Edição 479- Setembro de 2020

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Cadeia em Pauta

Reforço no bem-estar animal Miner va Foods cria comitê específico para essa área, reforça investimento em capacitação e cria ferramenta “Trajeto do Boi” para identificar pontos críticos.

Sombra no curral de espera do frigorífico e cuidados com higiene garantem o bem-estar dos animais

O

Temos tolerância zero com atos de abuso, negligência e maus -tratos com os animais” Taciano Custodio, diretor de sustentabilidade da Minerva Foods

Tatiana Souto

bem-estar animal ganhou novo status na Minerva Foods, em agosto. A empresa criou um comitê para cuidar especificamente dessa área, formado por profissionais ligados aos setores de sustentabilidade, compra de gado, transporte de bovinos, qualidade e comunicação. Para simbolizar essa política, a companhia idealizou o Selo de Bem-Estar Animal Minerva Foods, que indica compromisso com o bom manejo ao longo de todo o processo produtivo (da fazenda à indústria). “Seguimos não apenas a legislação brasileira, mas todos os padrões internacionais recomendados para garantir a saúde, conforto e segurança dos animais, além do abate humanitário”, explica Taciano Custodio, diretor de sustentabilidade da companhia. Segundo ele, as empresas frigoríficas estão investindo cada vez mais na melhoria de processos nessa área. “É algo muito perceptível, em comparação com cinco anos atrás”, diz ele. O comitê de bem-estar animal recém-criado pela Minerva tem por função estabelecer diretrizes estratégicas, acompanhar a evolução de metodologias de manejo, avaliar tendências de mercado e exigências dos consumidores, além de recomendar ajustes operacionais voltados ao bem-estar animal nas unidades de abate. Suas sugestões são levadas periodicamente à alta direção, para alinhamento interno e tomada de decisões. Cada uma das 24 unidades da Minerva no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia e Chile (por meio de sua subsidiária Athena Foods) conta com pelo menos uma pessoa dedicada ao bem-estar animal, responsável pelo monitoramento de rotinas, gestão de indicadores e adoção de ações corretivas. “Agora, o tra-

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balho será coordenado pela Gerência de Qualidade, visando dar maior visibilidade ao programa. Ou seja, o tema adquiriu força corporativa”, diz Custodio. Inicialmente, a nova estrutura de governança na área de bem-estar será adotada apenas nas unidades frigoríficas do Brasil, mas a experiência poderá servir como benchmarking para os demais países onde a Minerva Foods atua. Não apenas os funcionários serão envolvidos, mas também fornecedores e parceiros. “O objetivo é conduzir as operações com base em princípios éticos e de transparência”, reforça o executivo. A Companhia segue as premissas dos cinco domínios do bem-estar animal recomendados pelo Farm Animal Welfare Committee (FAWC) e norteia suas ações pelo Regulamento 1099, da União Europeia; o Protocolo da American Meat Institute (AMI), dos Estados Unidos; e o Regulamento de Rastreabilidade da União Europeia e Chile, além de requisitos específicos exigidos pelos clientes no Brasil e no mundo. Capacitação O programa de bem-estar animal da Minerva, segundo Custodio, prevê tolerância zero a quaisquer atos de abuso, negligência ou maus-tratos com os animais. Para monitorar isso e identificar pontos críticos no processo produtivo, a empresa desesenvolveu uma ferramenta chamada “Trajeto do Boi”, que permite diagnosticar problemas em instalações e equipamentos, na frota de veículos, operações industriais e cadeia de fornecimento. Com base nesses dados, são realizados treinamentos, tanto na empresa (para funcionários que lidam com os animais e motoristas), quanto em propriedades rurais, envolvendo principalmente os vaqueiros. “Realizamos ainda campanhas anuais, com participação da BEA Consultoria, World Animal Protection (WAP) e SPT Treinamento, para fixar as boas práticas” informa o executivo. Antes da pandemia, a Minerva realizava periodicamente os encontros presenciais “Falando de Pecuária”, onde o bem-estar animal era amplamente discutido. “Hoje esses encontros ocorrem online, mas o trabalho não parou”, informa Custodio. O programa de bem-estar da Minerva conta com auditoria externa independente. Além de ser fiscalizado pelo Ministério da Agricultura, ele é certificado pela WQS, que utiliza o protocolo do North American Meat Institut, desenvolvido por Temple Grandin. “Temos ainda quatro plantas no Brasil e mais de 100 pecuaristas certificados em protocolos orgânicos, que garantem o bem-estar animal em todos os processos. Em 2019, recebemos pontuações de destaque, com mais de 96% de conformidade”, completa o executivo. n


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