MÔNICA DE AQUINO (1979)
Poeta mineira, colabora em suplementos literários. Participou da antologia portuguesa O Achamento de Portugal (2005). Já teve poemas publicados em vários sites do Brasil e do exterior. Publicou seu primeiro livro, Sístole, em 2005. Com Fundo Falso, segundo livro, ganhou o prêmio cidade de BH, em 2013. Desde então, o livro recebeu novas leituras e versões. “É um trabalho de Penélope, né?”, brinca a autora sobre o processo de escrita e reescrita de seu livro.
O hoje é um cão com fome que esconde o osso. O hoje é a mão que o cão lambe. O hoje é o dono do cão é a fala do cão com o rabo o faro de Argos. O hoje é um cão pura língua e dentes preso à corrente do cão-passado preso ao alarde do amanhã: cão-labirinto às vezes fera que ladra e morde. O tempo é um cão de três cabeças (há dias em que é besta Cérbero em círculo). O tempo é a pata que cava a espera à procura do osso que enterra.
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AS MULHERES POETAS NA LITERATURA BRASILEIRA