Versus#58

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Postas de pescada “Postas de Pescada: devaneios de dois energúmenos sobre personalidades da música” será um espaço partilhado, entre dois “jornalistas”, onde se falará sobre músicos, bandas, acontecimentos e outras coisas que tais... Como devem ter reparado, o “outro” ainda não “mandou as postas”. Para a próxima edição não há a Parte 3 e depois, talvez o “outro” contribua...

Heavy Duty - Days and nights in Judas Priest K. K. Downing with Mark Eglinton (Constable, 2018) Por: Ivo Broncas | Eduardo Ramalhadeiro

Esta semana os dois energúmenos que costumam escrever nesta rúbrica não poderam ou não quiseram dar o seu contributo habitual. No entanto, não queremos que vos falte nada e convidámos uma pessoa séria para falar sobre a autobiografia de K.K. Downing, ex-guitarrista dos Judas Priest. Tem a palavra Ernesto Martins Fundador da banda que representa, por si só, o epítome do Heavy Metal, e criador de riffs que deviam ser justamente elevados a património da humanidade, K. K. Downing apresenta aqui, não apenas o esperado resumo biográfico da sua carreira de quatro décadas com os Judas Priest, mas também um profundo exercício de catarse pessoal duma vida. Para Kenneth Downing a história começa num lar dos subúrbios do Black Country interior da Inglaterra industrial da década de 1950, onde viveu uma infância pouco feliz à conta dos comportamentos obsessivos do pai, e uma adolescência não menos atribulada, que, em retrospectiva, viriam a moldar definitivamente a sua personalidade, influenciando todas as suas relações pessoais futuras. Downing despertou para a música com Jimi Hendrix, adquirindo o seu primeiro instrumento – uma guitarra acústica – com as primeiras libras que economizou a trabalhar, primeiro como ajudante de cozinha e depois como electricista. E foi exactamente o espírito inovador de Hendrix que o inspirou a criar para além do blues e do psicadelismo tão ubíquo nas bandas locais do período 1969-70. Foi em 1969 que fez a sua primeira audição para entrar nos Jug Blues Band, a banda de Al Atkins que viria, pouco depois, a chamar-se Judas Priest. Mas foi rejeitado. Com os pop Stagecoach obteve os primeiros ganhos financeiros como músico que lhe permitiram comprar a sua primeira Gibson SG (na altura a Flying V ainda era um sonho inacessível). A seguir formou os Freight, já com o baixista Ian Hill. A primeira encarnação dos Judas Priest seria entretanto dissolvida por Al Atkins que se juntou prontamente aos Freight. Logo a seguir os Freight assumiram o nome que fascinou Downing desde o início: Judas Priest (curiosamente inspirado numa canção de Bob Dylan). Foi esta formação seminal que compôs, em 1970, aquele que viria a ser o clássico “Victim of

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