O ESGAR DO CRÂNIO NU: a construção da imagem do corpo em Hilda Hilst e Iberê Camargo

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3.2. PINTURAS DE 1980-­‐1994: CORPOS DENSOS A pintura, no cenário artístico da década de 1980, no Brasil e no exterior, ressurge dos escombros e ruínas como meio de expressão privilegiado. Isto depois de uma intensa crítica à pureza dos meios, tendo a pintura como o alvo principal, depois do discurso da morte da pintura, da desmaterialização da obra de arte levado às últimas consequências pelas vertentes conceituais da produção artística e também passando pelo próprio questionamento da definição de arte. Sem contar a demanda participativa por parte do expectador na obra de arte, a demanda por projetos coletivos, a necessidade do engajamento político a contracultura que caracterizaram os anos de 1960 e 1970. Para citar um único e significativo exemplo, a exposição "A new spirit in painting", grande mostra realizada no início de 1981 pela Royal Academy of Arts de Londres, sinalizava em seu catálogo que a arte deveria retomar o "gozo dos sentidos", a sensualidade da matéria plástica/visual -­‐ em uma franca crítica ao que os curadores consideravam excessivo asceticismo provocado pelas vertentes conceituais e minimalistas -­‐ sob o risco de perder seu ímpeto criativo. (CARVALHO, 2014, p. 65)

Até 1980, as pinturas de Iberê Camargo dialogaram com o abstracionismo informal o que pode-­‐se observar na pintura a seguir (figura 19). Depois de 1980, as pinturas de Iberê Camargo podem facilmente ser associadas ao neo-­‐expressionismo e à transvanguarda italiana. Nomes como Picasso, Roberto Matta, Baselitz, Markus Lüpertz, Francis Bacon, Lucian Freud, Balthus, artistas que, tal como Iberê Camargo, jamais haviam abandonado a pintura.


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5.1.7 Vídeo

11min
pages 292-301

Conclusão

5min
pages 302-304

Referências

17min
pages 305-318

5.1.6. Livro de artista

6min
pages 284-291

5.1.5. Animação

2min
pages 281-283

5.1.4. Fotografias

4min
pages 274-280

5.1.3. Gravuras

7min
pages 269-273

5.1.2. Desenhos

5min
pages 263-268

Cap. 5. O corpo intersemiótico

7min
pages 246-252

4.2.Um esgar mais que imperfeito

1min
pages 244-245

4.1. O corpo político

20min
pages 229-243

Cap.4. Hilda Hilst e Iberê Camargo: o esgar do crânio nu

46min
pages 199-228

3.2. Pinturas de 1980 1994: Corpos densos

58min
pages 150-196

3.3. Conclusão: In progress

1min
pages 197-198

3.1. Da crítica

12min
pages 141-149

2.8. Inconclusões

5min
pages 138-140

2.6. O Unicórnio : o corpo bestial

20min
pages 124-134

2.7. Floema : o corpo na mesa de dissecação

5min
pages 135-137

2.3. Fluxo : o corpo grotesco

48min
pages 72-97

2.5. Lázaro : o corpo reencarnado

28min
pages 108-123

2.4. Osmo : decifra meu corpo ou eu te devoro

21min
pages 98-107

2.2. Fluxo floema: a imagem do corpo estranho

13min
pages 64-71

2.2. O corpo grotesco

11min
pages 44-50

2.3. O corpo abjeto

14min
pages 51-58

Introdução

21min
pages 19-30

Cap.1 A construção da imagem do corpo

19min
pages 31-43
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