EXPLORA POR MARCELLA OLIVEIRA @marcella_oliveira
MILÊNIOS ENTRE MURALHAS E SANTUÁRIOS
O Japão esteve no radar do mundo nos últimos meses por conta da realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Mas, se em tempos normais a expectativa era ter um país repleto de turistas, tudo foi por água abaixo com a pandemia de Covid-19 e o adiamento para 2021. De acordo com a empresa de pesquisa Nomura Research Institute (NRI), a perda estimada para a economia japonesa com a ausência de público é de USD 1,3 bilhão. No entanto, a curiosidade sobre a cultura nipônica e toda a sua tradição segue espalhada pelo mundo. Enquanto não podemos estar lá, que tal conhecer alguns lugares imperdíveis? Os encantos japoneses nos conquistam antes mesmo de estarmos lá in loco. Por ora, nos resta sonhar com a Terra do Sol Nascente.
Fotos: Divulgação
Templo Kinkaku-ji
Fushimi Inari
KYOTO: O CLÁSSICO A antiga capital dá a ver a essência da cultura, com as clássicas construções da arquitetura japonesa e os mais de 1,8 mil templos, numa sensação de estar circulando por um cenário com todo aquele clima oriental de calma, natureza e tradição. Kyoto tem charme e mistério e, dizem, é o melhor local para ver as gueixas no Japão. Em um turismo não urbano e com menos multidão (são 1,4 milhão de habitantes), os parques, construções e templos impressionam, mas, ao mesmo tempo, são relativamente familiares, até mesmo os trajes, incluindo os wagasas, o tradicional guarda-chuva feito com materiais renováveis, como papel japonês, barbante e bambu. 156 « GPSLifetime
Difícil escolher quais templos visitar, mas alguns deles se destacam. Um dos mais famosos é o Santuário Fushimi Inari Taisha, que é conhecido pelo seu túnel de dez mil portais, chamados Torii, que te guiam pelo Monte Inariyama num passeio pela natureza. Há ainda o imponente Kinkaku-ji, todo coberto de folha de ouro puro e com uma fênix dourada no telhado. Se a visita a Kyoto for na época das cerejeiras, prepare-se para uma paisagem deslumbrante no templo suspenso Kiyomizudera, considerado patrimônio mundial da UNESCO. Em um roteiro off tour, dois templos estão fora do circuito tradicional. Um deles é o Sanjūsangen-dō e suas mil estátuas de tamanho real do Exército de Mil Kannons dispostas ao redor da divindade principal do templo, a Kannon de Mil Braços, criada pelo escultor Kamakura Tankei e considerada um Tesouro Nacional do Japão. Outro mais desconhecido é o Otagi Nenbutsu-ji, que, em redor, tem 1,2 mil esculturas que retratam os Rakan – discípulos de Buda –, feitas por fiéis, com diferentes tamanhos, expressões e estilos. É, no mínimo, curioso.