Melquisedeque Nascimento de Oliveira Poeta gay amador, nascido em 23/04/2003, na Região Metropolitana de Fortaleza. Atravessou boa parte da sua infância passando por conflitos familiares. Filho de mãe solteira, estudou sua vida toda em escolas públicas, começando a escrever seus poemas aos 11 anos de idade, engajado em projetos da escola, enquanto enfrentava problemas com sua autoidentidade e rejeição.
À noite. Uma vida não é o bastante pra mim, é muito pouco tempo para cicatrizar minhas feridas, eu não vivi a minha vida, não pela noite...trocado até pelo nome. À noite, eu sou possesso, vaidoso, para a sociedade monstruoso, a cada minuto que a noite passa, eu viro mais uma taça e fico mais encorporado. Eu não me reconheço de noite, é como se eu estivesse embriagado, em um mundo que não é meu e nem do vinho “El diablo encarnado”. O jazz, a trombeta, tudo toca minha alma, à noite eu ando pelado, eu danço e fumo a tristeza, às vezes a festa é longa e eu a giro “ desacordado”. À noite eu não tenho medo de espíritos, porque viro um, ele finge que me ama, me beija, me consome e me faz sentir chapado sem baseado nenhum. À noite eu não tenho anjo da guarda, tenho uma legião, à noite não ando só, à noite não posso ser um homem melhor, porque à noite não sou um homem. Coletivo Flids | 93
