O ESGAR DO CRÂNIO NU: a construção da imagem do corpo em Hilda Hilst e Iberê Camargo

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5.1.4 -­‐ FOTOGRAFIA A fotografia também é um meio de expressão presente neste trabalho. A começar pelo Atlas imagético, construído como fonte inspiradora para futuros trabalhos, ou pelas fotografias produzidas por mim para a série NADANADA. As fotografias que compõem o Atlas são fotografias apropriadas dos mais diferentes lugares e mídias. São fotografias de jornais, físicos e virtuais, de sites, frames de filmes, enfim, imagens de arquivo. Além do Atlas Imagético, produzi uma série fotográfica baseada nos contextos e conceitos vindos das obras de Hilda Hilst e de Iberê Camargo. São imagens inspiradas nas obras desses dois artistas, porém com uma leitura pessoal e com características tradutórias. O objetivo inicial foi recolher imagens do mundo, enquanto produtos das leituras de Fluxo-­‐floema e análises das pinturas de Iberê Camargo. São imagens captadas de maneira informal, às vezes distraída, e sem preocupação de fazer uma foto muito bem-­‐sucedida, em termos técnicos de iluminação e enquadramento. Sabe-­‐se que entre as técnicas de figuração, a fotografia é aquela que está mais próxima do objeto referente. Porém há um corte entre o real e a realidade da foto. Segundo Boris Kossoy: A fotografia é sempre uma representação a partir do real intermediada pelo fotógrafo que a produz segundo sua forma particular de compreensão daquele real, seu repertório, sua ideologia. A fotografia é, como já vimos reiteradas vezes, o resultado de um processo de criação/construção técnico, cultural e estético elaborado pelo fotógrafo. A imagem de qualquer objeto ou situação documentada pode ser dramatizada ou estetizada, de acordo com a ênfase pretendida pelo fotógrafo em função da finalidade ou aplicação a que se destina. (KOSSOY, 2002, p. 52)

A fotografia responde com eficácia às necessidades dos artistas contemporâneos enquanto ferramenta disponível para se captar imagens do real e, posteriormente, submetê-­‐las a processos de hibridação e edição. Com as possibilidades tecnológicas disponíveis, os artistas lançaram mão da fotografia a fim de chegar a outros resultados. Como se, com o tratamento digital, os dados do real fossem


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5.1.7 Vídeo

11min
pages 292-301

Conclusão

5min
pages 302-304

Referências

17min
pages 305-318

5.1.6. Livro de artista

6min
pages 284-291

5.1.5. Animação

2min
pages 281-283

5.1.4. Fotografias

4min
pages 274-280

5.1.3. Gravuras

7min
pages 269-273

5.1.2. Desenhos

5min
pages 263-268

Cap. 5. O corpo intersemiótico

7min
pages 246-252

4.2.Um esgar mais que imperfeito

1min
pages 244-245

4.1. O corpo político

20min
pages 229-243

Cap.4. Hilda Hilst e Iberê Camargo: o esgar do crânio nu

46min
pages 199-228

3.2. Pinturas de 1980 1994: Corpos densos

58min
pages 150-196

3.3. Conclusão: In progress

1min
pages 197-198

3.1. Da crítica

12min
pages 141-149

2.8. Inconclusões

5min
pages 138-140

2.6. O Unicórnio : o corpo bestial

20min
pages 124-134

2.7. Floema : o corpo na mesa de dissecação

5min
pages 135-137

2.3. Fluxo : o corpo grotesco

48min
pages 72-97

2.5. Lázaro : o corpo reencarnado

28min
pages 108-123

2.4. Osmo : decifra meu corpo ou eu te devoro

21min
pages 98-107

2.2. Fluxo floema: a imagem do corpo estranho

13min
pages 64-71

2.2. O corpo grotesco

11min
pages 44-50

2.3. O corpo abjeto

14min
pages 51-58

Introdução

21min
pages 19-30

Cap.1 A construção da imagem do corpo

19min
pages 31-43
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