TEORIA, ARTE E UNIVERSIDADE: AS REVISTAS NOIGANDRES E INVENÇÃO / SUSANA SCRAMIM Esta pesquisa tem uma motivação situada entre a História, esse saber que ocupa um lugar soberano entre as ciências antropológicas, e a escrita literária, pensada com um compromisso com os saberes que são produzidos no âmbito de uma sociedade. No contexto imediato de minha fala, assiste-se, no Brasil, a um arruinamento da ideia da ciência. Passamos do consenso de elaborála mentalmente como algo bom, que deva ser cultivado e promovido no planejamento do futuro, a um rechaço ao pensamento científico, porque ele estaria a serviço de ideologias. A página na internet da Science publicou os resultados da pesquisa “Welcome Global Monitor 2018”, feita com 140 mil pessoas de 144 países. Nos dados coletados, observa-se que 35% dos brasileiros desconfiam da ciência e que um em cada quatro acredita que a produção científica não contribui para o país. Quase metade dos brasileiros afirmou que “a ciência discorda da minha religião” e, desses, 75% disseram que “quando ciência e religião discordam, escolho a religião”. Apenas 13% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter “muita confiança” na produção científica.1 Também em outra recente pesquisa, a Fiocruz revela que metade dos jovens pensa que cientistas exageram sobre o aquecimento global; 40% 1 RABESANDRATANA, Tania. These are the countries that trust scientists the most-and the least. Science News, 19/06/2019. https://doi.org/10.1126/science.aay4391. Acesso em 24 jun. 2019.