O ESGAR DO CRÂNIO NU: a construção da imagem do corpo em Hilda Hilst e Iberê Camargo

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5.1.5 -­‐ ANIMAÇÃO Como mais uma forma de exercício intermidiático, desenvolvi, com base nas minhas pinturas, uma série de fragmentos animados, no intuito de apresentar rupturas formais com a bidimensionalidade e mostrar uma pintura expandida para a imagem em movimento e para o som. Minhas pinturas, fotografadas digitalmente, foram a base do processo de criação das animações produzidas para a série NADANADA. Essas fotografias das pinturas, que nesse momento se transformaram em imagens fotográficas das pinturas, foram descarregadas em um computador e retrabalhadas em um programa de edição de imagens (Photoshop). As imagens foram recortadas e repintadas, com uma ferramenta do Photoshop que é um simulacro de pintura a óleo. Posicionando cada elemento em uma camada (layer) diferente do Photoshop pude "descolar" os elementos da pintura que seriam animados. Esse arquivo de Photoshop é então aberto em um programa de animação chamado After Effects. Neste software, é possível movimentar os layers do Photoshop em um determinado tempo pré-­‐estabelecido, numa timeline. Sendo o Photoshop um programa de edição de imagens estáticas e o After Effects um programa de edição de imagens em movimento, ambos trabalham perfeitamente juntos, um como complemento do outro. Tais animações foram feitas para serem exibidas na galeria, em um monitor ao lado das pinturas. Ou seja, o espectador pode observar as mesmas imagens em mídias diferentes, fruindo uma transmutação intermidiática. Pode-­‐se observar com essa produção de animações a grande cadeia tradutória criativa que se sucedeu desde o livro de Hilst e as pinturas de Camargo, passando pelas análises comparativas, seguidas da produção das pinturas, a transposição para a fotografia, os procedimentos de computador, a edição da animação e ao final a instalação em uma sala expositiva. Segundo Arhur Danto, neste caso: A pintura explora dois modos de ser -­‐ apresenta o que os filósofos medievais distinguiam como realidade formal e realidade objetiva, existindo, pode-­‐se dizer, uma como imagem e a outra como realidade. Ela ocupa o espaço do espectador e o espaço fictício de uma personagem num filme. (DANTO, 2007, p. XIII)


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5.1.7 Vídeo

11min
pages 292-301

Conclusão

5min
pages 302-304

Referências

17min
pages 305-318

5.1.6. Livro de artista

6min
pages 284-291

5.1.5. Animação

2min
pages 281-283

5.1.4. Fotografias

4min
pages 274-280

5.1.3. Gravuras

7min
pages 269-273

5.1.2. Desenhos

5min
pages 263-268

Cap. 5. O corpo intersemiótico

7min
pages 246-252

4.2.Um esgar mais que imperfeito

1min
pages 244-245

4.1. O corpo político

20min
pages 229-243

Cap.4. Hilda Hilst e Iberê Camargo: o esgar do crânio nu

46min
pages 199-228

3.2. Pinturas de 1980 1994: Corpos densos

58min
pages 150-196

3.3. Conclusão: In progress

1min
pages 197-198

3.1. Da crítica

12min
pages 141-149

2.8. Inconclusões

5min
pages 138-140

2.6. O Unicórnio : o corpo bestial

20min
pages 124-134

2.7. Floema : o corpo na mesa de dissecação

5min
pages 135-137

2.3. Fluxo : o corpo grotesco

48min
pages 72-97

2.5. Lázaro : o corpo reencarnado

28min
pages 108-123

2.4. Osmo : decifra meu corpo ou eu te devoro

21min
pages 98-107

2.2. Fluxo floema: a imagem do corpo estranho

13min
pages 64-71

2.2. O corpo grotesco

11min
pages 44-50

2.3. O corpo abjeto

14min
pages 51-58

Introdução

21min
pages 19-30

Cap.1 A construção da imagem do corpo

19min
pages 31-43
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