ANA PAULA ENES LALEH SAYYID Laleh Sayyid nasceu no Afeganistão em 2003. Estudava para ingressar na faculdade de Direito porque queria imergir nas leis e mudá-las junto às mulheres que lutavam, entre outras causas, pelo direito de dizer o próprio nome em público. Apesar de alguns avanços que a História lhe contava, sua identidade ainda era apagada, sentia-se um acessório na sociedade: a lha de Abdul, a irmã de Jamaa, a funcionária da loja de calçados de Homayoon. Quando ousava dizer que tinha um nome, era reprimida ou ignorada.
Sua xará Laleh Osmany iniciou a campanha #WhereIsMyName, que lutava pelo direito de dizer seu nome em seu país. Gostaria de dizer aonde fosse que se chamava Laleh Sayyid e estudava Direito e não que era lha, irmã e funcionária de alguém.
Além da História, sua mãe contou que era muito pior antes de 2001. Naquela época existia o Talibã e, se ainda existisse, Laleh não poderia sair de casa desacompanhada, nem estudar, nem trabalhar, nem sonhar em dizer o nome; teria de usar a burca, não teria como tomar sol, nem encontrar as colegas de sala para estudar antes das provas ou saborear ferni em algum
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