Versus#58

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O falar do Norte Joel Figueiredo (aka Gróvio) desenvolve, há cerca de 15 anos, um projeto de Black Metal ambiental através do qual apresenta a sua interpretação da realidade portuguesa, apesar de se inspirar musicalmente em bandas estrangeiras. Entrevista: CSA

Olá, Joel! Sou minhota (de Viana do Castelo) e conheço bem a música que abre a primeira canção do teu álbum («Ode», 2020). Antes de mais, gostava de saber quem és e de conhecer um pouco a história de Omitir. E também de saber por que deste o nome de Omitir à tua banda. Joel – Olá Cristina! Sendo uma minhota nata acredito que estás muito familiarizada com a “Rosinha”. Omitir – previamente chamada Bahamut – surgiu entre 2005 e 2006, numa altura em que eu estava a dar uns primeiros pequenos passos durante a minha tenra adolescência nos géneros mais ambientais dentro da cena Black Metal. Lancei a primeiro demo – «Hidden Theory» – em 2005 e, mais tarde, o álbum de estreia – «Old Temple Of Depression» – em 2007, por uma editora independente austríaca já sob o nome de Omitir. Posteriormente, foram lançados dois EP: «Meu Fado» (2007) e «Res, Non Verba» (2009) e um split – «Salubres Caminhos» (2007) – com algumas bandas nacionais. O segundo álbum – «Tese Em Erro» – foi lançado apenas em formato cassete pela portuguesa Praise Unholy, em 2010. Um ano depois lancei «Cotard» com parceria entre a norte-americana The Path

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[…] sofreu por tabela as dores do meu crescimento pessoal, desde a adolescência até aos dias de hoje, no que toca à capacidade de produzir. Mesmo hoje continuo a aprender […]

Less Traveled e a alemã Amor Fati Productions. Depois disso, veio um período de silêncio até à chegada do EP «Outono» (2020) e do álbum «Ode» lançados pela minha própria editora, a Loudriver Records. Os temas, estando sempre de alguma forma relacionados com os nossos costumes e tradições, foram sempre variando entre os lançamentos, o que justifica a total liberdade do projeto no processo de composição e de abordagem temática.

Sendo o Black Metal um subgénero com muitas variantes, interessa-me saber se te sentes influenciado por alguma(s) banda(s) em especial. As influências são muito dispersas. Sei que, na altura que andava a produzir «Ode», estava numa onda mais dos anos 70. Lembrome de ouvir bastante Atomic Rooster nessa fase. Claro que é inevitável a cena norueguesa não ter influência. Por exemplo, Windir (pelo seu uso de acordeão) fezme abrir páginas no mundo Folk


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