TODA POESIA DE JOAQUIM 1 / JORGE WOLFF
– Que século, meu Deus! diziam os ratos. E começavam a roer o edifício. Drummond Não a fênix, não a águia, o ouriço, muito baixo, bem baixo, próximo da terra. Nem sublime, nem incorpóreo, angélico talvez, temporariamente. Derrida Um inseto cava cava sem alarme perfurando a terra sem achar escape. Drummond
Ratos drummondianos roem um edifício desde as suas fundações, seu underground; insetos-orquídea cavam, cavam aporéticos e sem escape; o ouriço derridiano é igualmente terra-a-terra: vamos ler, postular e destacar, portanto, no presente texto, a vertente pau-brasileira e antropofágica, a dos roteiros roteiros roteiros, a do grande pé no chão do Abaporu numa certa revista de cultura d’après-guerre; vamos numa palavra antropofagizá-la. Ocorre que a 1 “A poesia de Joaquim” é o título de uma resenha de O beijo na nuca de Dalton Trevisan (seu último livro, de 2014), que publiquei na MusaRara [https://www.musarara.com.br/a-poesia-de-joaquim], sem fazer referência especificamente à poesia. É o que trato de fazer aqui em “Toda poesia de Joaquim”, além de remeter a Paulo Leminski: Toda poesia é o título de seu best-seller póstumo de 2013 (e também de um site de divulgação de poesia: https://www.youtube.com/c/TodaPoesia/featured).