Revista Ruminantes 45

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#45 | abr. mai. jun. 2022

REVISTA RUMINANTES

FORRAGENS | CULTURAS EXTENSIVAS

CONTROLO PRECOCE DAS INFESTANTES NO MILHO O CONTROLO PRECOCE DAS INFESTANTES É ESSENCIAL PARA PROTEGER A CULTURA DO MILHO E OBTER MAIOR RENDIMENTO POR HECTARE NA COLHEITA, PARTICULARMENTE EM SEMENTEIRAS PRECOCES. Por Equipa Syngenta Portugal

P

ara as plantas de milho jovens, as infestantes não são apenas um concorrente indesejável, por água, nutrientes e luz, mas também condicionam os mecanismos de desenvolvimento da cultura, levando-a a concentrar a maior parte da energia na emissão de folhas e caules, em detrimento do desenvolvimento das raízes. Este instinto de “sobrevivência” do milho pode comprometer irremediavelmente o seu potencial de produção, mesmo que as infestantes sejam eliminadas após a sua emergência. Sabe-se que as infestantes com mais de 5 cm competem com a cultura pelos recursos (água, nutrientes, luz) de que esta precisa para crescer, levando a um impacto negativo no desenvolvimento do milho que pode reduzir a sua produtividade. Atualmente, os cientistas são unânimes em dizer que, para evitar perdas de produção superiores a 5%, deve manter-se o milho livre de infestantes desde a terceira até à oitava folha da cultura. As perdas por concorrência com as infestantes nas

primeiras etapas são irreversíveis e não se podem recuperar através da eliminação das infestantes numa fase mais avançada do ciclo cultural. Um estudo recente mostra que a concorrência pelos recursos não é a única causa das perdas de produção que acontecem no início do desenvolvimento da cultura. O Professor Clarence J. Swanton, da Universidade de Guelph, em Ontário (Canadá), avaliou o impacto das infestações precoces de infestantes na produtividade do milho. A pesquisa foi iniciada depois deste investigador observar perdas de produção em campos de milho, com abundância de humidade e nutrientes, e em situações onde as infestantes não eram suficientemente altas para tirar a luz ao milho. Qual seria então a razão para as perdas de produção quando as infestantes estavam presentes na fase de emergência do milho? O milho acelera o desenvolvimento da parte aérea e reduz a emissão de raízes. 044

Sabe-se que a presença de infestantes reduz o desenvolvimento das raízes do milho e isto pode resultar na perda de produção. Tendo em conta a fisiologia das plantas do milho, Clarence J. Swanton sugere que o desenvolvimento normal das raízes é inibido por uma mudança nas características da luz causada pelas infestantes que emergem ao mesmo tempo que o milho. Nas folhas do milho são os recetores de luz ( fitocromos) que detetam as mudanças na luz. Quando as infestantes emergem ao mesmo tempo que a cultura, os fitocromos contidos nas células das plantas do milho identificam a categoria particular de frequências de luz refletida pelas infestantes, levando as plantas do milho a adotar uma estratégia de crescimento para evitar a sombra, emitindo um caule mais alto e folhas maiores ( fotos A e B). À primeira vista isto parece positivo mas, na realidade, um sistema radicular forte é essencial para o desenvolvimento da planta do milho em todo o seu ciclo de vida e, caso a maior parte da energia da planta


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