Revistas de Poesia: Brasil, Moçambique, Portugal

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FOLHA LITERÁRIA MSAHO: POESIA E VANGUARDA EM MOÇAMBIQUE / CARMEN LUCIA TINDÓ SECCO / MARINEI ALMEIDA Notas iniciais Virgílio de Lemos, poeta de vários eus, teve uma atuação estética e política que rompeu com parâmetros e cânones coloniais vigentes em Moçambique nos anos 1950-1952. Para abordar a importância dele e de seu papel de intervenção na imprensa e literatura moçambicanas, redigimos um texto a duas mãos, dividindo nosso ensaio em quatro partes: O papel da folha literária Msaho no quadro da literatura colonial; Virgílio de Lemos e a criação de Msaho; Msaho e os diálogos com movimentos artísticos externos; Virgílio de Lemos, um poeta do Índico. As duas primeiras partes são de autoria de Marinei Almeida (Unemat), e as duas últimas, de Carmen Lucia Tindó Secco (UFRJ).

O papel da folha literária Msaho no quadro da literatura colonial “Quem tem sede? Quem tem fome? Quem tem desejos ardentes? Venham todos bater à minha porta” (Cordeiro de Brito) Nas décadas de 1940 e 1950, houve a emergência, por parte de grupos de intelectuais, de pensar o destino de Moçambique (além da independência


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