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A igualdade de género Mariana Guedes . Aluna do 12º B “A minha identidade não se define pela capacidade de aderir ao pressuposto correto nem deveria ser influenciada pelos estereótipos impostos pela sociedade ou pelo facto de não me enquadrar nos padrões pré-estabelecidos.”
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ualquer pessoa que tome a decisão de abrir os olhos e refletir um pouco acerca das realidades do nosso mundo pode notar que a nossa sociedade tem como base um sistema de desigualdades. Isto pode basear-se na raça, na religião, no estatuto profissional, na sexualidade e em quaisquer outras dimensões do ser humano. Apesar de me sentir incapaz de transmitir a relevância deste tão frágil e importante tema, decidi aproveitar esta oportunidade e usufruir da liberdade de escolha de assunto para expressar e defender muito sucintamente o meu ponto de vista sobre a maneira como as mulheres são tratadas na atualidade e na grande controvérsia em relação à igualdade de géneros. Desde o nascimento até à morte somos alvo de julgamento de quem nos rodeia e é-nos sempre impingida uma certa pressão para agirmos e pensarmos de acordo com o convencional. Algo que fuja ao comum, ao normal e ao que a nossa comunidade está habituada é visto como objeto de rebeldia e dificilmente bem aceite. Uma mulher que não saiba cozinhar, uma mulher que diga asneiras, uma mulher que fume e beba recorrentemente, uma mulher que não ligue muito
às aparências, por exemplo, provavelmente já foi questionada e possivelmente corrigida por causa do modo como age – “Uma menina não pode fazer isso” ; “Se queres ser uma mulher, não podes dizer essas coisas”; “Tens de mudar ou nunca irás arranjar namorado”. Eu própria já ouvi muitas destas expressões, que, porém, são fruto de intelectualidades conservadoras e tradicionais que eu considero incrivelmente irritantes. A minha identidade não se define pela capacidade de aderir ao pressuposto correto nem deveria ser influenciada pelos estereótipos impostos pela sociedade ou pelo facto de não me enquadrar nos padrões pré-estabelecidos. Não deveríamos ser vitimas do criticismo nem obrigados socialmente a cumprir com as imposições do pensamento alheio para evitar sermos julgados. Uma mulher com uma vida sexual ativa, uma mulher que goste de sexo nos dias de hoje e o diga com convicção é vista como alguém que não tem respeito próprio e chega até a ser posto em causa o seu valor, algo que não se verifica com tanta frequência no sexo masculino. Cada vez acredito mais que uma mulher confiante e à vontade consigo mesma intimida os homens. A liberdade feminina ofende e desestabiliza a mente frágil e preconceituosa e por isso é que há pessoas que se esforçam tanto para que isso não aconteça. A posição que eu tomo acerca deste assunto não é unicamente minha, visto que 2016 tem sido