RECUSAS E (IN)SUBMISSÕES DE UM UNICÓRNIO EM METAMORFOSE / MÔNICA SIMAS Se, porém a perspectiva se deforma pela proximidade, falsas que o são todas, também aquela que daqui a cem anos se tome terá a sua deformação de distância. (José Augusto-França, Tetracórnio, 1955) Todas as comodidades da historiografia ou da celebração literárias são falsas, porque nada se passa como arrumamos no tempo. (Jorge de Sena, Tetracórnio, 1955)
Divagações Falar sobre a divulgação, a tradução e a crítica da poesia que revistas e jornais literários produziram em seus contextos de circulação, no decorrer do século XX, em Portugal, implica não só verificar o confronto de valores entre os vários periódicos na sua historicidade, mas também identificar uma força residual e inter-relacional de reconhecimento de discursos no nosso tempo atual. Como podemos observar a poesia, a literatura e a cultura portuguesas em meados do século XX, em um momento que parece ser o de uma viragem? A crítica daquele tempo ainda se mantém com sentido? Ou melhor, quais as circunstâncias que produziram os valores da crítica e da poesia naqueles anos?