CARLA ANDRADE (1977)
Poeta mineira, é jornalista e vive em Brasília há 18 anos. Alguns de seus poemas foram premiados em concursos em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Publicou quatro livros: Conjugação de Pingos de Chuva(2007) Artesanato de Perguntas(2013) Voltagem (2014) e Caligrafia de Nuvens(2017). Participou de diversas antologias poéticas como na Escriptonita: pop-esia, mitologia-remix & super-heróis de gibi (Patuá), Fincapé, Contemporâneas (Vida Secreta), além de ter poemas publicados em várias revistas de poesia contemporânea: Mallarmargens, Germina, a portuguesa InComunidade, entre outras.
NOSSA PRIMEIRA VIAGEM Nova caligrafia de nuvens o sol e sua esgrima de raios bromélias como cataporas nas montanhas e o caleidoscópio nos seus olhos. É manhã – e a eternidade cabe na distância entre nossos pés delicados. SALTIMBANCOS A vida é só um picadeiro de circo Quando notamos... Foram-se as lâminas certeiras dos atiradores ciganos restaram véus de purpurinas. Apenas as lembranças rodopiam. Ecoam em algum lugar aqui dentro como cambalhotas sapecas. BARRA GRANDE Levei um ano para ver estrelas de novo. Olhei muito para cima nesse intervalo, mas elas se escondiam entre prédios com sobrenomes. Tinha que voltar... colecionar as conchas que o mar não nos trouxe, como uma antologia de tudo que não se pode repetir. EMBRIAGUEZ Acordei com gosto de ontem na boca. Vontade de ser um bálsamo. Procissão meus pensamentos, sem velas, no escuro, não há mãos dadas. Vão-se ideias em vão. Já vivi em livros Suprimi vertigens POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA E nãoAS háMULHERES mais vinho. Estou extinta há anos.
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