Equilíbrio e flexibilidade. Parecem, à partida, difíceis de conciliar, mas são, para os fabricantes de moldes, duas condições essenciais para assegurar a qualidade da produção. Com este desígnio, as empresas devem, ainda, conseguir uma articulação perfeita entre os vários departamentos, com uma comunicação fluente e eficaz, investindo quanto baste nas tecnologias de forma a combater desperdícios e apostar na melhoria contínua. Esta é, em síntese, a opinião partilhada pelas três empresas que nos deram a sua visão sobre esta questão. Imoplastic, Moldoeste e Moldworld sublinharam ainda a necessidade de não descurar o capital humano, imprescindível ao sucesso de qualquer organização.
Assegurar um bom sistema de produção numa empresa de moldes exige, acima de tudo, uma articulação de vários fatores que permita obter os melhores resultados. “É preciso existir uma grande cooperação entre os diversos departamentos para se conseguir chegar a bom porto”, defende Ana Vieira, da Moldoeste. Mas só isso não chega. É necessário estender essa ligação dos departamentos às máquinas, aos softwares e à engenharia, de forma a alcançar “uma produção sem grandes tumultos”, acrescenta. “Podemos ter as melhores máquinas do mundo e os melhores softwares, mas se não houver esta articulação do ser humano nos diversos departamentos, as coisas não vão funcionar”, defende. E como alcançar essa coordenação entre os departamentos? Ana Vieira considera que é preciso, desde logo, entender que não há departamentos mais importantes do que outros. São todos imprescindíveis. A articulação entre todos, frisa, está dependente de uma boa comunicação. Exemplifica, percorrendo toda a área produtiva da empresa e começando pelo departamento comercial. “Aqui, tem de haver muita clareza e objetividade naquilo que se está a vender. Se não estiver tudo muito claro, o processo vai correr mal, por melhor que seja o sistema de produção que tenhamos implementado”, afirma. E prossegue, dizendo que “a mensagem”, já depois do negócio conseguido, “tem de continuar clara, transparente e inequívoca para ser bem interpretada pelo departamento de projeto que é o que vai desenvolver toda a engenharia. Esta deverá corresponder a 100% daquilo que o cliente quer”. Ou seja, “tem de haver uma conformidade com os requisitos do cliente ao longo de todo o processo”, sublinha para acrescentar que “há depois outras etapas que continuam a ser importantes e que envolvem todos os departamentos, como a revisão do projeto”. Flexibilidade
Destaca ainda que, em todo o processo, um dos pontos-chave é o planeamento. “É ele que vai controlar as tarefas e todos os passos e sequências de produção e os respetivos tempos”, esclarece, considerando que tem de ser “um processo muito dinâmico porque há uma série de variáveis”. “Por muito que se consiga antecipar problemas, e há uma série de softwares que nos ajudam nisso, há sempre coisas que vão surgir no caminho, que não estão previstas e tem de haver um acompanhamento em tempo real e diário”, adianta. E reforça que cada molde é sempre um protótipo. “Mesmo que tenhamos uma encomenda de um segundo molde de repetição exatamente para a mesma peça, sabemos à partida que não vamos fazê-lo exatamente como fizemos o primeiro”, esclarece. Por isso, “é fundamental que exista muita flexibilidade no processo”.
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