradição maçónica quando uma “loja”, a sua estrutura base de agregação, se sente incapaz de continuar a desempenhar a sua função, os seus elementos mais não fazem do que “derrubar colunas”. ´É um acto simbólico, cujo devir reflectirá certamente um fim ou um novo princípio, um novo começar. É um acto simbólico quando se entende que derrubar colunas significa que os pilares básicos que sustentam um fundamento organizacional são incapazes de cumprir a sua função. Sirva o exemplo porque não somos necessariamente todos maçons mas, se apreendermos a profundidade da sua analogia, também compreendemos que Portugal está cada vez mais perto do colapso. Não interessa se, na realidade, a nossa sociedade está ou não está a caminhar para a ruptura. Interessa sim a forma como percepcionamos o actual momento em que vivemos. É verdade que a actual dinâmica de uma sociedade conduzida pela voragem comunicacional nos leva a perder o controlo sobre o que verdadeiramente acontece versus aquilo que nos é comunicado como tendo acontecido. Mas, pese embora algum exagero de intoxicação que as televisões nos provoquem e mesmo até alguma distorção factual por força de interpretações que nos são induzidas, há realidades que são imutáveis. Uma dessas realidades é o estado de verdadeiro colapso do aparelho da Justiça em Portugal. O Pilar, na aceção maçónica, ruiu completamente. Para os portugueses já não está em causa se há ou não igual acesso à Justiça, se há uma Justiça para ricos e outra para pobres ou se a Justiça é demasiado lenta no nosso país. Mas a falha não está só na complexidade da realidade jurídica em Portugal. É muito mais profunda. Está no indivíduo, na pessoa, no agente, naquele que exerce autoridade. Se o pilar da Justiça está a ruir é porque dois outros pilares fundamentais já colapsaram: o da Família e o da Educação. A revolução das elites (das poucas que ainda restam neste país) já não será suficiente. Este terá de ser o tempo da revolução “dos homens bons”. Pela força da não resignação contra esta perceção generalizada de um País à beira da rutura que se instalou em todos nós. José Manuel Caria

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