Revista FAZE,

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O Impacto do Alumínio

Veja os benefícios do alumínio para o seu negócio e para o ambiente

Jan 23 7824 76245 97 R$ 60,00 Nº 1

OLÁ !

Somos a revista Fazê, sua parceira no mundo dos negócios sustentáveis a fim de orientar e abrir novos caminhos para a sua vontade de fazer diferente através do empreendedorismo consciente.

Hoje em dia, pouco se fala sobre a possibilidade de alinhar lucros e produção de impacto positivo, mas saiba que é possível e vamos te mostrar isso.

Saia dos clichês de sempre, e venha conhecer cases modernos de marcas ou pessoas de sucesso no ramo, nessa edição temos cases como o da Pantys, e uma entrevista inspiradora com o Marcus Nakagawa. Além disso, venha conferir o melhor do mercado alimentício sustentável, como o projeto de conscientização ambiental colocado em prática pela The Coffe e pela Nude. Já em holofote, você ficará por dentro das programações e eventos que estão rolando por aí, assim como também poderá dar uma espiada nos bastidores de grandes festivais de música que possuem pegada ecológica positiva, assim como terá acesso a colunas assinadas por Laurent Babikian, Mariana Pacheco, Carmen Perez, e Andrea Minardi, mostrando resultados dessa nova onda econômica da sustentabilidade.

Ademais, nessa edição você encontrará uma matéria sobre como o alumínio pode impactar na vida e descarte correto do seu produto, e também verá a ação de grandes empresas de bebidas alcoólicas sobre as questões sociais e sustentáveis mais pertinentes atualmente.

GOSTOU? APROVEITA QUE TEM MUITO MAIS!

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING

CURSO DE GRADUAÇÃO DE DESIGN E COMUNICAÇÃO

2023.1 | DSG C 3

PROJETO INTEGRADO 3º SEMESTRE

PROJETO III: PROFª MARISE CHIRICO

INFOGRÁFICO: PROF. MARCELO PLIGUER

MARKETING ESTRATÉGICO: PROFª ELISABETE FURTADO

COR E PERCEPÇÃO: PROFª PAULA CSILLAG

PRODUÇÃO GRÁFICA: PROF LEOPOLDO LEAL

PROJETO EDITORIAL

BEATRIZ HORTA

GIOVANA FEGADOLLI

LAURA ORRICO

MARIA EDUARDA DIAMANTINO

NATHALIE SCHUCHMAN

Duda Nati Gi Bia

SUMÁRIO

Borogodó Boró Godó Pelas Lentes O impacto do alumínio Bebidas alcoólicas 44 68 58
Nova Fase
Holofote Mercado Pessoas que inspiram Cases de sucesso Entrevista Bastidores Empreendendo Mercado Positivo Coluna Assinada Agenda Impactos Pantys Os flexetarianos Fabio Neves dos Santos Notas rápidas 10 14 14 18 28 29 30 36 38 42 40 34 32 12 22 26 24 Marcus Nakagawa Fernando Fernandez TC 100: projeto inédito Urban Flowers AmoKarité O mercado de queijos veganos Dados The Coffe & Nude Burguer King Mercado de alimentos veganos Boom na demanda Queda na produção de carne Festivais do bem Crédito de carbono Brasil e China Investimento Amazon Negócios e impacto positivo Nova economia global Solução CVM A carne de laboratório Descarbonização Global
Cena
Papila
Sustentabilidade
futuro Dia da terra Festival de investimentos Evento em Boa Vista Museu do Amanhã As cidades mais sustentáveis Desperdício de alimentos e o efeito estufa O poder do marketing 74 82 84 83 81 80 78 94 92 91 90 100 104 102 98 76
Programa Sustentável: Natura
e o

Fábio Neves: brasileiro criador da Biocosmetics

Quem diria que as cascas do cacau, que sobram aos montes no processo de fabricação de chocolates, poderiam ajudar a combater rugas! A descoberta foi feita pelo químico Fábio Neves dos Santos, quando pesquisava para sua tese de doutorado sobre micro-organismos que adoecem plantações de cacau. O pesquisador foi a campo para conhecer de perto o trabalho feito nas fazendas da Bahia, região que mais produz cacau no Brasil, e saiu de lá inconformado com a quantidade de resíduos (sobretudo cascas!) gerados no processo de extração da amêndoa, que é a parte do cacau usada pela indústria para fazer o chocolate. Com as malas cheias de “amostras grátis” desses resíduos, Fábio voltou para Campinas, em São Paulo, onde estudava, decidido a encontrar uma forma (rentável!) de reutilizar esses restos descartados pela agroindústria. E encontrou! Ele descobriu nos resí duos compostos bioativos, altos teores de vitamina c , proteínas, peptídeos, lignina, celulose e minerais – como cálcio, ferro, magnésio, manganês, sódio e zinco. Um prato cheio para a produção de cosméticos naturais!

Muitos anos e estudos depois, surge a Cacaus Biocosmetics, marca (pioneira no mundo!) de cosméticos feitos com resíduos de cacau – e que

ainda são biodegradáveis, o que significa que não poluem o meio ambiente quando descartados, como acontece com os cosméticos convencionais. Por enquanto, dois produtos da marca estão em fase inicial de comercialização um creme facial antioxidante e uma loção corporal, que passaram por testes de irritação cutânea para assegurar sua segurança, bem como por testes de proliferação e regeneração celular, apresentando resultados bastante positivos.

O plano agora é expandir a cartela de produtos da marca e dar início à produção em larga escala como principais parceiros os produtores baianos de cacau que poderão ter uma fonte de renda extra a partir da venda dos resíduos.

10 Cena Negócios Sustentabilidade Futuro Pessoas que inspiram
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CAROL OLIVEIRA
Biocosmetics, marca pioneira a usar resíduos de cacau como matéria prima para cosméticos
Fábio Neves, CEO e fundador da Biocosmetcs

Nátaly Neri

Nátaly Neri é youtuber, cientista social e vegetariana. Embaixadora do Creators For Change, ela fala de sustentabilidade em seu canal “Afros e Afins” e fez sucesso ensinando a produzir make com ingredientes naturais, a ter sua própria horta e a fazer pratos sem carne! Ela também aborda questões ligada a racismo, orientação sexual e outras causas muito importantes!

Yasmin Brunet

A modelo e atriz Yasmin Brunet é vegana há quase 10 anos. Ativista, apoia causas relacionadas ao meio ambiente e sustentabilidade, e já participou de protestos da ONG Animal Equality! Ela faz sucesso com o papo “coma consciente”, onde ela dá dicas de como reduzir o consumo de carne e também fala de beleza natural. Em seu canal do Youtube, ensina a fazer spray pro cabelo, cremes de beleza, cuidados com a pele e afins!

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Pessoas que inspiram
@natalyneri @yasminbrunet
Yasmin Brunet Nátaly Neri
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Giovanna Nader

Criadora do “Projeto Gaveta”, conhecido como “clothing swap” lá fora, onde as pessoas trocam entre si roupas que não usam mais, Giovanna Nader também é consultora de moda sustentável e lançou agora o movimento #comeceamudança: durante cem dias ela vai compartilhar uma mudança diária que faz em sua vida em prol da sustentabilidade – estamos todos convidados pra aderir a ideia, bem bacana!

@giovannanader

Cristal Muniz

A catarinense Cristal Muniz (@cristalmuniz) se inspirou no “Trash is For Tossers”, da Lauren Singer, para criar seu blog “Um Ano sem Lixo” (@umanosemlixo), onde compartilha a busca por métodos alternativos, dicas de onde comprar ou como fazer produtos eco-friendly! O projeto virou livro também: “Uma Vida sem Lixo.

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@cristalmuniz
Cristal Muniz Giovanna Nader DIVULGAÇÃO

Marcus Nakagawa fala sobre sustentabilidade e moda

Criador da plataforma Dias Mais Sustentáveis, Marcus Nakagawa, fala sobre o mercado de moda

Ultimamente grandes redes como a C&A, a Malwee e a Renner e empresas menores como a Oriba têm lançado coleções especiais, produzidas pensando na sustentabilidade. Essa seria uma tendência do mercado?

Essas iniciativas são uma forma deste segmento de mercado tentar se reinventar numa realidade de sustentabilidade, inclusão, ética e integridade. São formas pelas quais esta indústria está tentando buscar mudar milhares de anos de história de vestir as pessoas. Tomara seja um paradigma a ser trabalhado e implementado por todas as empresas deste ramo de negócio. Temos que utilizar toda a tecnologia e inovação que esta indústria trouxe ao longo dos anos, não somente para o lucro a curto prazo e, sim, proposta de valores para todos os envolvidos na cadeia, desde a mão de obra de produção, o meio ambiente, os fornecedores, os distribuidores, os acionistas, consumidores, enfim, todos! A economia circular pode ser um dos caminhos a serem trabalhados, com certeza, porém, de ponta a ponta, não somente na hora da comunicação.

14 Cena Negócios Sustentabilidade Futuro Entrevista
Um dos nomes mais reconhecidos no setor de sustentábilidade, Marcus Nakagawa fala sobre moda e sustentábilidade
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MARCOS COSTA

Como o consumidor vê essas questões?

O consumidor começa a entender que estes pontos são importantes para todos. Numa pesquisa da Nielsen, de 2019, chamada Estilos de Vida no Brasil, feita com mais de 21 mil pessoas, mostrou que 42 por cento dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente. Nela 58 por cento responderam que não compram produtos de empresas que realizam testes em animais e 65 por cento não compram de empresas associadas ao trabalho escravo. Cada dia mais as pessoas estão atentas a estas temáticas e já não dá mais para fazer "greenwashing", ou seja, uma lavagem verde fingindo que é sustentável ou um "social washing".

Geralmente peças desenvolvidas com algodão certificado e processos que minimizam o impacto ambiental costumam ter um preço final mais alto.

Por

que esses produtos são mais caros?

Ainda é necessário que as grandes empresas, os grandes “players”do mercado entrem nesse processo, principalmente as empresas de varejo, pois somente na escala é que esses processos se tornarão padrão de mercado. Pode parecer um pouco sonhador, porém, diziam a mesma coisa para as questões da Internet e do mundo digital ureza e a sociedade como um todo. O modo de produção é cruel com o meio ambientel, como sustentabilidade e uma vida reciclavel. A sustentabilidade é um caminho sem volta? Por quê?

Sim, a sustentabilidade é um caminho sem volta porque cada dia mais as megatendências estão apontando que temos que cuidar das questões do meio ambiente, das questões sociais, de inclusão e de diversidade. Após a pandemia é uma tônica muito forte a questão ligada à emergência climática. Um “termômetro” positivo para a temática é a área financeira de investidores. Grande empresas e bancos estão cada dia mais preocupados com o ESG - sigla em inglês para Ambiental, Social e Econômica – e negando crédito para empresas que vão contra estes temas e só investindo em empresas que tenham este tipo de planejamento, implementação e indicadores. Cada consumidor precisa, também, praticar esta sustentabilidade na sua rotina para ter dias mais sustentáveis. Buscar e cobrar a transparência delas e valorizar aquelas que estão fazendo atividades mais condizentes com a realidade que precisamos para consumirmos de forma responsável e sustentável, respeitando a natureza e a sociedade.

15 Negócios Sustentabilidade Futuro
A indústria ideal seria aquela que traz valor para todos os públicos de relacionamento, os stakeholders de toda a cadeia
ANDREA SANTOS

Unilever e sua relação com o impacto positivo

Fernando Fernandez cita a Kibon, empresa que gera grande impacto social

Como superar a desconfiança de que sustentabilidade é só marketing?

Nosso presidente global diz que as companhias que ignorem o problema da fome, da equidade, da diversidade, da mudança climática no curto prazo não vão ter razão de existir. O consumidor quer saber o que está por trás de uma marca, de um produto, os valores da companhia. E as corporações ao final seguem o dinheiro. Se o consumidor dá as costas porque não vê uma genuína preocupação com esses temas, em algum momento você vai perder.

Qual é a lógica de aproximação com empreendedores sociais?

A gente precisa imbuir dentro da companhia esse espírito empreendedor. No final das contas, eu sou um administrador do dinheiro dos outros. Mas os empreendedores correm risco pessoal, colocam paixão nas suas iniciativas. Queremos isso mais e mais dentro do negócio.

É possível misturar com sucesso as duas culturas?

O “talibanismo” das grandes empresas é ruim. O dos empreendedores sociais, também. O pêndulo tem que se acomodar em um algum lugar onde possamos falar uma linguagem comum. Os problemas são demasiadamente grandes para que só um lado resolva. Todos os temas de sustentabilidade, entre eles o uso racional de recursos, são demasiadamente importantes para serem deixados nas mãos dos governos.

A empresa lançou um projeto de venda direta de sorvete?

O projeto se chama Eu Sou Kibon, uma iniciativa global. É um sistema móvel de vendas e distribuição baseado em microempreendedores e microdistribuidores. O que está por trás disso: na praia, no parque ou na saída da escola não há loja para comprar sorvete. No Brasil há um freezer de sorvete para cada 2.000 habitantes. Na Europa e mesmo no Equador, tem-se um para cada 500 habitantes. Como será explorado este potencial de crescimento?

Começamos com piloto em Recife ano passado, a venda em locais públicos estava muito limitada e chegávamos ao consumidor a um preço alto. Costuma-se pagar R$ 3, R$ 4 a mais na praia do que na padaria. Havia muitos níveis de distribuição dentro da cadeia.

Microempreendedores, que se associam a seis ou sete sorveteiros cada um.

A ideia é expandir para 8.000 vendedores nas ruas ligados a mil microempreendedores e podemos chegar a 20 mil em cinco anos. Este é um projeto ambicioso, mas representa uma oportunidade para os microempreendedores envolvidos.

Cena Entrevista
ALANA CARVALHO
17 Negócios Sustentabilidade Futuro
JOÃO SABINO
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TC 100: um projeto inédito de economia circular no Brasil

Brasil Marcos Iorio revela detalhes do projeto em entrevista exclusiva

TJá pensou num território 100% circular, onde todos os materiais e embalagens de papel, vidro, alumínio, metais e plásticos não serão mais enviados para aterros sanitários e sim transformados, reaproveitados e reciclados? Essa é a proposta 100, um projeto de impacto que visa transformar Telêmaco Borba (PR) nesse território 100% circular.

100 se apresenta como um dos maiores experimentos socioambientais em processo no Brasil, uma vez que ao proporem soluções, os envolvidos estão entendendo durante o processo as formas possíveis de como implementá-las. Um desafio de aprendizado diário que desde sua concepção já efetuou uma série de medições inéditas e relevantes para toda a cadeia de embalagens no Brasil. E quem nos conta tudo sobre este projeto, detalhadamente, é Marcos Iorio, diretor HUB Incríveis, rede de inovação criativa e de impacto, que coordena o projeto ao lado de empresas como Klabin e Heineken . Conheça mais sobre esta iniciativa que em breve deve se tornar modelo para outras cidades aumentarem a reciclagem de seus resíduos sólidos.

Explica para a gente o que é o TC 100 e como surgiu a ideia desse projeto? Mesmo com alto investimento de todos os setores (governo, ONGs e empresas), o resultado da implementação de um modelo de economia circular de embalagens no Brasil, se comparados às maiores referências globais, ainda apresenta resultados aquém do desejado. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi desenhada em 2010 e teve como um de seus objetivos a obrigatoriedade de se compartilhar a responsabilidade pela geração e destinação de resíduos de embalagens. O plano foi materializado por meio de um acordo setorial para a reciclagem, em 2015, tendo como meta a comprovação da reciclagem de 22% dos materiais de embalagem colocados no mercado pelos produtores. Porém, mesmo doze anos após a promulgação da PNRS, o país ainda trabalha para alcançar a meta, crescendo 0,5% ao ano.

Optamos, então, por selecionar um território e prototipar um case que pudesse inspirar e construir métodos para gerir melhor o impacto futuro, sem deixar de olhar para o todo, do volume às micro inovações necessárias para uma economia circular completa, pensando na mitigação do impacto negativo e potencialização do impacto positivo.

O projeto Tc 100 nos traz uma reflexão sobre o potencial máximo de circularidade para embalagens em Telêmaco Borba, no Paraná, economia circular, o

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Entrevista
CLAUDIA COSTA

objetivo é construir um espaço para prototipação real, que apresente as dificuldades e permita expandir as possibilidades de soluções por meio de negócios e/ ou de políticas públicas. No final, queremos ter um case nacional do território mais circular possível. Entendendo os limites e potenciais de inovação focados no impacto, mas não somente para construir uma narrativa e promover atenção ao tema, mas que acreditamos não ser suficiente. Este é apenas o primeiro território, onde Klabin e Heineken abraçaram a causa.

Como e por que Telêmaco Borba foi a cidade escolhida?

Quando pensamos em prototipar um território inteiro ao mesmo tempo, criando um parque de inovação circular sinérgico, colaborativo, consideramos todas as forças trabalhando em conjunto como poder público: universidades, empresas, marcas e ONGS. Estudamos 20 locais e decidimos por Telêmaco Borba (PR) por uma série de razões. Dentre elas, o município estava com seu aterro sanitário em fim de vida e um novo aterro estava sendo negociado dentro do consórcio de sete municípios. Essa era uma oportunidade de repensarmos o modelo de descarte para essa região, já que o aterro sanitário é símbolo do fim do ciclo de vida de uma embalagem pensada para economia linear.

Outro fato importante é que a cidade tem 80 mil habitantes, uma cidade nem tão pequena, que não consigamos massa crítica para alguns materiais de algumas cadeias de valor, nem tão grande que nos ofereça uma complexidade de gestão na prototipagem, uma vez que precisamos contar com prefeitura, empresas e associações locais. O tamanho de Telêmaco Borba (PR) corresponde a muitos municípios do Brasil que necessitarão de projetos estruturantes para economia circular muito diferentes de megacidades como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) ou Salvador (BA), por exemplo. As soluções são típicas para este tipo de cidade que precisa trabalhar em uma conformação de consórcio entre os municípios vizinhos. Telêmaco Borba (PR) está isolada de outros centros urbanos como Curitiba (PR), então poderíamos medir fluxos de materiais sem tantas interferências de entradas de outros lugares. Por exemplo, no caminho das descobertas na primeira fase, encontramos que Ponta Grossa (PR) recebe quase todo material reciclado de Telêmaco Borba (PR). Se os protótipos passassem em Ponta Grossa (PR), que tem uma grande ligação com Curitiba (PR), teríamos que entender de onde viriam os materiais de Telêmaco Borba

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A(PR). O município também adotou a implementação do indicador IPS (índice de progresso social), onde poderíamos, ao longo do tempo, medir se algum impacto do Tc 100 causou benefícios no progresso social uma vez que a gestão de resíduos e coleta seletiva fazem parte dessa medição. A cidade possui uma prefeitura aberta a este movimento, e a operação fabril de uma empresa muito preocupada com as questões de impactos socioambiental, a Klabin, uma das maiores produtoras e exportadoras de papéis para embalagens e de soluções sustentáveis em embalagens de papel do Brasil, que foi estratégica ao nos auxiliar no encontro dos caminhos de parcerias e pessoas na cidade e implementou o Programa de Resíduos Sólidos, que realizou um gerenciamento de resíduos em qualquer tipo de estabelecimento.

O que você acredita que é preciso fazer para que um território deixe de descartar as embalagens de forma incorreta? Quais são os desafios?

Hoje sabemos que 85% da logística reversa é feita primariamente por catadores autônomos. Existe uma estimativa que antes da pandemia existiam 800.000 a 1 milhão de catadores no Brasil. Com a crise gerada pela pandemia, muitas pessoas se viram obrigadas a ir buscar materiais para garantir, inclusive, a segurança alimentar. Existem estimativas de até 4 milhões de pessoas nesse serviço informal atualmente. Formalizar os catadores, bancarizá-los, e garantir melhores condições de trabalho, é imprescindível para que a economia circular no Brasil seja um sonho possível. Esse é um dos temas que também estamos trabalhando. Muitas empresas já contam com seus programas de logística reversa, mas eles estão focados para grandes cidades, então incentivamos as empresas para que disponibilizem esses programas nesse nosso parque de inovação circular. Assim, podemos entender os impactos de uma embalagem de reuso ou campanhas de coleta seletiva das marcas, ou até conexões da indústria com a cooperativa, garantindo melhores preços e renda aos cooperados e impactando na sustentabilidade desse negócio ajudando no processo de reciclagem. Assim, sentimos que não poderíamos focar em um tema apenas, mas sim buscar várias iniciativas implementadas trabalhando em conjunto e ao mesmo tempo. É comum discutirmos que em uma complexidade tão grande para resolver as questões do lixo não encontraremos nenhuma bala de prata, e sim a necessidade de combinarmos estratégias de acordo com o contexto, afinal o lixo é um erro de design que só os humanos conceberam c 100.

20 Cena Negócios Sustentabilidade Futuro Entrevista
THAINÁ
Fábrica da Klabin em Têlemaco Boraba (PR)
ROXA

Dá um panorama pra gente do que já aconteceu até aqui no TC 100 e quais são os próximos passos?

Na fase dois, fizemos uma chamada pública para soluções dessas temáticas comentadas. Não tínhamos ideia de quantas startups estavam trabalhando esses temas, já que há um grande interesse por fintechs e empresas de tecnologia. Ficamos felizes em ver que 100 startups se inscreveram e destas, metade conseguiu resolver diretamente alguma das temáticas levantadas em Telêmaco Borba (PR). Selecionamos 12 propostas que resolvem as questões do diagnóstico, e agora estamos num período de captação de recursos para viabilizar a implementação desses protótipos para funcionar por dez meses. Sabemos que é um investimento de baixo risco e com altíssimas chances de aprendermos o que devemos fazer para resolver questões do lixo. Isso já está gerando exposição positiva para todos os nossos parceiros e patrocinadores. Via de regra, estamos todos esperando que encontremos soluções para este tipo de questão.

No momento, estamos viabilizando a fase três, que é a de prototipagem em campo. Fazemos a coordenação com os patrocinadores, a prefeitura local, outras startups e ONGs atuantes para implementarmos este processo de inovação no segundo semestre. Uma vez que conquistarmos o engajamento da população, começaremos a colher dados sobre estratégias que estão funcionando ou o que devemos fazer para que elas funcionem. Serão dez meses de gestão de projeto em modo real, para concluirmos quais dessas soluções se perpetuarão na cidade enquanto medimos o índice de circularidade de embalagens aumentando. queremos conectar o máximo de atores a este projeto-experimento. Nesse atual momento do projeto, o que o TC 100 mais precisa para alcançar seus objetivos e poder ser aplicada em outras cidades do Brasil? Como todo o projeto de inovação, o Tc 100 vai abraçando as incertezas e incorporando as soluções no método. Nosso foco agora é captar patrocínio das marcas realmente interessadas em destravar a agenda da economia circular (incluindo todos os Rs- reciclar, reduzir, repensar, recusar e reutilizar) para que juntos, edifiquemos esse projeto estruturante. Esta próxima fase servirá de aprendizado sobre como fazer campanhas, como ser transparente com números, quanta adicionalidade de materiais cada estratégia retorna, quanto engajamento podemos conseguir nas escolas, e por aí vai. Ela é a prova de todo o planejamento e estudo que fizemos antes de executar as soluções.

800.000 a 1 milhão de catadores no Brasil

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Existe
Heineken é parceira no projeto TC 100
uma estimativa que antes da pandemia existiam
THAINÁ ROXA “

Urban Flowers: marca de calçados veganos e artesanais

Nova marca propõe um olhar mais justo para a cadeia de produção de sapatos

A Urban Flowers, empresa que produz e vende calçados e acessórios veganos e feitos à mão com matéria-prima reciclada, começou a dar os primeiros passos em 2014 como um sonho da gaúcha Cecília Weiler, 22 – em seguida, seu namorado, Patrick Lenz, 26, embarcou na aventura. Como muitos empreendedores sociais, eles queriam provar que um bom negócio para o meio ambiente pode também ser vantajoso para o empreendedor sustentável.

Com sede em Campo Bom (RS), mas comandada a partir de Florianópolis, onde a dupla reside, a marca hoje enfrenta desafios próprios de uma ideia que já dá frutos, mas precisa se manter fiel aos seus princípios conforme se expande. O faturamento, em 2018, atingiu 1,2 milhão de reais em 2018.

O carro-chefe são os calçados, que variam de 69 a 159 reais o par. No caso dos tecidos utilizados para a produção, muitos vêm de descarte feito por grandes empresas para as quais o processo correto para jogar esses materiais no lixo sairia muito caro. São panos com defeitos (rasgos, cortes ou falhas em estampas) incompatíveis com as escalas e as esteiras da grande produção.

Após pouco mais de dois anos administrando o negócio, Patrick diz que o diferencial para qualquer empreendecausa é a identificação.

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Cases de sucesso
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GABRIELLA MONTELATO

“Só vai ser um bom negócio se você realmente viver aquilo”. O fundador da marca vegana prossegue:

“Não adianta oferecer algo com o qual não há minimamente uma identificação. É muito fácil ver pessoas fazendo um negócio só para vender, sem a vivência, e assim perder a credibilidade”

Para a operação da Urban Flowers, o mais difícil é descobrir se as matériasprimas são veganas, de fato, já que o conceito de “produto sem origem animal” não é tão difundido. Há cores de tecidos, como o carmim, que são feitas a partir de pigmentos de insetos, o que impede que sejam usados pela empresa.

O cuidado em assegurar uma produção sem sofrimentos tampouco se limita ao quesito animal: Cecília e Patrick se preocupam em acompanhar e estar junto dos artesãos que trabalham para eles. “A gente conhece os ateliês. Alguns artesãos têm carteira assinada e outros ganham de acordo com a produção, já que são funcionários de outras companhias e de outros concorrêntentes.”

As alpargatas foram os primeiros produtos de fabricação própria feitos pela empresa Urban Flowers. Hoje, 40% do faturamento da empresa é gasto apenas com mão de obra. O negócio conta com dois ateliês, nove artesãos e três costureiras. Além disso, há funcionários que auxiliam na plataforma do e-commerce.

Patrick afirma: “Alguns colaboradores precisam se deslocar até o escritório em alguns horários, mas eles se organizam para ir no seu próprio tempo, não precisam estar ali de segunda à sexta. A gente consegue fazer um trabalho bem interessante com uma equipe mais enxuta”. Ele, que sempre trabalhou em empresas de segunda a sábado, complementa o fundador da marca:

“Mesmo com uma carga horária alta, minha produção era baixa. Quando fundei a Urban Flowers, vi que cada hora que estava ali era bem utilizada, porque não estava pensando só no retorno financeiro, na carreira, sucesso e etc”

Não é à toa que os sócios empreendem um intenso trabalho de pesquisa para garantir, além de um ambiente saudável para os funcionários, a origem correta de seus produtos. Afinal, a marca nasceu a partir da inquietação de Cecília em descobrir de onde vinham os produtos que ela mesmo consumia.

Cecília é vegetariana desde os 12 anos e vegana há quatro – em outras palavras, deixou de consumir qualquer produto que tenha origem animal, como ovos, laticínios, mel, incluindo aí cosméticos, roupas e outros itens que contenham pigmentos de origem animal (cera de abelha e seda), ou sejam testados em bichos ainda. A gaúcha nasceu em Campo Bom, no Vale dos Sinos gaúcho,

Uregião conhecida pela produção de calçados, em uma família ligada ao ramo da confecção e venda de roupas. O desejo de ter um negócio próprio veio antes mesmo de ter tido uma experiência profissional “tradicional”, com um chefe, horários a serem cumpridos e um holerite no final de todo mês.

Pronta para arriscar, ela começou revendendo produtos de outras marcas já aos 16 anos. A empresa nasceu com o nome Urban Flowers, inspirada na paixão da jovem por flores, plantas e natureza. Aos poucos, no entanto, o incômodo de não saber como os produtos eram feitos – com ou sem exploração animal ou humana – começou a cresce de forma disparada.

Foi um breve regresso à tradição que acabou permitindo à Cecília dar o passo da inovação que precisava. Ela conheceu Marcos Santos, 54, um antigo trabalhador de fábrica que tentava se virar depois que os produtos chineses começaram a representar uma concorrência feroz para a produção da região. Ele mesmo confeccionava alpargatas em Sapiranga (RS) e saía para vender em lojas de outras cidades.

Junto ao artesão, Cecília desenvolveu novos desenhos para os sapatos. “Em vários momentos, ele mesmo ficou surpreso com alguns produtos que achava que ia dar errado”, conta Patrick..

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GUSTAVO GOMES

Pantys: uma história de força, liberdade e criatividade

Como a Pantys está transformando o mercado de absorventes no Brasil

{São Paulo – Desde quando o absorvente descartável desembarcou no Brasil, em meados de 1930, a indústria não passou por mudanças muito drásticas. Claro, hoje em dia existem opções com abas, sem abas, noturnas, para fluxos mais ou menos intensos. Apesar disso, a essência do produto continua a mesma.

No Brasil, não existe um processo de reciclagem para os absorventes descartáveis quando eles se transformam em lixo. A estimativa é de que cada mulher no mundo descartará cerca de dez a 15 mil absorventes ao longo da vida fértil. Isso, então, se transforma em um grande problema ambiental.

Foi pensando nisso que, em 2017, Emily Ewell, 34 anos, e Duda Camargo, 22 anos, fundaram a Pantys: uma marca de calcinhas absorventes high-tech com uma pegada ecológica. Com um investimento inicial na casa dos 300 mil reais para pesquisa e produção (capital próprio das duas, que são da mesma família), o faturamento da empresa tem um aumento 14% ao mês. Com os 60 mil pedidos realizados desde a criação da marca, todo o valor de investimento inicial já foi recuperado. Outros dados (como lucro anual) não são abertos pelas fundadoras da emprsa.

“Nós desenvolvemos um produto pensando em sustentabilidade, consumo consciente, empoderamento

Cena Cases de sucesso
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ISABELLA POLIANO

feminino porque a maioria dos cEO de empresas de absorventes são homens e esse é um mercado que ficou parado no tempo. Queríamos trazer uma proposta mais moderna”, conta Emily Ewell .

Antes de abrir o negócio, Emily e Maria Eduarda realizaram uma pesquisa e constataram que 90% das mulheres ouvidas estavam insatisfeitas com as alternativas que tinham para usar durante o ciclo menstrual. Além disso, elas observaram que o impacto financeiro que a quantidade de pacotes de absorventes descartáveis que uma mulher tinha que comprar por ciclo também era um dos motivos para as mulheres quererem algo diferente. Outro ponto apresentado na pesquisa foi a preocupação ambiental. “Foi uma questão de necessidade para pessoas que querem pensar mais no ambiente. Preocupar-se com isso no Brasil vai fazer muita diferença e diminuirá o impacto ambiental”, diz Emily, fundadora.

A ideia de as vendas serem feitas, inicialmente, pela internet surgiu por conta do movimento de mercado que ambas sentiram estar acontecendo. “O Brasil estava pronto para esse produto e o e-commerce estava crescendo. Lançamos a loja em um momento muito bacana”, diz Emily fundadora da marca.

A maioria das compras são online, mas algumas acontecem nas lojas

conceito (espaços menores, não fixos) da Pantys, presentes em São Paulo, Porto Alegre e no Rio de Janeiro. A ideia, no entanto, é abrir lojas físicas em um futuro próximo. “Queremos crescer, para consolidar no mercado brasileiro. A gente vê que algo físico é complementar para a loja online. Um dá força para o outro e isso é muito bom para o negócio”, afirma Maria Eduarda, fundadora.

A aposta das meninas para que o produto ganhe conhecimento entre mulheres Brasil afora é o famoso boca-a-boca, além de investir em influenciadoras digitais para divulgarem a marca. “Eu acho que esse é um dos motivos para estarmos sempre preocupadas com a experiência do cliente é exatamente esse: uma menina usa a calcinha, comenta com uma amiga e isso acaba sendo uma grande estratégia e dá uma força para chegarmos em mais mulheres”, explica Maria Eduarda sobre a marca Pantys.

A maioria das clientes tem entre 25 e 35 anos, mas não é o foco da marca. “Nós focamos bem menos no lado demográfico e mais na cabeça aberta. A mulher pode ter 20, 45 anos, mas vai mais da pessoa se preocupar com consumo consciente”, conta Emily Ewell.

Embora existam outras marcas produtoras de calcinhas absorventes (como é o caso da loja de coletores menstruais Korui), a maior concorrência da Pantys.

“Nossos maiores concorrentes são os absorventes descartáveis. Até todas as mulheres usarem as calcinhas, ainda é uma evolução de mudança de hábito do mercado”, diz Emily Ewell, de 34 anos.

Para Maria Augusta Pimentel Miglino, consultora de novos negócios do SEBRAE-SP, a transição das mulheres para o uso mais sustentável de produtos voltados para o ciclo menstrual será lenta. “Não sei se as calcinhas vão dominar o mercado de forma de tirar do mercado os absorventes descartáveis por duas barreiras: a cultural, que faz com que as mulheres achem a segunda opção melhor e mais confiável, e também a financeira. As fundadoras explicam o valor por conta da tecnologia aplicada no tecido. Por fora, o pano é igual o de uma calcinha comum, mas o que as diferencia das demais é o que está dentro. O forro tem duas camadas internas; uma mata 99% das bactérias e a outra é impermeável. E, desde o começo de abril, o tecido utilizado passou a ser biodegradável e antimanchas.

Todas as mudanças foram feitas para agradar as clientes. “Por a gente ser e-commerce e ter esse contato direto com o consumidor, conseguimos pegar os feedbacks sobre o que está dando certo e o que pode ser melhorado muito rápido. Essa coisa de mudança do tecido foi um pedido delas”, conta Maria.

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AmoKarité: conheça a marca de maquiagens sólidas

Com produtos multifuncionais, a label incentiva a diminuição da geração lixo na indústria de cosméticos

Em 2019, quando se tornou vegana, Estephanie Racy começou a estudar sobre cosméticos naturais e a produzir seus próprios produtos. Cada vez mais especializada no assunto, a publicitária se deu conta da qualidade do que estava produzindo, apresentando suas criações para parentes e amigos. Foi assim que nasceu a AmoKarité, com a venda do excesso do que produzia para si mesma.

“A Estephanie lia nos rótulos a composição dos produtos que temos hoje no mercado tradicional de cosméticos e aquilo não fazia sentido, pelos ingredientes, suas origens e os testes em animais, mas também pelo preço. Então ela começou a produzir para ela produtos 100% naturais e veganos e muito bons. Porque a pigmentação dos produtos da AmoKarité é incrível e nós viemos para o mercado de cosméticos naturais provando para o mundo que para ser natural, não precisa ser sem graça”, conta Clara Klabin, sócia de Estephanie.

Rapidamente, o negócio se tornou seu trabalho principal, fazendo a empresária abrir mão da publicidade e focar na produção e venda das maquiagens. Interessada no mercado e consumidora de cosméticos naturais, Clara, que trabalhava com reflorestamento urbano, conheceu Estephanie em 2020 e alinhou sua motivação profissional à empresa que desenvolveram.

26 Cena Negócios Sustentabilidade Futuro B Cases de sucesso
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FERNANDA FALCINTRA

“Nos preocupamos muito com o que usamos na gente, mas e o planeta? Geramos muito lixo com cosméticos. Estou muito ciente que meu primeiro blush, que usei aos 16 anos, está por aí. Está longe de mim, mas está no planeta. Comecei a buscar por embalagens mais sustentáveis para levar esses produtos naturais para as pessoas. Nasci em uma família que trabalha com papel, então trouxe esta opção biodegradável para fazer embalagens para os cosméticos. Os testes começaram a não dar certo quando os produtos eram líquidos, então percebi que eles precisariam ser sólidos ou pastosos para esse match funcionar. Foi então que encontrei a Estephanie, que já tinha uma linha enorme de produtos com essa consistência. Então a possibilidade de colocá-los em uma embalagem de papel se tornou real”, conta Clara.

A quantidade de plástico necessário para dar continuidade à linha de Estephanie era um dos fatores que mais a incomodava. “Além disso, na maquiagem tradicional, estamos acostumados a ter um produto para o lábio, um blush, um para olhos. Para ter um nécessaire completo, precisamos ter mais de 20 produtos e isso me incomodou”, completa Estephanie. Foi então que a marca tirou de linha os produtos unitários e apresentou as

frutinhas multifuncionais e de qualidade e baixo custo de produção.

“É um pedaço de pigmento 100% natural que você pode aplicar com os dedos, diretamente na pele ou com diferentes pincéis. E você consegue fazer várias maquiagens com cinco ou seis produtos só”, explica Estephanie. Atualmente, os principais ingredientes usados pela marca são cera de coco, cera de carnaúba, cera de candelila e manteiga de karité (que deu origem ao nome da marca) – todas as substâncias são hipoalergênicas.

Os produtos multifuncionais são embalados em papel celofane biodegradável, que pode ser depositado na composteira. A marca ainda não é completamente livre de plástico, porque alguns produtos, como a base líquida, ainda necessitam deste tipo de embalagem, mas o objetivo é reduzir cada vez mais o uso deste material. Por isso, a pesquisa sobre os melhores caminhos para as embalagens nunca para.

“Lancei a marca no início de 2020 e a loja virtual no início da pandemia. Quando veio a notícia do coronavírus, as pessoas próximas de mim e, eu mesma cheguei a pensar isso, diziam que com todo mundo em casa, quem iria querer se maquiar? Acabou com o meu negócio. Só que na verdade, a função da maquiagem é tratar a pele.

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Comecei a buscar por embalagens sustentáveis para levar esses produtos naturais para as pessoas.
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FERNANDA FALCINTRA

Os Flexetarianos

O número de flexetarianos cresceu 14% no mercado vegano

O mercado vegano – ou seja, de produtos e alimentos feitos sem nada de origem animal – está crescendo no Brasil. E o principal motivo, segundo uma pesquisa da Euromonitor, é pelos flexitarianos: quem não é nem vegano nem vegetariano, mas que consome proteína de origem vegetal, por exemplo, ou cosméticos que não foram testados em animais. Segundo a pesquisa, o consumo de produtos à base de plantas é majoritariamente consumido por flexitarianos – cerca de 42%, enquanto veganos e vegetarianos representam 4% e 6%, respectivamente no quadro.

De acordo com estudo realizado pelo IBOPE Inteligência, em 2018, cerca de 14% da população brasileira se declara vegetariana – já de acordo com pesquisa do IPE c (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) em 2021, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana. Com a ajuda dos flexitarianos, cresce a procura por alimentos, roupas e até cosméticos sem produtos de origem animal. De acordo com um estudo da Allied Market Research, o mercado vegano foi avaliado em USD$ 19,7 bilhões em 2020 e a expectativa é que cresça para mais de USD$ 36,3 bilhões até 2030. Segundo dados do Ministério da Economia levantados a pedido da

c NN Brasil, em 10 anos o número de empresas abertas com o termo “vegano” no nome cresceu mais de 500%. Em 2022, com dados até abril, foram abertas 117 empresas utilizando “vegano”, “vegana” ou “veganos”. Mas não é apenas no prato que a mudança ocorre. A Vegan Pharma, por exemplo, surgiu para atender pessoas com restrições e alergias a derivados de animais, mas abriu o leque para também produzir medicamentos para os veganos. Com isso, viu o faturamento crescer em mais de 250% em um ano. Em entrevista para a cNN Brasil, a farmacêutica e empresária Carina Zampini falou sobre a procura por produtos crescer na Vegan Pharma, mesmo por pessoas que não são veganas.

“Por mais que a pessoa se alimente da carne, é mais fácil pra ela trocar um sabonete do que um bife no prato, então muitas pessoas começam a fazer essa transição através de suplementos e cosméticos.” A marca, reforçou que a tendência é que a procura continue.

Vegetariana – já de acordo com pesquisa do IPE c (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) em 2021, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne, por vontade própria, pelo menos uma vez na semana. Com a ajuda dos flexitarianos, cresce

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Mercado
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MARINA TRIVOLLI

Mercado de queijos veganos

O mercado de queijos veganos tem apresentado um notável crescimento nos últimos anos

{A procura por alimentos, roupas e até cosméticos sem produtos de origem animal. De acordo com um estudo da Allied Market Research, o mercado vegano foi avaliado em USD$ 19,7 bilhõ

De acordo com a pesquisa, vários fatores contribuem para o impulsionamento desse mercado, incluindo a crescente popularidade do veganismo, a preocupação dos consumidores com restrições alimentares e saúde, bem como os impactos ambientais e éticos da produção de produtos animais.

Além disso, o aumento dos casos de intolerância à lactose também é responsável pelo crescimento desse mercado. De acordo com a European Plant-Based Foods Association, aproximando 70% da população mundial sofre de intolerância à lactose, levando muitas pessoas a mudarem suas escolhas alimentares.

MERCADO

As empresas estão lançando cada vez mais opções como, cheddar, gorgonzola, muçarela e parmesão.

De acordo com o relatório da Research and Markets, a América do Norte é responsável por uma parcela significativa do mercado global, isso acontece devido à crescente taxa de consumidores sobre saudabilidade, os produtos e a cultura consumidora.

MERCADO DE QUEIJOS VEGANOS NO BRASIL

No Brasil já existem diversas empresas no mercado que produzem queijos completamente veganos.

A Novah! comercializa queijos e cheesecakes veganos e livres de glúten, feitos à base de castanha-de-caju. O portfólio da marca inclui, por exemplo: muçarela, provolone, frescal e cheddar.

Já, a Vida Veg também produz queijos à base de plantas e todos os seus itens são certificados pela Sociedade Vegetariana Brasileira ( SBV ).Outras marcas como Nomoo, Goshen e a Basi. co, também estão disponíveis com diferentes tipos de queijos, produtos e grandes projetos de sustentabilidade para o futuro no mercado.

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O poder do marketing no mercado vegano

Ao que tudo indica, muitos empreen dedores ainda não utilizam o poder do marketing no mercado vegano. Ao tentar competir neste espaço, muitos se esque cem de que, assim como qualquer outro empreendimento comercial, estratégias eficazes surgem pelo poder do conheci mento e aprendizado.

Inicialmente, para quem encara o desafio do mercado vegano, a busca por boas informações e conhecimentos pode ser o melhor lugar para começar.

Conheça o seu público: Para usufruir de todo o poder do marketing no mercado vegano, o primeiro passo é conhecer bem o seu público. Conceitos e termos pertinentes precisam estar claros, de modo a evitar equívocos e confusões desnecessárias. O veganismo é um modo de vida que procura excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade com animais como alimento, vestuário ou qualquer outro propósito.

The Vegan Society: Neste sentido, existem muitas maneiras de adotar um estilo de vida vegano. Contudo, uma similaridade existente entre todos os veganos é a dieta baseada em plantas. Essa é, provavelmente, a primeira ação tomada para evitar todos os produtos de origem animal, como carne (incluindo peixes, mariscos e também insetos), laticínios, ovos e até mel.

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Mercado T { ROBERTA CESANA
As jogadas de marketing e publicidade no mercado vegano para a atração de público

animais para entretenimento.

Num caminho um pouco diferente estão as pessoas que optam por reduzir ou até mesmo excluir produtos de origem animal de sua alimentação, principalmente por objetivos de saúde ou proteção ambiental. Aqui o foco é retirado dos animais poupados, e é direcionado a outras questões que afetam diretamente a vida humana.

Isso pode parecer complicado ou confuso para alguns, mas realmente pode ser resumido nos termos gerais: Veganismo: estilo de vida que visa evitar na medida do possível e praticável, o consumo de produtos e serviços que envolvam qualquer exploração animal. E Vegetarianismo: dieta alimentar que exclui da alimentação qualquer produto de origem animal.

Entretanto, ressalta-se que entre estes dois estilos ainda existem outros termos de referência intermediários.

Assim como em qualquer outro empreendimento que busque a solução de problemas, a análise dos dados é essencial. Infelizmente, no Brasil, não existem muitas fontes de informação diferentes sobre este mercado, e os dados disponíveis não são atualizados

Dados de uma pesquisa enco mendada pela Sociedade Vegetariana as seguintes informações sobre o público vegetariano no Brasil: 14% da popula ção se declara vegetariana; Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%; A estatística representa um crescimento de 75% em relação a 2012; 55% consumiriam mais produtos veganos se estivessem melhor indicados na embalagem ; 65% consumiriam mais produtos veganos se tivessem o mesmo preço que os produtos que estão acostumados a consumir em sua rotina.

É provável que estes números já tenham crescido drasticamente desde aquele ano, mas eles são suficientes para indicar a potencialidade deste mercado. Ainda, explicam o bum de produtos veganos que eciando, e justificam a importância de se investir em marketing focado no mercado vegano.

Grandes marcas estão percebendo esses padrões de estilo de vida e, em resposta, lançam novos produtos veganos. Algumas marcas veganas também são hábeis em atrair os valores dos consumidores para comercializar seus produtos.

Desse modo, estratégias de marketing estão sendo bem desenvolvidas por tais empresas, sendo um bom sinal para as empresas do momento no mercado.

nhecer a importância das bases estraté gicas de marketing para este mercado. Como empreendedor num mercado extremamente novo e cheio de tendências, é crucial que você faça as coisas certas e seus produtos atendam aos padrões do seu público-alvo.

Conecte-se ao seu mercado: o veganismo está em ascensão meteórica e há todas as categorias de recursos em sua comunidade local. Participe de feiras e encontros de comida vegana, mercados de agricultores e restaurantes veganos. Converse com outros empreendedores e confira seus produtos e como eles estão comercializando.

Seja autêntico: o respeito é a chave! Entenda o que é o veganismo e mostre respeito em seus produtos.

Comunique-se de forma eficaz: a comunidade vegana é adepta do mercado digital. O uso de plataformas de sendo uma maneira altamente eficaz de alcançar os clientes.

Com mais pessoas mudando para o veganismo ou pensando em experimentar o estilo de vida, as marcas terão que encontrar maneiras únicas de colocar seus produtos frente ao público- alvo e a população geral.

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CAMILA FRACARROLI

The Coffee e Nude.

Unidos para ação de conscientização ambiental

{A Nude, empresa brasileira 100% plant -based e a rede de cafeterias The Coffee, se uniram em uma ação com foco na conscientização ambiental!

Durante os meses de abril e maio, a The Coffee informará seus clientes, por meio de um pop-up no aplicativo ou tablet de pedidos, sobre o volume de gases de efeito estufa presentes na tampa de suas bebidas e no leite de origem animal.

Ação de conscientização ambiental: Dessa forma, os clientes poderão escolher bebidas sem tampa e com leite vegetal para contribuir com a redução da emissão de carbono em até 0,48kg. A iniciativa faz parte do compromisso da empresa em ser mais consciente e sustentável em relação às suas práticas comerciais e consumistas.

Durante o período de 24 de abril a 26 de maio, a The Coffee e a Nude se uniram em uma ação de conscientização ambiental sobre o impacto climático dos hábitos, assim, como produtos relacionados à alimentação. A parceria consiste em um pop-up nos pedidos feitos pelo aplicativo ou tablet da The Coffee, informando e conscientzando os clientes sobre o volume de gases de efeito estufa presente na tampa da bebida escolhida e no leite de origem animal. De acordo com Carlos Fertonami, cEO da The Coffe, essa parceria mostra a

prepcupação das empresas em trilhar um caminho mais sustentável e consciente. “Nosso objetivo é informar as pessoas sobre os efeitos que pequenas atitudes causam no meio ambiente”, explica. Recentemente, a Nude promoveu a campanha #MostraSuaPegada, com o intuito de convidar a indústria a mostrar a pegada de carbono de seus produtos, permitindo que os consumidores possam visualizar e fazer suas escolhas considerando o impacto climático dos produtos. De acordo com Mariana Spignardi, diretora de sustentabilidade da Nude: “As marcas precisam ser transparentes para que os consumidores possam considerar o impacto ambiental do que consomem. Sem informação consistente e comparável, quem busca produtos de baixo impacto ambiental enfrenta um grande desafio para encontrá-los. Sabemos que grandes mudanças começam com pequenos movimentos, e o #MostraSuaPegada atua em duas frentes, mobilizando marcas a mostrarem o impacto climático de seus produtos e consumidores a pedirem estas informações às marcas que ainda não são parte do movimento. É uma grande jornada”.

Objetivo da campanha: Ampliar a visibilidade dessas questões, que já são trabalhadas pela Nude e incentivo à reflexão sobre sustentabilidade.

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Mercado
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GABRIELA PEREIRA

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Burger King Colômbia e a parceria com a NotCo

A nova parceria do mercado lança um menu vegano

Utilizando o slogan “Nos declaramos flexitarianos!”, o Burguer King lançou três novos produtos, feitos com carne e frango veganos da NotCo: Veggie Whopper (anteriormente feito com hambúrguer The Vegetarian Butcher), o King Veggie e os Nuggets Veggie. As novas opções são aprovadas como 100% vegetais, porém ainda não é possível saber se os pães e os molhos são totalmente 100% veganos.

De acordo com NotCo nas mídias sociais: “Estamos nos sentindo como a realeza com a nova linha vegetariana do Burger King. Mais e mais pessoas acreditam que remover os animais da equação é a resposta para um mundo mais sustentável e igualmente delicioso. Vamos mover a agulha uma mordida saborosa de cada vez”.

A PARCERIA

Visando o consumidor flexiatiano, em hulho de 2022, a NotCo fechou uma parceria com o Burguer King Chile, para a comercialização hambúrgueres.

Em janeiro, a Starbucks México expandiu seu cardápio com duas novas opções à base de plantas feitas com produtos NotCo: o NotChicken Baguette e o NotBurger Baguette. Além disso, em fevereiro, a empresa firmou uma parceria com o Burguer King Peru.

Em fevereiro, a NotCo obteve a certificação B cORP e continua desenvolvendo novos produtos para seu portfólio. Recentemente, dois tipos de queijo vegano foram lançados, assim como o NotMilk com alto teor de proteína, voltado para o segmento de fitness e esportes que tornam a vida saudável.

De acordo com o Burger King Colombia: “Os clássicos agora são feitos de plantas! Declare-se um flexitariano com nossos novos produtos vegetarianos, que são tão saborosos que você nem vai notar a diferença. Desfrute do nosso delicioso Veggie Whopper feito com plantas 100% grelhadas, ou que tal uns deliciosos e crocantes Veggie Nuggets… E o infalível King Veggie? O que você está esperando, garantimos que você vai adorar”.

A NotCo é uma empresa de alimentos baseada em tecnologia que foi fundada no Chile em 2015. A empresa usa inteligência artificial para criar alimentos à base de plantas que imitam o sabor e a textura de produtos de origem animal, como carne, leite e maionese. A NotCo foi fundada pelo bioquímico Matías Muchnick e pelos cientistas Karim Pichara e Pablo Zamora. A empresa começou a produzir leite vegetal em 2017 e agora ofereceu variedade de produtos incluindo hamburguers.

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Mercado
YLAN PAVÃO

A Mercado de alimentos veganos bilhonário

{sionam o crescimento do mercado de produtos à base de plantas, os principais a serem considerados são: o aumento da intolerância à proteína animal, a crescente urbanização com novos anseios do consumidor,o aumento do número de veganos, vegetariano e flexitarianos e mais investimentos de risco significativos em fabricantes de produtos à base de plantas e vegetais.

Além disso, há também um crescente foco em pesquisa, desenvolvimento e lançamentos de novos produtos e a crescente demanda das economias emergentes, representadas por Ásia-Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África, que devem criar lucrativas oportunidades de expansão para este mercado.

Diante tantas motivações, é provável que o aumento nas vendas de produtos veganos se deva principalmente aos seus benefícios para a saúde.

De acordo com um novo relatório da plataforma de insights do consumidor, impulsionada pela inteligência artificial, Tastewise, intitulado “Alimentação

Papila Mercado
A SAÚDE COMO PANO DE FUNDO
O mercado será bilhonário até 2027 segundo os índices da Tastewise

baseada em plantas: uma visão panorâmica do mercado de US$ 42 bilhões”, a saúde pessoal continua sendo o principal fator motivador para o aumento das vendas de alimentos veganos.

A Tastewise identificou uma crescente ênfase na busca por alimentos saudáveis e funcionais, visando principalmente a perda de peso, com aumento de 21% no último ano. Além das questões relacionadas ao peso, o relatório também destaca aumento do interesse na saúde intestinal e na melhoria geral da energia, proveniente da alimentação.

O consumo de alimentos veganos está intimamente ligado à tendência alimentar saudável, uma vez que se traduz em inúmeros benefícios físicos.

Curiosamente, houve aumento do consumo de alimentos à base de plantas para ajudar na fertilidade, 43% a mais em relação ao ano anterior.

Ademais, o relatório enfatiza que o consumo de alimentos veganos, provavelmente, está pouco relacionado com os direitos dos animais, uma vez que esta motivação é citada em apenas 10% das discussões. O mesmo se traduz para as questões de sustentabilidade.

Não é novidade que o consumo de carne está relacionado a inúmeros agravos à saúde. A própria Organização Mundial da Saúde – OMS, já colocou.

Diante tantas motivações, é provável que o aumento nas vendas de produtos veganos se deva principalmente aos seus benefícios para a saúde.

De acordo com um novo relatório da plataforma de insights do consumidor, impulsionada pela inteligência artificial, Tastewise, intitulado “Alimentação baseada em plantas: uma visão panorâmica do mercado de US$ 42 bilhões”, a saúde pessoal continua sendo o principal fator motivador para o aumento das vendas de alimentos veganos.

A Tastewise identificou uma crescente ênfase na busca por alimentos saudáveis e funcionais, visando principalmente a perda de peso, com aumento de 21% no último ano. Além das questões relacionadas ao peso, o relatório também destaca aumento do interesse na saúde intestinal e na melhoria geral da energia, proveniente da alimentação.

O consumo de alimentos veganos está intimamente ligado à tendência alimentar saudável, uma vez que se traduz em inúmeros benefícios físicos.

Curiosamente, houve aumento do consumo de alimentos à base de plantas para ajudar na fertilidade, 43% a mais em relação ao ano anterior.

Ademais, o relatório enfatiza que o consumo, provavelmente, está pouco relacionado com os direitos dos animais.

De fato, a pandemia de cOVID-19 também tem sua participação neste impulso, tudo isso porque, além de afetar gravemente a produção e o comércio de carne em todo o mundo, trouxe um feixe de luz aos problemas causados pela indústria da carne, que incluem o risco de novas doenças zoonóticas potencialmente pandêmicas.

Estima-se que a pandemia seja responsável por um decréscimo global no consumo de carne, algo na ordem de 3%, o que representa cerca de 9,5 bilhões de toneladas. Em contrapartida, a procura por leites vegetais nunca foi tão elevada. Similarmente, as vendas de carnes vegetais quase triplicaram durante o primeiro semestre de 2020, e as entregas de alimentos veganos também bateram recorde. em vendas esse ano.

Considerando os resultados apresentados pela Tastewise, tudo indica que o mercado carece de opções que atendam às demandas de um público sedento por produtos saudáveis. Neste panorama, há inúmeras oportunidades para produtos com baixo teor de carboidratos e alto teor de proteínas, por exemplo.

Dentre os potenciais clientes para alimentos veganos, há níveis que se distinguem de acordo com a intenção, assim como bem os motivos pela escolha de alimentação e nutrição.

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BOOM NA DEMANDA

Aumento da procura por alimentos veganos aquece o mercado, e abre portas para nova oportunidades.

6% Vegetarianos

52% Flexitarianos

Tipo de consumo alimentício dos brasileiros

4% Veganos 38% carnívoros

38 Papila Negócios Sustentabilidade Futuro Mercado Infográfico Dados
Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec); IBOPE; Mordor Intelligence.
Fonte:

A carne sintética representa cerca de 1,5% do total de vendas atualmente

Nos últimos anos, o mercado de alimentos veganos vem aumentando gradualmente, expandindo sua atuação e a sua procura, sendo cada vez mais habitual nos carrinhos de compra dos consumidores. Entretanto, por ser um setor recente, há muitas carências relacionadas a oferta, que podem ser vistas como novas oportunidades, principalmente se tratando de inovação e pioneirismo, a fim de suprir as demandas.

Essa busca vem por diversos fatores, mas os principais são: o aumento de pessoas com intolerância a produtos de origem animal, e a preocupação com as mudança climáticas, a crueldade animal e a saúde, acelerando o crescimento das demandas do mercado vegano.

59% das pessoas não compram alimentos plant-based por conta do alto preço.

Até 2035, é estimado que a produção de carne vegetal ocupe de 7% a 23% do total do mercado

O
40% Crescimento do mercado vegano 15% U$ 12,1 bi U$ 27,9 bi 2019 2025 2018 2019 Valor do mercado de carnes plant-based Busca pelo termo vegano aumenta 14x no Brasil 2016 2017 2021 2012 1.300% Demanda por bebidas à base de vegetais 9% U$ 141 milhões Em valor 2015 2018 3% Em número de vendas
2015 2018 {
Infográfico realizado por Beatriz Horta, Laura Orrico, Giovana Fegadolli Gustavo Pavani, Maria Eduarda Diamantinosa e Nathalie Schuchman.

Produção de carne bovina

A carne bovina tem queda de 6% em 2023 nos Estados Unidos durante 2023

{De acordo com um recente relatório do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos EUA, a produção de carne bovina nos Estados Unidos deverá diminuir pela primeira vez desde 2015.

A previsão é de uma queda de 6% em 2023, resultado do “aperto de suprimentos de gado”. Segundo a Grand View Research, empresa de insights de mercado, prevê que o mercado de alternativas de carne crescerá rapidamente nos próximos anos. A empresa estima que o mercado global de carne à base de plantas atingirá US$ 24,8 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta de quase 25%.

Os consumidores estão buscando cada vez mais alternativas à carne de origem animal. Contudo, a carne à base de plantas ainda representa uma pequena parcela desse mercado. Apesar disso, há um crescente interesse na produção e consumo de alternativas de carne, indicando uma mudança nas preferências do consumidor.

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Impactos
ANNE CHATAH

QUEDA NA PRODUÇÃO DE CARNE ALIMENTOS À BASE DE PLANTAS

As vendas de produtos frescos estão em alta, com recordes sendo atingidos em 2022. De acordo com informações do Produce Blue Book (PBB), as vendas desses produtos nos Estados Unidos registraram um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior, atingindo o valor recorde de US$ 75,1 bilhões.

No ano de 2022, as vendas de frutas frescas apresentaram um crescimento maior em comparação aos vegetais, com uma taxa de 9,5% e 7,9%, respectivamente. Contudo, outros setores tiveram um crescimento mais significativo, com os vegetais enlatados registrando um aumento de 21,5%, seguido pelas frutas enlatadas com um crescimento de 13,2% e, assim como as vendas de frutas e vegetais congelados que cresceram 19%. Embora alguns aumentos tenham sido provocados pela inflação, os preços dos produtos tiveram um aumento de 8,7% em relação ao ano anterior. Os consumidores começaram a preferir frutas e vegetais frescos, apesar da inflação, especialmente durante as férias

Essa tendência está chegando no Reino Unido, onde a produção de carne suína teve uma queda significativa, enquanto nos EUA espera-se um aumento de 1,7 por cento comparadamente com o RU De acordo com o Conselho de Desenvolvimento de Agricultura e Horticultura ( AHDB ), a produção de carne suína no Reino Unido apresentou uma queda de 13% em relação aos últimos cinco anos.

Essa queda na produção pode ser resultado de diversos fatores, incluindo interrupções na cadeia de suprimentos relacionadas ao Brexit, além da crescente demanda por alimentos à base de plantas e da mudança nas preferências do consumidor.

Como objetivo de entender os hábitos de compra atuais, a empresa de dados Zappi realizou uma pesquisa com 2.400 consumidores do Reino Unido. Os resultados mostraram que 45% dos entrevistados estão reduzindo o consumo de carne como uma forma de diminuir o impacto ambiental.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

A mudança de comportamento é mais evidente entre os consumidores mais jovens, com 39% dos entrevistados de 18 a 25 anos buscando ativamente informações sobre os esforços de sustentabilidade de uma marca antes de realizar uma compra. Essa porcentagem diminui para 25% entre os compradores com 45 anos ou mais.

Embora haja um crescente interesse pela sustentabilidade, a pesquisa também mostrou que muitos consumidores (66%) ainda são céticos em relação às alegações das empresas sobre a sustentabilidade de seus produtos. De acordo com a pesquisa, a alegação de “alta proteína” é uma das principais preocupações, com “boa escolha para o meio ambiente” sendo o segundo atributo mais associado. Assim como no Reino Unido, os consumidores mais jovens nos EUA também estão se afastando do consumo de carne em prol de opções sustentáveis. Segundo uma pesquisa compilada pela organização de ciências sociais de dados, Medical.

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PAULA LEVIN

Desperdício de alimentos

seguidos de manuáis. após a colheita. Além disso, em regiões com climas mais quentes e com falta de acesso a refrige ração, o transporte de alimentos pode ser um grande problema.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), aproximadamente 33% dos alimentos produzidos globalmente, acabam desperdiçados a cada 12 meses.

A perda e o desperdício de alimentos geram emissões de gases de efeito estufa de diversas formas: metano e dióxido de carbono são liberados durante o preparo dos alimentos, além de emissões relacionadas ao transporte e produção dos alimentos e comidas.

Além disso, de acordo com a ONU, o desperdício de alimentos custa mais de 400 bilhões por ano, enquanto 800 milhões de pessoas passam fome.

Os pesquisadores sugerem estratégias de intervenção, incluindo a redução da perda de alimentos e da geração de resíduos pela metade, a redução do consumo de carne e utilização de avanços tecnológicos seguidos de manuáis.

Se o desperdício de alimentos fosse reduzido em 50% e pela metade, isso eliminaria aproximadamente um quarto de todas as emissões de gases de efeito estufa do sistema alimentar global.

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Impactos
O desperdício de alimentos representa 50% dos gases do efeito estufa atualmente

O IMPACTO DO ALUMÍNIO

Com alta taxa de reciclagem, e atrelado ao sustento de várias famílias, como o aluminio pode impactar posivitimamente a vida e o descarte do seu produto

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@ @ Equipe eCycle António Siqueira
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Latas de alumínio

Oalumínio pode estar mais presente no seu dia a dia do que você imagina O alumínio é um dos metais mais abundantes, importantes e presentes na sociedade moderna. Se você olhar ao seu redor, vai ser difícil encontrar algum objeto que não tenha pelo menos uma parte feita de alumínio. Mas afinal, o que é alumínio? Conheça os impactos ambientais do alumínio, os motivos dele ser tão utilizado, saiba como reciclá-lo e quais são suas propriedades.

O elemento químico AL, o alumínio, quando puro, possui a forma de um metal prateado, leve e inodoro. O alumínio é considerado o terceiro elemento químico mais abundante na crosta terrestre e o mais abundante entre os elementos metálicos. Porém, ele não é encontrado na forma metálica como o conhecemos, mas sim em diversos minerais e argilas.

A matéria-prima principal do alumínio metálico é a Alumina. A alumina é extraída de uma classe de rochas chamada de bauxita, através do processo Bayer. Estima-se que as reservas mundiais de bauxita totalizem cerca de 34 bilhões de toneladas – O Brasil possui 10% desse total (em torno de 3,6 bilhões de toneladas).

Após a obtenção da alumina, que é um óxido de alumínio (AL2O3), é necessário obter o alumíniometálico puro. Isso se dá por meio de um processo chamado eletrólise, em que uma corrente elétrica passa pela alumina, fazendo com que ela se transforme em alumínio metálico, o alumínio primário.

Ele é extremamente utilizado em diversas áreas, como em construções, materiais, cerâmicas, processos industriais, alimentos, fármacos, cosméticos, tratamentos de água, embalagens, veículos, utensílios domésticos e aviões, entre outras. O mesmo também é muito importante para o mercado de pedras preciosas. Rubi, safira, granada (garnet), jade e topázio possuem alumínio em suas composições. O alumínio foi e é muito importante para o desenvolvimento da sociedade moderna. Apesar de ser considerado um recurso natural praticamente inesgotável, sua constante e crescente exploração afeta o ambiente, além de apresentar riscos à saúde humana.

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Atualmente, o brasil ocupa o décimo quarto lugar no ranking dos países que mais produzem alumínio primário e está em quarto lugar entre os maiores produtores de alumina do mundo. Além disso, a indústria brasileira de alumínio tem participação significativa no pib do país, representando cerca de 4,9% do pib caracterizado como industrial no Brasi.

Pela possibilidade de reciclagem, muitas vezes, o alumínio é visto como uma “opção mais verde” em relação ao plástico, por exemplo. No entanto, é preciso considerar que ele tem grandes impactos ambientais e que, em grande parte das vezes, mundialmente utiliza-se matéria-prima virgem e não alumínio proveniente do processo de reciclagem.

Nas palavras de Carl A. Zimrig, autor do livro Alumínio Upcycled: “enquanto os designers criam produtos atraentes de alumínio, as minas de bauxita em todo o planeta intensificam sua extração de minério a um custo duradouro para as pessoas, plantas, animais, ar, terra e água das áreas locais”. É preciso incentivar a reciclagem e o uso do alumínio reciclado, além de levar em consideração seus impactos:

Devido ao fato do alumínio ser um metal muito estável, a energia necessária para a sua produção é extremamente alta, chegando à 16,5 kwh para cada quilo de alumínio produzido. Traduzindo este dado: um quilo de alumínio produzido por meio da alumina consome energia, em média, para manter um computador funcionando por 8 horas, todos os dias, 24h por dia, durante um mês inteiro.

Para cada tonelada de alumínio que é produzida no Brasil, a indústria consome uma média de 14,9 megawatt/hora (MwH) de energia elétrica ao ano. Esta quantidade de energia representa 6% de toda a energia elétrica gerada em todo país. A energia usada para transformar bauxita e alumina em alumínio é tanta que esse ramo da indústria brasileira, lidera o ranking dos maiores consumidores industriais de energia elétrica do país, especialmente no estado de São Paulo (SP).

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Imagem ilustrativa, vista de cima, de uma lata de alumínio

Graças a este consumo extremo de energia, a planta industrial que transformará a alumina em alumínio deve possuir estações geradoras de energia exclusivas para a sua produção. Dependendo do tipo de conversão de energia, isso pode trazer ainda mais impactos para o meio ambiente. Muitas vezes, essas estações de energia são hidrelétricas, as quais, ao contrário do que muitos pensam, não são consideradas uma fonte de energia totalmente “limpa”.

O alumínio é considerado um material 100% reciclável, pois não se degrada no processo de reciclagem. Se um quilo de alumínio for reciclado, teoricamente um quilo será recuperado. Além disso, para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, a reciclagem do alumínio proporciona uma economia de 95% de energia elétrica. Sendo assim, o Brasil tem destaque na lista dos países que mais reciclam latinhas de alumínio.

O processo da reciclagem do alumínio consiste basicamente no aquecimento até a sua total fundição, quando o alumínio fica líquido. Depois, ele é posto em formas para a geração dos lingotes e então resfriado até solidificar. Para a reciclagem de latinhas, primeiramente é necessário uma inspeção para a retirada de papéis, plásticos e quaisquer materiais que não sejam alumínio. Após a inspeção, as latinhas são prensadas para ocuparem menos espaço e serem “derretidas” de forma rapida e econômica.

O alumínio é o único elemento abundante na natureza que não possui função vital para nenhum sistema biológico do organismo, o que é estranho do ponto de vista evolutivo. “Nós não temos nenhuma evidência de que algum organismo use ativamente o alumínio para qualquer propósito benéfico”, comenta o professor de química bioinorgânica e especialista em Ecotoxicologia do alumínio, Christopher Exley, da Universidade Keele, no Reino Unido.

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Reciclagem de materiais de aumínio

VIDAS PUXADAS

Em São Paulo (SP), em um grande galpão, está Sérgio Bispo (ou apenas Bispo, como gosta de ser chamado), um homem de 65 anos e olhar atento. Nascido e criado em um aterro sanitário em Salvador, na Bahia, aprendeu cedo a máxima que repete sempre: “Lixo não existe!”

Do outro lado, está a paulistana Letícia Gouvêa, de 28 anos. Vaidosa, com maquiagem impecável e toda tatuada, a jovem se apresenta nas redes sociais como “Barbie Lixeira”. Assim como Bispo, é catadora e tira sustento de coisas que a sociedade costuma virar a cara e não valorizar.

Em comum, além de viver da reciclagem, os dois fazem parte do Pimp My Carroça, uma organização que trabalha para tirar catadores da invisibilidade, ajudando essas pessoas a se profissionalizar e a conquistar remuneração justa pelo trabalho que desempenham de grande importância.

O projeto, que acaba de completar 10 anos de existência, já está em mais de 1.600 cidades do Brasil e atende mais de 10 mil catadores. Só no aplicativo Cataki, que descobre pontos de coleta, há mais de 4.500 profissionais conectados atualmente.

Por focar em ações que valorizam o trabalho dos catadores, alguns têm a vida transformada, como no caso de Bispo, que após passar pelo Pimp, conseguiu fundar uma cooperativa de catadores, a “Kombosa Seletiva”, que hoje tem lucro líquido de R$ 36 mil ao mês e pode ajusar sua família.

A organização defende que não existe lixo, mas sim resíduos que podem ser reaproveitados e transformados em novos produtos. Com essa visão, o projeto estimula a população a separar e destinar corretamente seus resíduos, contribuindo para a preservação do meio ambiente e gerando renda para os catadores. O trabalho vai além da profissionalização dos catadores, é uma iniciativa de conscientização.

Catadores puxam carroças ‘tunadas’ de 400 kg e cooperativa ganha 30 mil com ajuda da ONG Pimp My Carroça, ajudando milhares de catadores e suas famílias.

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Catador com orgulho do gripo Pimp My Carroça
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Etapa do processo de reciclagem de aluminio
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RENASCENDO NA RECICLAGEM

O “lixo” foi mais do que uma fonte de sobrevivência na infância de Bispo, quando já o coletava. Foi também sua casa. Até os oito anos, dormia junto a outras crianças e famílias completas no Aterro da Cana Brava, que ao ser desativado, daria lugar ao Estádio Barradão, do Esporte Clube Vitória.

“Quando o aterro foi desativado, continuei catando coisas na rua e vendendo. Mais tarde, já com meus vinte e poucos anos, vim para São Paulo”, lembra Bispo.

Nas ruas da capital paulista, Bispo via grande parte do dinheiro que ganhava puxando carroça se transformar em copos de bebida. “Acabava bebendo o dinheiro da reciclagem, não tudo porque minha mulher saia comigo na coleta e guardava uma parte. E o dinheiro que eu ganhava dava para ela”.

E, mais uma vez, foi a reciclagem que teve papel importante para sua volta por cima na vida d Bispo.

Vivendo em situação de rua e sem documento de identidade, não sabe o tempo certo, mas acha que foi perto dos 30 anos que conheceu a Sefras (Ação Social Franciscana), que atendia trabalhadores da área da reciclagem em um dos projetos sociais, Bispo começou a se envolver na formação de diversas outras cooperativas. Ajudou enquanto era ajudado.

“Foi nesse momento que fui parando com o álcool”, completa.

Em 2012, veio o primeiro contato com o Pimp My Carroça, com a ação de grafitagem de carroças pelo artista Mundano no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo.

Com auxílio da organização, Bispo, então, se deu conta da importância de seu trabalho, e repete dados na ponta da língua, como o do levantamento feito pelo Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis, que aponta que 90% do que é reciclado no país é recolhido por catadores.

Desta forma, Pimp my Carroça proprociona credibilidade e incentiva o trabalho de catadores, que assim como ele podem renascer da reciclagem para uma vida melhor.

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Ação ativista do grupo Pimp My Carroça
O alumínio  é considerado um material 100% reciclável, pois não degrada no processo de reciclagem”

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AS CARROÇAS TUNADAS

Criado em 3 de junho de 2012, a primeira edição do Pimp My Carroça aconteceu no Vale do Anhangabaú e contou com a ajuda de mais de 700 apoiadores. Foi encabeçada pelo grafiteiro Mundano, que fez desenhos e frases provocativas nas carroças dos catadores de recicláveis.

Mas além de trazer um ‘grito de existência’ a esses trabalhadores que estão em diversas cidades do Brasil, com o tempo, o movimento se tornou um ponto de referência e apoio.

Além das intervenções artísticas, com o tempo vieram as orientações profissionais e assistência para trabalhar de forma adequada, seja com o uso de equipamentos de proteção ou ajudando a estruturar planilhas e fluxos de caixa.

“Com cerca de dez mil atendimentos a catadores e catadoras, com envolvimento direto de mais de 20 mil pessoas em mais de 80 cidades e 28 países. Foram mais de 3 mil artistas e 6 mil voluntários que utilizaram sua força de trabalho para promover a causa dos catadores”, explica Leticia Tavares.

Ela afirma que a ideia do Pimp sempre foi tentar aproximar a sociedade dos catadores, mostrando a importância do trabalho dessas pessoas. “Somos uma plataforma em que catadores e catadoras podem encontrar pessoas interessadas em ajudá-los de diferentes formas”, completa.

O trabalho do Pimp em valorizar o trabalho dos catadores, focando em fortalecer a autoestima dessas pessoas, não é pouca coisa. Uma pesquisa recente feita pela própria organização com seus atendimentos mostra que metade já sofreu algum tipo de preconceito por exercer essa profissão.

“Creio que como a gente lida com algo que para sociedade não tem mais valor, parece que nos tornamos iguais”, afirma a catadora Letícia Gouvêa, 28. Para ela, a ideia de trabalhar com reciclagem surgiu em família e por necessidade. O pai tinha acabado de sair de um emprego como faxineiro em uma empresa e foi catar recicláveis por conta própria.

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Latas amassadas para o processo de reciclagem

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Tentando ajudar a família, aos 16 anos, fez um acordo com o pai e, juntos, passaram a coletar recicláveis após o horário escolar. Desde então, Letícia não parou e há um ano está participando da instituição Pimp My Carroça.

Gouvêa conta que é comum que as pessoas a observem com espanto quando está maquiada e catando recicláveis. “Trabalhando nessa área muitas pessoas nos enxergam como um nada ou como viciados, que estamos catando coisas apenas para trocar por drogas. Esse é um estigma da nossa profissão”, lamenta a catadora Gouvêa. Apesar disso, foi este trabalho que a despertou para algo grande: a importância da preservação ambiental e a conscientização de que ser catadora significa também contribuir com a saúde do planeta, do bem-estar social e do bem-estar ambiental.

Nas redes sociais, ela abraça a personagem de Barbie Lixeira para divulgar mais sobre a profissão, é onde também apresenta conteúdos práticos para explicar sobre o descarte correto de resíduos recicláveis A ligação dela com a área foi tão grande que Letícia passou a se interessar mais em aprender sobre questões ambientais e sustentabilidade.

“Comecei esse ano um curso de técnico em meio ambiente e já estou pensando no tema do meu trabalho de conclusão de curso, acho que esses assuntos nunca foram de fato abordados com a visão de uma pessoa que realmente trabalha na área”, comenta a estudante Letícia sobre questões ambientais. Apesar do trabalho de catadores ser fundamental para a reciclagem no Brasil, a remuneração desses trabalhadores ainda é, na maioria dos casos, baixa. Gouvêa consegue uma renda média de R$ 800 por mês e precisa completar através de aulas que da como professora e outras atividades.

“Como o tema [reciclagem] está em alta, algumas escolas me contratam para dar palestras sobre o assunto para crianças e adolescentes’’, conta ela á nossa revista de forma voluntária para que possamos aprender sobre o tema.

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Reciclagem de aluminio

Já Bispo é um caso a parte. Após ser atendido pelo Pimp My Carroça passou a compreender a função social de seu trabalho e a encará-lo de forma mais profissional. Pouco tempo depois, comprou o primeiro veículo, que seria usado para recolher materiais recicláveis e aposentar a carroça tracionada pela força de seu corpo, que foi seu método de trabalho.

“Investi nas redes sociais, criei planilha para contabilizar custos de EPI (Equipamento de proteção individual), manutenção do veículo. O Pimp me ensinou o que o sistema não me ensinou em dez anos. Sem o apoio deles eu estaria puxando carroça até hoje”, diz Bispo sobre a instituição.

Foi em 2014 que Bispo decidiu que era a hora de escalar ainda mais o seu trabalho, e criou a cooperativa Kombosa Seletiva, que traz estampada em letras garrafais em seu site a frase que mudou o visual de sua carroça: “Lixo não existe”.

Hoje, a kombi usada deu lugar a três furgões grandes e de modelos atuais. Sua cooperativa conta com nove sócios-cooperados e divisão por igual do lucro de cerca de R$ 36 mil ao mês, o que proporciona uma vida mais confortável a Bispo, que deu entrada em sua casa própria neste ano e viu dois de seus oito filhos completarem o ensino superior.

“Não busco riqueza, quero que todos os catadores também tenham sua oportunidade e quem sabe sejam os ‘cEOs’ de suas próprias kombosas, assim como eu".

O órgão de Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA), a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a associação Europeia de Alumínio (European Aluminium) alegam que o alumínio não apresenta toxicidade para pessoas saudáveis, já que o metal apresenta baixa absorção intestinal quando consumido em menores quantidades.

Entretanto, pessoas que apresentam função renal enfraquecida ou insuficiência renal crônica e bebês prematuros podem acumular alumínio em seu organismo. No tecido ósseo, o metal faz “trocas” com o cálcio, causando osteodistrofia.

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Pimp My Carroça participa do projeto Colaboramérica Alumínio durante a reciclagem

O MATCH PERFEITO

Outro fator determinante para o deslanchar da cooperativa de Bispo foi o aplicativo Cataki, que conecta catadores a geradores de resíduos recicláveis, lançado pela Pimp My Carroça, em 2017, com o intuito de crescer a instituição.

Dentro da plataforma, quem quer descartar resíduos pode encontrar o catador mais próximo por meio de um sistema de geolocalização, semelhante ao usado nos apps de transporte, e contratar o serviço. Nenhuma das partes paga valores adicionais pelo uso da tecnologia, ajudando os catadores.

“O aplicativo Cataki possibilita que os catadores expandam suas redes de negócios e tenham mais ferramentas de trabalho. Tanto no quesito de diversidade de geradores, compradores e opções de material até o uso de uma ferramenta que calcula o impacto ambiental de cada coleta a partir do volume e tipos de materiais”, explica Leticia Tavares, diretora executiva do da instituição Pimp My Carroça.

O aplicativo também traz a possibilidade do catador gerar um cartão profissional, o que confere mais credibilidade ao seu trabalho. Para Bispo, a versatilidade de uso do aplicativo o ajudou a conseguir mais pontos de coleta, entre os quais em escolas de alto padrão e condomínios residenciais de classe média e classe alta e escolas públicas e privadas.

“Com o uso do aplicativo meus pontos de coleta aumentaram de 15 para 55 e em alguns locais, como nos colégios, sou convidado para dar palestras sobre o descarte correto dos resíduos”, conta Bispo sobre o aplicativo.

Para Gouvêa, que coleta os resíduos sozinha e apenas com o saco de lixo, o aplicativo tem ajudado a encontrar pontos próximos de sua residência. “Com o aplicativo eu consigo ter um contato maior com as pessoas da região de onde moro ou em outras localidades, sem precisar me deslocar tanto”, conta.

Atualmente há mais de 4 mil catadores registrados na plataforma que funciona em mais de mil cidades do Brasil.

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Catador junto ao grupo Pimp My Carroça Carroça do Pimp My Carroça

BEBIDAS ALCOÓLICAS

Relatório inédito da Abrabe em parceria com a KPMG mostra o comprometimento sustentável das empresas de bebidas alcoólicas com as práticas de ESG

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@ @ Eduarda Limão Cecilia Silva
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Drink de wisky

Tendência no mercado mundial, as boas práticas de sustentabilidade também fazem parte do planejamento das empresas de bebidas alcoólicas no Brasil, com definição de metas e concretização de iniciativas relacionadas ao tema. É o que apontam os Indicadores Setoriais de Sustentabilidade da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), instituição que reúne todas as categorias de bebidas alcoólicas do país junto a sustentabilidade.

Os dados indicam que 57% das empresas de bebidas alcoólicas já apresentam iniciativas ou práticas relativas às políticas de meio ambiente e sustentabilidade e 69% trabalham com a redução de resíduos sólidos.

Com base no trabalho realizado em parceria com a KPMG, o “Primeiro Relatório Sustentabilidade ABRABE” vem complementar o diagnóstico setorial realizado em 2019, que consistiu em um estudo de mercado do setor de bebidas alcoólicas. Este ano, a incluiu temas e indicadores de governança ambiental, social e corporativa pela primeira vez. Com isso, além de apresentar o cenário econômico de volume de vendas, volume de produção, faturamento, importação, exportação, distribuição e empregos, a ABRABE traça um panorama com as perspectivas sobre o tema da sustentabilidade no setor.

“Além de uma importante referência para o mercado, [o estudo] é uma ferramenta poderosa de medição para que o setor planeje sua rota e continue evoluindo suas práticas no objetivo de ambiente mais sustentável e cada vez mais conectado com as demandas da sociedade e do planeta”, ressalta a presidente-executiva da Abrabe, Cristiane Foja.

“Agora, nosso comitê de sustentabilidade poderá enxergar o horizonte do setor, planejar e inspirar, de forma que o bloco de empresas possa se desafiar a ir mais longe”, diz Cristiane. “Nosso objetivo é contaminar uns aos outros com esse mindset de medir, mudar a realidade e evoluir.”

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3 BILHÕES DE TONELADAS DE RESÍDUOS

De acordo com dados do Banco Mundial, em 2050 o mundo deve gerar mais de 3 bilhões de toneladas de resíduos. Como forma de conter e reduzir esse número, organizações têm adotado a economia circular, processo que visa o desenvolvimento econômico sustentável por meio da redução, reutilização e reciclagem do produto de modo repetido no ciclo de produção como forma de estender a sua vida útil.

Atualmente, cerca de 73% das embalagens de bebidas alcoólicas na ABRABE são de vidro, resíduo infinitamente reciclável, uma vez que uma garrafa pode se transformar em outra, gerando um ciclo de sustentabilidade e, também, encaixam-se no conceito de reuso. Entre as empresas que participaram da pesquisa, 31% adotam embalagens retornáveis de vidro em seu portfólio de produtos, variando a taxa de reutilização entre 53% e 100% de produtos reutilizados.

Há também uma adesão cada vez maior pelas associadas a iniciativas para reduzir ou eliminar resíduos sólidos em suas operações, com 69% das empresas com alguma iniciativa, sendo a reciclagem a prática mais utilizada entre elas, com adesão de 83%, seguida pela reutilização, com 50%, e compostagem, com 46%. Das empresas que têm meta de redução de resíduos em suas operações, três empresas já conseguiram atingir a meta de Aterro Zero, três estão próximas de conseguir e as restantes devem alcançar até 2023.

A ABRABE atua na reciclagem do vidro por meio do “Glass is Good”, programa de logística reversa do vidro que envolve toda a cadeia. Com a reciclagem das embalagens de vidro, há menos consumo de energia, redução na extração de matéria-prima e emissões de cO2 na atmosfera durante a produção, além de diminuir o depósito de resíduos de vidros, programa de logística reversa do vidro que envolve toda a cadeia do produto de modo repetido no ciclo de produção do produto e como ocorre seu aproveitamento na reciclagem.

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Etapa de seleçao na reciclagem do vidro

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REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA

Outras estratégias inseridas no processo para minimizar impactos negativos ao meio ambiente estão relacionadas ao clima e energia. Segundo a pesquisa, 46% das associadas têm projetos nessa esfera, sendo que, destas, 88% possuem iniciativas de redução e gestão de consumo de energia, 56% trabalham na redução e gestão de emissão de gases do efeito estufa. Entre as associadas, 14% também têm metas de reduzir a emissão de gases nocivos ao meio ambiente.

A prática de redução de consumo de energia é adotada, na maioria dos casos, através da migração para outras fontes de energia renovável, com instalação de placas solares, parques eólicos e caldeiras de biomassa; substituição no tipo de iluminação com maior utilização de LED e sensores de presença; além de projetos arquitetônicos que privilegiam a utilização de luz natural e pouco uso de ar-condicionado. Já as práticas para menor emissão de gases envolvem o consumo e geração de energia renovável; substituição de frota; substituição de matéria-prima; compensação de emissões; identificação de riscos relacionados às mudanças climáticas; e precificação de produtos como o carbono.

No campo da diversidade, dobrou o número de empresas com metas entre 2019 e 2020: atualmente, 23% das associadas têm iniciativas para ampliação da diversidade em seu quadro de colaboradores, enquanto 20% têm essa esfera como meta, porcentagem que era de apenas 9% em 2019. Entre as iniciativas realizadas, estão a realização de palestras, participação em eventos de combate à homofobia e o preconceito de raças. Entre as metas citadas pelas companhias, estão: dobrar a participação feminina em posições de liderança; elevar a representação de líderes de origens ara ampliação da diversidade em seu quadro de colaboradores, enquanto 20% têm essa étnicas diversas para 45% até 2030; e ter 50% de todas as posições de liderança ocupadas por mulheres.

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Garrafas para reciclagem

PRODUÇÃO E GESTÃO SUSTENTÁVEIS

O relatório apresentado mostra a preocupação das empresas associadas com o consumo responsável de água ao apontar que 34% apresentam meta de redução de consumo, como a recuperação de 60% da água de lavagem dos vasilhames. O tema consumo de água ainda aponta que 51% das associadas abraçam práticas relacionadas à redução de consumo – destas, 72% têm iniciativas de reuso.

O trabalho ainda encontrou diversas referências ao fortalecimento de estruturas internas relacionadas ao ESG, mostrando que esse pilar é uma prioridade da agenda: 31% das empresas responderam que publicam relatório anual de sustentabilidade e 37% levam em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU durante a elaboração de políticas corporativas. Em 2019, esses números eram de 26% e 31%, respectivamente. Além disso, 50% das empresas respondentes já possuem sistema de gestão ambiental (SGA), isto é, estrutura organizacional que atua auxiliando a empresa na avaliação e controle de impactos ambientais de suas atividades. E, entre essas, 47% também dispõem de certificação de qualidade ISO, importante para sustentabilidade.

Quanto aos números coletados relacionados ao mercado de bebidas alcoólicas no Brasil, o documento aponta um aumento de share em volume no universo Abrabe. Em 2019, juntas, as associadas representavam cerca de 30% de todo volume de bebidas alcoólicas comercializado no país. Passados dois anos, o indicador subiu para 34%. O faturamento bruto também cresceu: foi de R$ 32,2 bilhões em 2020, enquanto esse valor era de R$ 29,7 bilhões em 2019, um crescimento de quase 40% em relação à primeira medição, e geração de 21.183 mil empregos diretos no ano passado.

Em 2020, comparado a 2018, houve um aumento em empregos diretos em 12% nas associadas. Além disso, as empresas foram responsáveis por 29% do volume de bebidas .

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Etapa de aspiração na reciclagem do vidro
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EVENTO ONLINE

Os números foram apresentados durante o evento virtual “Perspectivas da Sustentabilidade no Setor de Bebidas”, que contou com apresentação da jornalista Rosana Jatobá e a participação de representantes do setor.

Durante o encontro, Rosana destacou a pesquisa “10 tendências mundiais de consumo”, da Euromonitor, que aponta que os líderes de sustentabilidade de hoje estão utilizando novos modelos de negócios circulares que visam oferecer mais – utilizando menos – por meio de compartilhamento, reutilização, reposição e aluguel.

Ela também chamou a atenção para um aumento da conscientização ambiental, especialmente entre as gerações mais jovens. “Os millennials e a geração Z estão muito preocupados com legado e propósito”, disse Rosana. “Eles não querem mais possuir um objeto; estão mais preocupados com a experiência para mitigar seus impactos sociais. São consumidores que estão adotando a sustentabilidade por meio de produtos mais duradouros.”

GLASS IS GOOD

Essa tendência vai ao encontro dos resultados de dois programas coordenados pela ABRABE: o Glass is Good, que tem como missão apoiar a logística reversa do vidro, um resíduo infinitamente reciclável e reutilizável; e o Ecogesto, focado em cooperativas ecomo se comportam perante a estes produtos.

Juntos, os dois programas recuperaram, só no ano passado, 77.000 toneladas de embalagens pós-consumo e mais de 35.000 toneladas de vidro. Entre as empresas que participaram da pesquisa, 31% adotam embalagens retornáveis de vidro em seu portfólio de produtos, variando a taxa de reutilização entre 53% e 100%. Vale lembrar que 73% das embalagens de bebidas alcoólicas dentre as 35 associadas da ABRABE são de vidro, um resíduo infinitamente reutilizável.

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Processo de reciclágem do vidro
73% das embalagens de bebidas alcoólicas são de vidro, um resíduo infinitamente reutilizável"

MEIO AMBIENTE

Os números levantados pela ABRABE em parceria com a KPMG mostram avanços também no que diz respeito à preocupação com o meio ambiente.

Ao todo, 46% das associadas possuem iniciativas de redução e gestão de consumo de energia e 56% trabalham na diminuição das emissões de gases de efeito estufa.

A preocupação se estende ao consumo responsável da água – um dos principais ingredientes das bebidas alcoólicas. Segundo o documento, 34% das empresas apresentam meta de redução de consumo, como a recuperação de 60% da água de lavagem dos vasilhames e 72% delas têm iniciativas de reuso.

Outra boa notícia é o fato de 31% das empresas responderem que publicam relatório anual de sustentabilidade e 37% levarem em consideração os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU durante a elaboração de políticas corporativas – uma realidade diferente de 2019, quando esses números eram de 26% e 31%, respectivamente.

DIVERSIDADE

O relatório mostra ainda que 20% das associadas têm como meta ampliar a diversidade em seu quadro de colaboradores – o dobro em relação a 2019, quando apenas 9% diziam ter estabelecido regras para implementar práticas como o combate à homofobia e a participação feminina em posições de grande importância e liderança.

Inspirada na realidade do “Glass is Good”, universo da reciclagem do vidro no qual 57% da liderança é feminina, a Abrabe criou um programa de diversidade de gênero para influenciar as demais cooperativas parceiras a alcançarem, até 2030, a meta de terem 50% de mulheres em cargos de liderança. Com todos os indicadores de sustentabilidade reunidos em um único documento setorial. Contribuindo para um futuro mais igualitário e sustentável.

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Caixas com garrafas para reciclagem Garrafas recicladas
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Reunir muita gente causa impacto: Festivais do Bem

Métodos de impactos positivos

Reunir muita gente causa impacto, a produção de uma festa, de um show ou palestra, por exemplo, gera lixo e consome água e energia elétrica. E o deslocamento dos participantes acaba emitindo gás carbônico, aquele que está envolvido no aquecimento global. A boa notícia é que já é possível promover eventos de grande porte (os mais danosos) de maneira consciente e sustentável. E isso não é tão difícil ou caro quanto se pode imaginar. Produtoras e organizações têm girado a chave e estão investindo na mudança do modelo. A ideia é sempre diminuir o impacto e conscientizar as pessoas envolvidas: não apenas o público, mas os convidados e quem trabalha na produção também. De uma ponta a outra, desde a concepção do evento à relação com quem participa, a sustentabilidade depende do engajamento de pessoas.

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Bastidores {
TARSILA AZEVEDO

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VIRADA DA VIRADA COQUETEL MOLOTOV

A Virada da Virada é um bom exemplo. Prevista para acontecer em São Paulo, nos dias 23 e 24 de novembro, ela já nasceu com essa concepção. A ideia é discutir causas sensíveis na atualidade, como o futuro da Amazônia, direitos humanos e liberdade de imprensa, entre outros. O evento tem apoio de Ecoa na parceria de mídia e é realizado pela ONG Turma do Bem, que oferece atendimento odontológico gratuito, e o Graac, hospital que atende adolescentes e crianças com câncer. O local escolhido para sediar o evento foi a Bienal de São Paulo, onde são realizadas várias medidas para diminuir o impacto gerado. Obedecendo uma portaria da secretaria do ambiente, como a exigencia de certificado de neutralização de carbono e de descarte correto de resíduos.

Além da proposta de reduzir o impacto na produção, o evento já nasce para fazer justamente o inverso: promover impacto positivo. "O objetivo é gerar sustentabilidade, fazer uma grande reunião de gente do bem para ativar a solidariedade no país", diz o dentista Fábio Bibancos, presidente e fundador da Turma do Bem. Para isso, o evento aposta no voluntariado. "Esse tipo de trabalho é muito poderoso. Por meio dele é possível fazer pequenas revoluções que mudam realidades".

CONFERÊNCIA ETHOS

Outro grande evento que aposta na mitigação de impacto negativo e na geração de impacto positivo é a Conferência Ethos, promovida pelo Instituto Ethos e cuja última edição ocorreu no início de novembro, em Belém. Além do incentivo do uso de transportes coletivos para chegar aos locais onde o evento é realizado, há uma preocupação com outras práticas, como a redução do uso de papel, a coleta seletiva de lixo, o material usado na confecção dos brindes e a escolha cuidadosa das empresas fornecedoras de materiais e serviços. "Precisamos lembrar que as pequenas ações são muito significativas", diz Edson Lopes, gerente de promoções e eventos do Instituto Ethos. Ele conta que além das ações ambientalmente sustentáveis, é preciso investir na diversidade e inclusão de pessoas historicamente discriminadas no mercado de trabalho. Por isso, transexuais, lésbicas, negros e negras, idosos e pessoas com deficiência compõem as equipes de apoio nas Conferências Ethos.

Esses eventos com viés em negociação estão sendo cada vez mais acessíveis e comuns ao redor do mundo, no Brasil ainda não é tão comum, mas é necessária essa implementação. De fato, é possível fazer festivais de grande porte com pegada ecológica positiva.

Está marcado para o próximo sábado (16) em Recife o No Ar Coquetel Molotov, festival de música que tem, muitas atrações na programação. Desde 2017, o evento tem uma parceria com o Projeto Evento Neutro, que calcula o quanto de gás carbônico foi gerado no evento e neutraliza essas emissões. Em 2019, a energia do festival foi gerada a partir de uma estação de energia solar dentro do festival.

Ao reverter o impacto do cw2 com investimento em projetos socioambientais, o Projeto Evento Neutro tenta equilibrar a balança da sustentabilidade. Os créditos são revertidos em apoio direto a projetos socioambientais. Eco copos são usados durante o festival Coquetel. Esse ano, o festival apoia o Projeto Ecomapuá, na Amazônia Paraense, que trabalha com conservação e preservação da biodiversidade da região.

Lá, todos os detalhes eram pensados para causar o mínimo de dano ao ambiente: desde porta bitucas para cigarros aos copos reutilizáveis. De lá para cá, ela vem investindo em ações para tornar o festival cada vez mais sustentável. A ideia de não usar copos descartáveis, por exemplo, foi replicada no Molotov. A medida reduz em 90% a produção de lixo total do evento, fator extremamente benéfica para o meio.

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RODRIGO BRASIL

Programa Sustentável: Natura Ekos

Natura Ekos promove Feira de Empreendedorismo e Sustentabilidade em Curitiba

Acontece neste fim de semana, 14 e 15, a primeira Feira de Empreendedorismo Sustentável organizada por Natura Ekos, na Ópera de Arame, em parceria ao Clube da Alice, comunidade online que impulsiona o empreendedorismo feminino. A marca trará ativações e experiências sensoriais da linha de Ekos, conhecida pelos seus produtos de alta performance que possuem uma valorição sobre a flora nacional e contribuem com o desenvolvimento de famílias guardiãs da Amazônia.

O evento contará com 12 expositoras de produtos sustentáveis, além das diversas experiências Ekos que estarão disponíveis para o público: experimentação de produtos, quick massage, espaços para fotos, vitrine virtual para que possam realizar uma compra e receber seus produtos em casa e entrega de brindes e vouchers para uma experiência nas lojas Natura. Toda a experiência será ambientada com a Ópera, que estará especialmente decorada para o evento.

"Promover este evento em Curitiba é uma forma de mostrar nossa gratidão a cidade que tem se conectado cada vez mais com a nossa marca. Além de apoiar o empreendedorismo sustentável da região, especialmente contribuindo para o desenvolvimento da mulher curitibana”, reforça Diana Guimarães, Líder de Mercado da Natura, que confirmou as intenções da marca com o evento.

A Feira de Empreendedorismo Sustentável acontecerá na Ópera de Arame, localizado no Parque das Pedreiras, que se tornou um dos principais pontos turísticos da capital Paranaense. Para aproveitar a experiência ao máximo, os visitantes terão cenários destinados para fotos, além de terem acesso ao parque para conhecerem e explorarem durante o dia.

Para participar, os ingressos podem ser retirados gratuitamente nas lojas Natura dos shoppings Mueller, Barigui e Palladium, os moradores de Curitiba pagam meia entrada.

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Bastidores { N

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PRISCILA ALMEIDA

Sustentabilidade para garantir o futuro

Evento em Gramado debate formas de desenvolvimento sustentável de negócios

Holofote Agenda

"É importante que todos entendam que, se hoje não iniciarmos esse processo de transformação que busca o equilíbrio dos ecossistemas para o futuro, não haverá futuro. Vão sair na frente nos negócios aqueles que se conscientizarem e aplicarem isso" garante a organizadora do evento.

A palestrante Eliane Davila, que é colíder da filial gaúcha do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, diz que o evento promoverá reflexões sobre lideranças sustentáveis e também promoverá uma imersão em temáticas como e sustentabilidade. Será abordado na palestra, a necessidade de todos os líderes e a comunidade em geral de incorporar as pautas de ESG e sustentabilidade. Existe um processo de elevação de consciência, para que ajuda construir uma jornada de sustentabilidade, dentro das organizações, de forma mais genuína.

Para a palestrante, o debate sobre o capitalismo sustentável é pertinente pelo momento e pelo momento de gestão das empresas na contemporaneidade. "Eu acredito que falar sobre isso vai nos ajudar a realmente colocar uma pauta de sustentabilidade dentro das organizações, não de forma simplista. Queremos que o ESG seja incorporado

na estratégia da organização. O capi talismo trouxe, muitas coisas boas, nos tirou de uma situação de extrema pobreza, mas muita coisa ficou para trás, principalmente a questão da desi gualdade. Olhar para o capitalismo sustentável é olhar para a redução dessas desigualdades, equidade de gênero e questões ambientais.

A organização destaca que o encontro é direcionado a todos os setores, mas com enfoque especial no setor público, na iniciativa privada, em organizações da sociedade civil e estudantes universitários. A intenção dos organizadores é incluir o Líderes Sustentáveis no calendário anual de eventos de Gramado, realizando edições anuais para fomentar as discussões em torno da sustentabilidade

Além das 14 palestras e quatro painéis, uma série de outras atividades também fazem parte da programação, como o lançamento do livro "Negócios que podem transformar o mundo", o pré-lançamento do Selo de Sustentabilidade da Abrasel e a 1ª Conferência Livre, que tem como tema o Desenvolvimento Integrado e Sustentável de Gramado. Os debates serão responsáveis por dar formato ao Tratado de Gramado, documento de sustentabilidade.

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Porque o dia da Terra é importante?

Consciência ambiental e ação!

O Dia da Terra é comemorado anualmente no dia 22 de abril em todo o mundo! Este dia é a oportunidade ideal para celebrarmos o planeta em que vivemos, reconhecemos a importância de cuidar dele e refletirmos sobre as ações que podemos tomar para proteger o nosso meio ambiente. A celebração do Dia da Terra envolve diversas atividades e iniciativas ao redor do mundo, que visam promover a conscientização ambiental e ações conscientes. Neste dia, diversas cidades realizam eventos, como feiras de sustentabilidade, limpezas de praia, plantios de árvores, palestras e atividades educativas voltadas para o cuidado com o nosso planeta.

O Dia da Terra teve início em 1970 nos Estados Unidos, quando o ativista ambiental Gaylord Nelson participou de manifestações em defesa do meio ambiente. Desde então, a data se tornou cada vez mais importante e ganhou destaque mundial. A data é um momento para refletirmos sobre as nossas próprias atitudes em relação ao meio ambiente. Pequenas ações, como economizar energia, reduzir o consumo de plástico e cuidar das áreas verdes da cidade, podem fazer uma grande diferença na preservação

Ainda existem muitos desafios a serem enfrentados na proteção do meio ambiente, como o desmatamento, as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade. Dessa forma, é importante que todos façam a sua parte seja em casa, no trabalho ou na comunidade. Além das ações individuais, o Dia da Terra também é uma oportunidade para pressionar os governos e as empresas a adotarem medidas efetivas para proteger ambiental. É importante cobrar políticas públicas que incentivem a redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso de energias renováveis, o controle da poluição, a gestão adequada dos recursos naturais e a proteção das áreas de preservação. Além disso, as empresas possuem um papel fundamental na preservação do meio ambiente. Dessa maneira, devem ser responsáveis pelo impacto ambiental de suas operações e produtos, adotando práticas sustentáveis e investindo em novas tecnologias limpas.

Os consumidores também desempenham um papel importante ao pressionar essas empresas a serem ambientalmente conscientes, optando por produtos e serviços de menor impacto ambiental. As mudanças climáticas são uma das maiores ameaças ao meio ambiente e à humanidade.

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Agenda
COMO AJUDAR O PLANETA? JULIA VIANA

Festival de investimentos

Negócios sustentáveis na Amazônia {

De 29 a 30 de novembro, Manaus, capital do estado do Amazonas, sedia a segunda edição do Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis. Empreendedores, investidores, organizações da sociedade civil e outros atores que integram o ecossistema de impacto na região estarão juntos para debater caminhos, oportunidades e desafios para o desenvolvimento do ecossistema de impacto amazônico, a bioeconomia e o futuro da maior floresta tropical do país e do planeta.

O evento, bianual, foi realizado pela primeira vez em 2018, mas a pandemia da cOVID-19 adiou a segunda edição, que agora acontece em caráter presencial.

O objetivo do Festival, promovido pelo Idesam, AMAZ aceleradora de impacto e Impact HUB Manaus, é consolidar o evento como um ponto de encontro

Bpara investimentos de impacto e desenvolvimento de negócios sustentáveis na Amazônia na área florestal.

A programação do 2º FIINSA será composta por cinco trilhas: Estruturando o ecossistema; Financiamento e acesso a capital; Pesquisa, desenvolvimento e inovação; Comunidades; e Desafios do empreendedorismo. Completam a programação oficinas temáticas, lançamento de projetos, sessões de pitch, feira de negócios, mercado com produtos sustentáveis da Amazônia, rodadas de negócio.

A primeira edição do evento reuniu 252 pessoas e mobilizou 64 palestrantes e moderadores, cinco painéis principais e 12 paralelos, durante o evento.

Foram investidos R$ 1,1 milhão em quatro negócios de impacto durante a rodada de investimentos.

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CRISTINA COSTA
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ANETE GARTA

Boa Vista sustentável?

{Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizarão em Macapá (AP), de 05 a 07 de maio, o Programa Ideação, que prepara os/as participantes para transformar conhecimento em empreendedorismo por meio da inovação e da educação ambiental num formato de bootcamps.

O evento é gratuito e cerca de 70% das inscrições são destinadas para as pessoas que se identificam com o sexo feminino. O evento, que acontece de forma presencial na sede do Sebrae em Boa Vista – RR , está com 50 vagas abertas e as inscrições vão até o próximo dia 27/04 neste link.

Os bootcamps são treinamentos imersivos para o desenvolvimento de habilidades e trazem, ao mesmo tempo, desafios de inovação relacionados a temáticas de conservação, recuperação e ao uso sustentável da vegetação nativa. A ideia é formar times para resolver o desafio, relacionado à economia da floresta em pé na Amazônia Legal. Ao final, os e as jovens irão apresentar soluções para uma banca de especialistas em negócios.

As equipes vencedoras receberão ainda consultorias e mentorias virtuais personalizadas de cortesia, sem custo. Através de eventos imersivos, como os bootcamps, oferecem uma porta de entrada para o empreendedorismo, capacitando sobre conceitos básicos de modelagem de negócio e despertando potenciais para inovar e tirar projetos do papel por meio de temas relacionados aos Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e da Economia da Floresta em pé. Além de aprenderem a metodologia de desenho de soluções inovadoras, os e as participantes também terão acesso a mentores e mentoras com vivência de mercado de trabalho. Serão 20 horas de aprendizado e prática com a formação de times para resolver o desafio proposto.A iniciativa acontece no âmbito do ”Projeto de Pagamentos por resultados de REDD+ alcançados pelo Brasil no bioma Amazônia em 2014 e 2015” promovido pelo MMA e PNUD

E, é realizada em parceria com a empresa de Inovação, Ciência, Tecnologia e Negócios chamada wyLINKA e o Desenvolvimento Sustentável.

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LUCILA SANOVICK
Evento gratuito de inovação e sustentabilidade

Museu do Amanhã promove debate

Inovação e sustentabilidade

{Com o objetivo de discutir os caminhos para enfrentar simultaneamente desafios relacionados ao crescimento econômico, à proteção ambiental e à erradicação da pobreza, o Museu do Amanhã, no centro do Rio de Janeiro, deu início hoje (28) ao 1º Fórum Global Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade. Representantes de diversas empresas deram, ao longo da tarde, exemplos de projetos e iniciativas que dialogam com a temática do evento.

É o caso da Yellow, um serviço de bicicletas compartilhadas que não usa estações fixas. A novidade existe em São Paulo desde julho. O usuário pode deixar a bicicleta em qualquer local, devendo apenas seguir algumas recomendações para não incomodar trânsito e pedestres. "A educação do usuário, que é uma grande preocupação nossa, está funcionando", disse João Sabino, diretor de relações governamentais da Yellow, mostrando uma foto próxima a uma estação do metrô onde as bicicletas foram estacionadas respeitando o piso tátil para pessoas com deficiência visual. Também há um mês, a empresa lançou um serviço de patinete na capital paulista e há previsão dessa inovação chegar, em breve, ao Rio. O Instituto Canadense de Recursos e Desenvolvimento Internacional ( cIRDI ), um centro independente de

especialização em desenvolvimento através de recursos naturais, apresentou as diretrizes de um trabalho realizado no Peru. A iniciativa consiste em reunir setores da indústria, do governo e da sociedade civil para apoiar a participação dos cidadãos no monitoramento ambiental em regiões de mineração, com perspectiva de redução dos conflitos sociais. "O desenvolvimento econômico da mineração é importante para o país, mas um maior envolvimento da população permite a diminuição dos conflitos. Grande parte deles está relacionada com a questão da água", diz André Xavier, representante do cIRDI Também foram apresentados projetos das empresas Oracle e Fábrica de Startups e da organização Gastromotiva. A programação de hoje começou às 9h e mobilizou representantes de governos, da sociedade civil, do setor privado, da academia e de organismos internacionais. Além da apresentação das iniciativas das empresas, houve ainda painéis que colocaram em discussão ao longo do dia temas como as políticas públicas voltadas para a inovação sustentável e a relação entre tecnologia e empregos.

O 1º Fórum Global de Inovação e Tecnologia em Sustentabilidade é uma realização do Programa das Pnuds. Conta com cerca de 50 instituições entre os patrocinadores.

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JORGE SALGADO

As cidades mais sustentáveis do Território brasileiro

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ranking mais sustentável do Brasil

{As cidades sustentáveis conseguem combinar qualidade de vida, bom sistema público de transporte, bem estar da população, progresso econômico e preservação do meio ambiente já são uma realidade não apenas no mundo, como também no Brasil.

Há alguns municípios brasileiros que já estão um passo a frente, e se modernizaram para se tornarem mais integrada, preservada, otimizada e inteligente. O que será que essas cidades têm em comum? E, principalmente, quais são os ensinamentos que as cidades mais sustentáveis do Brasil podem dar às outras centenas de municípios que ainda não trilharam esse mesmo caminho? Vamos conhecê-las! Curitiba-PR Fundada em 1661, a capital do Paraná, Curitiba, já é há um bom tempo referência nacional de uma cidade autossustentável. Possui uma área de 432km² e uma população que beira os 2 milhões de habitantes, provando que tamanho não é uma barreira intransponível para tornar os municípios mais interligados.

O status de autossustentável conquistado pela capital paranaense se deve a muito planejamento, que foi seguido ao longo dos anos e mantido independente de troca de governo. Seu projeto urbano, considerado inovador e que beneficia a integração entre a população e a natureza e com um

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S ROSA TEIXEIRA
Lugares

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2019. Entre os pontos altos desse pla nejamento urbano, está o atendimento integral de água e esgoto, distribuição inteligente da densidade populacional, quantidade proporcional significativa de pontos de acesso à internet em relação à sua população, instalação de parques tecnológicos e um sistema público de transporte abrangente e priorizado. Isso faz Curitiba figurar entre as cidades mais sustentáveis do Brasil. Paragominas-PA Pouco conhecida, mas com muito a ensinar. Localizada no estado do Pará, Paragominas possui uma área de 19.342km², população de, aproximadamente, 110 mil pessoas, e o título de ser a primeira do estado a tornar a conservação do meio ambiente como política pública. Implementou há seis décadas o projeto “Município Verde”, e se tornou referência regional de uma cidade que zela pelos recursos naturais e biodiversidade. Essa constatação é observada também por dados: esse projeto ambiental de longo prazo tirou Paragominas da lista dos municípios que mais desmatavam, para torná-lo exemplo de sustentabilidade. O combate ao desmatamento é reconhecido nacionalmente, o que faz

com que o turismo se intensifique e se torne uma das principais fontes de recurso do município depois da agropecuária e extração mineral. Tudo isso habilita que Paragominas esteja entre as cidades mais sustentáveis do Brasil.

João Pessoa-PB

A capital da Paraíba, João Pessoa, recebeu recentemente o prêmio Arbor & Urbe, por ser a capital com o maior percentual de áreas verdes das regiões Norte e Nordeste. Fundada em 1585, com área de 211,5 km² e uma população de aproximadamente 750 mil pessoas, João Pessoa possui um projeto paisagístico consolidado. Em sete anos, a cidade realizou o plantio de 200 mil mudas de árvores locais, e conta com uma cobertura verde de pouco mais de 30% de seu território. Esse percentual faz com que o município paraibano seja reconhecido pelo título de segunda capital mais verde do mundo, atrás apenas de Paris, a capital francesa. Extrema-MG Localizada no sul de Minas Gerais, a cidade de Extrema possui uma área de 243.000 km², população de, aproximadamente, 40 mil pessoas e uma infraestrutura verde reconhecida até mesmo pela ONU (Organização das Nações Unidas).O projeto desenvolvido em parceria com os governos estadual e federal, além de entidades não

governamentais, incentivou o plantio, reflorestamento e recuperação de áreas que margeiam rios – as chamadas matas ciliares – proporcionando, inclusive, incentivos financeiros a proprietários de terras que preservem áreas verdes no entorno de córregos e riachos. Tal prática já teve resultados práticos para a população: mesmo recentemente, em anos com secas severas, percebidas não apenas no estado de Minas Gerais como também no país inteiro, o Rio Jaguari, que abastece a cidade, se manteve com níveis satisfatórios de água. São esses os motivos para que esta cidade mineira esteja incluída nessa lista. Santana na cidade de Parnaíba-SP

A paulista Santana de Parnaíba está localizada na Região Metropolitana de São Paulo, possui uma área de 183.816 km² e população de, aproximadamente, 110.000 pessoas. Esta cidade foi a primeira do Brasil e a terceira do mundo a entregar para a ONU (Organização das Nações Unidas) um plano local de objetivos de desenvolvimento sustentável, atrás somente de Tóquio (Japão) e Nova York (Estados Unidos).

São medidas que nortearão projetos de desenvolvimento sustentáveis para os próximos 10 anos, o que mostra que Santana de Parnaíba está se moldando para o futuro mais saudável, sustentável e reciclável.

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ROSA TEIXEIRA

Crédito de carbono: o mercado além da COP26

Como o mercado de carbono e a sustentabilidade estão na pauta das empresas

A cOP26 entrou na segunda semana, o momento mais aguardado para as definições de governos sobre assuntos ainda suspensos. Um deles é o Artigo 6º, do Acordo de Paris, assinado em 2015, no qual se pode definir um mercado regulado de carbono, isto é, que as empresas e países comprem créditos para diminuir a contabilização de suas emissões.

Entretanto, é preciso considerar que já há um mercado ativo, que muito pode ensinar e evoluir. "O que vai acontecer com o mercado voluntário de carbono se tiver o Acordo de Paris fechado? Vai dar muito certo, mas se não foi fechado dará certo também, diz Plínio Ribeiro, co-fundador e cEO da Biofílica Ambipar.

O executivo lembra ainda que já há 30 mercados regulados no mundo. "Hoje vejo o mercado como uma forma de interação entre os que querem fazer alguma coisa de modo efetivo", diz.

Do lado das empresas, um exemplo é da fabricante de alimentos à base de proteína animal Marfrig. "A velocidade e atração vai ser ainda maior no mercado, que progrediu bastante para além das cOPs. É importante que se consiga estabelecer metas, mas não é isso que vai determinar o que o mercado precisa fazer", diz Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da empresa.

Para ele, grande parte disso também vem da cobrança dos clientes,

investidores e setor financeiro como um todo. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática ( UNF ccc ) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera do planeta.

Uma das principais tarefas da cOP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países-membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a serem tomadas imediatamente.

Para além disto, líderes empresariais,

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Empreendendo { L

e China negociam fundo

Os governos do Brasil e da China nego ciam a criação de um fundo bilateral de investimento verde, para financiar e subsidiar o desenvolvimento de indús trias verdes e de energia renovável nos dois países. O pontapé inicial pode ser anunciado durante a viagem do presi dente Luiz Inácio Lula da Silva à China, na próxima semana.

“Eu não sei se vai ser possível anun ciar, porque essas coisas são complexas, mas a ideia é que se possa ter um fundo bilateral”, disse à Reuters o embaixa dor Celso Amorim, assessor especial da Presidência. “É um fundo dos dois lados, tanto chinês quanto brasileiro, para investimentos nessa área.”

Fontes que acompanham as negocia ções explicam que o fundo foi proposto pelo governo brasileiro e a ideia deve constar de uma declaração bilateral sobre o meio ambiente, mesmo que o mecanismo em si possa não ser anun ciado até o momento.

A intenção é que o fundo bilateral, de acordo com uma das fontes, envolva o aporte de recursos públicos e privados que serão usados para alavancar inves timentos em novas tecnologias verdes, subsidiar indústrias limpas e energia renováveis nos dois países e também em outros países em desenvolvimento.

Apesar da proposta ser brasileira, há uma receptividade do lado da China.

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LEAL
Brasil
bilateral de investimento verde Alavancar investimentos em novas tecnologias verdes, subsidiar indústrias limpas e energia renováveis
LAÍS

Amazon investe na criação de plástico

de restos de comida

Luna Yu fundou a Genecis para combater a produção anual de toneladas com o uso de combustíveis fósseis

Hoje, plásticos tradicionais são originários de petróleo e são grandes poluidores. A ONU estima que aproximadamente 400 milhões de toneladas de plásticos são produzidas todos os anos com o uso de combustíveis fósseis. Dessa quantidade, menos de 10% é reciclado e mais da metade acaba em aterros sanitários, segundo a American Chemical Society. Plásticos biodegradáveis, por outro lado, são feitos de produtos renováveis como carboidratos, amidos, gorduras e óleos vegetais, bactérias e outras substâncias. Essa é uma das muitas razões pelas quais Luna Yu, fundadora e c EO da Genecis, começou sua empresa em 2017. Yu teve a ideia da Genecis enquanto estudava para ser uma cientista ambiental – sua decisão de trabalhar em tecnologias sustentáveis foi influenciada pela liderança de outras mulheres no ramo.

Luna Yu, que fundou a Genecis com 21 anos, e sua equipe estão usando bactérias especializadas para transformar restos orgânicos, como restos de alimentos, em bioplásticos. Esse material pode ser usado para criar uma grande variedade de produtos e embalagens –como embalagens de comidas, roupas, equipamentos médicos e de outras mercadorias – que hoje são feitas com plásticos tradicionais e não com plásticos biodegradáveis, ja que plásticos tradicionais são grandes poluidores.

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MARINA MOREIRA

“Mesmo que em uma es cala menor, estamos tentando resolver as questões de desperdício de comida e poluição por plástico com uma solução de economia circular: plástico biodegradável feito de restos orgânicos”, diz Yu. Esse é um polímero gerado naturalmente e que pode ser encontrado em células de bactérias que fermentam. Diferente de outros produtores de bioplásticos que usam restos de alimentos, usamos fluxos de resíduos orgânicos para criar uma escala de economia circular.”

Yu é a primeira cEO a receber investimento através da Female Founder Initiative, parte do programa Climate Pledge Fund da Amazon, que investe em empresas de tecnologias que inovam para combater o aquecimento global. Como parte da iniciativa, a gigante de tecnologia planeja investir US$ 50 milhões em companhias de tecnologia sustentável fundadas e comandadas por empreendedoras. O objetivo é combater a igualdade de investimento existente no ramo de tecnologia – mulheres recebem menos de 3% de todo o investimento de venture capital.

Empreendedorismo feminina contra as mudanças climáticas. “Se quisermos combater as mudanças climáticas em escala global, mulheres como a una Yu precisam de recursos para construir seus negócios”, diz Phoebe Wang,

Amazon. “Investindo em mais compa Temos que encontrar novos materiais

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MARINA MOREIRA

Os negócios no impacto positivo da sustentabilidade

O destaque do percentual de empresários brasileiros que participaram de estudo da Grant Thornton

Uma pesquisa global realizada pela consultoria Grant Thornton mostra os empresários brasileiros como os que mais acreditam no impacto positivo da sustentabilidade nos negócios. 70,8% dos entrevistados disseram achar que a sustentabilidade terá um impacto financeiro líquido positivo em seus negócios, enquanto globalmente esse índice ficou em 47,6% dos investidores.

Para mais de 60%, a conformidade com leis, regulamentos e requisitos de relatórios é o principal benefício da sustentabilidade, seguido de melhor eficiência operacional e redução de custos (51,6%) e reputação corporativa / melhores relações com as partes interessadas (49,2%). Para os empresários dos outros países, a melhoria da eficiência operacional e redução de custos é o benefício mais importante (47,2%). Atender às expectativas dos clientes vem imediatamente depois (45,3%).

Globalmente, a maioria concorda que o sucesso financeiro e a sustentabilidade são igualmente importantes para os negócios. Esta foi a resposta de 56,4% dos brasileiros e, na média, de 43,3% dos participantes da pesquisa. Os empresários afirmaram levar em consideração aspectos da sustentabilidade em áreas como desenvolvimento de novos produtos e serviços, para atender à demanda do mercado (52,4% Brasil

Nova Fase
Mercado Positivo {D LUIS FELIPE FORMAGE

e 43,5% global), estratégia de negócios (45,2% Brasil e 47% global) e gerencia mento da reputação da empresa (46% Brasil e 38,2% global).

A pesquisa também abordou ques tões ambientais, como as emissões de gases de efeito estufa, tema no qual 76,4% dos entrevistados afirmaram medir sua progressão e seu impacto, nas empresas brasileiras. Essa preocu pação é 15 pontos percentuais maior no Brasil se comparada com a média dos outros países (61,9%). Com relação a questões sociais, como diversidade de gênero, taxa de absenteísmo (ausência não programada) e taxa de lesões, o Brasil também aparece na frente, com 80,4% contra 69,7% da média global de atenção e controle desses temas.

A governança, considerando riscos ambientais e sociais integrados às metas não financeiras da empresa, também aparece com destaque na tomada de decisão. No Brasil, 79,2% disseram man ter esse controle, índice pouco acima do registrado globalmente, de 70,9%.

Os empresários brasileiros estão otimistas com a evolução da sustenta bilidade nas empresas no próximo ano: 79,1% esperam um melhor desempe nho de suas companhias em impacto ambiental, 78,1% acreditam que terão melhorias nas questões sociais e 66,2% esperam melhor desempenho.

regulamentação e a burocracia na

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LUIS FELIPE FORMAGE

Uma nova economia global para um mundo resiliente

A ação climática estagnou em várias partes do mundo, mostrando que estamos falhando. As taxas de desmatamento no Brasil aumentaram: conforme o MapBiomas – iniciativa criada pelo Observatório do Clima para mapear a cobertura e uso do solo do Brasil e monitorar as mudanças do uso da terra – entre 1985 e 2021, 13,1% de toda a vegetação nativa foi eliminada. Com a guerra na Ucrânia, a Alemanha reativou usinas de energia com base em carvão; o governo dos Estados Unidos está explorando o novo petróleo offshore e investidores argumentam que o net zero não é de sua responsabilidade. Para resistir a crises sem despriorizar agendas como as de desmatamento e transição energética, temos de mudar nosso modelo econômico e o funcionamento dos mercados, nos questionando se o sistema atual ainda faz sentido. Aparentemente não, já que prioriza o lucro de um único stakeholder – no caso, os acionistas – em detrimento de todos os demais, incluindo a natureza. Nossa versão do capitalismo nem é sustentável, nem proporciona um progresso em direção ao net zero e à natureza resiliente.

O problema é que nossa economia considera a natureza – um bem comum global – um recurso livre e ilimitado. O cálculo do Produto Interno Bruto brasileiro, por exemplo, exclui o custo ambiental de bens e serviços, o que faz pouco sentido, pois todas as atividades humanas dependem da natureza. E, no entanto, a indústria não a vê dessa forma, tanto que nenhum grande produtor de petróleo e gás se comprometeu a encerrar a exploração.

Não podemos cumprir o Acordo de Paris usando velhas fórmulas. Como colocar o clima como a primeira e mais importante agenda, salvaguardando-o das novas dinâmicas geopolíticas? Quando incorporaremos as externalidades negativas – que significa o quanto empresas custam para a sociedade – como os custos do carbono? Como a tributação do carbono pode apoiar a equidade na ação climática?

Um estudo recente feito pela gestora de ativos holandesa, Kempen Capital Management mostra que uma taxa de carbono de US$ 150 aplicada às emissões de todas as empresas listadas geraria uma queda de 41% nos preços das ações, corroendo valores de acionistas e trazendo resistência da indústria ante à medida.

Investidores precisam de uma nova forma de medir seu desempenho, uma vez que a atual não é suficiente, pois o retorno financeiro não inclui valor intangível como benefícios para a sociedade e natureza. Para o Retorno do Patrimônio Líquido tradicional devemos somar o Retorno sobre o Impacto, que mede o impacto que as empresas têm na sociedade e na natureza.

Um sistema econômico que gera sistemicamente riqueza desigual e queda do poder de compra de gerações futuras não é o ideal. Hoje, se encaixarmos a sustentabilidade nesse processo, continuaremos a arruinar a riqueza natural de nosso planeta, da qual dependemos para a prosperidade futura.

Os mercados dependem de sinais claros sobre o custo das externalidades negativas para precificar os ativos considerando seu verdadeiro valor. Só assim, o investimento fluirá para financiar empresas sustentáveis. A transformação é possível. Por meio de novos padrões de sustentabilidade, a União Europeia (UE) fará com que as companhias relatem não apenas seus riscos, mas como seu modelo de negócios afeta nosso planeta e nossa sociedade. Esta abordagem pioneira, e necessária, impactará empreendimentos brasileiros com negócios em países da UE

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O Acordo de Paris só será cumprido se os setores públicos e privados se comprometerem
Coluna Assinada
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Diretor global de produtos de dados do cDP (antigo Carbon Disclosure Project). Também, é membro do conselho consultivo do índice Low Carbon.

Os efeitos da Resolução CVM 175 no avanço da agenda ESG

A resolução, aguardada desde 2019, deve vigorar a partir de abril de 2023

No dia 23 de dezembro, a Comissão de Valores Mobiliários (cVM) publicou a Resolução nº 175, novo marco regulatório do setor, que substitui a Instrução 555 e outras normas que regulamentam os fundos de investimento. A resolução, aguardada desde 2019, deve vigorar a partir de abril de 2023. Ela discorre sobre a constituição, o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento, entre outros aspectos, e foi muito aguardada pelo mercado já que, para a sua publicação, a cVM fez duas consultas públicas, tendo recebido, de acordo com a autarquia, 92 manifestações do público nessa última oportunidade.

O projeto resultou na revogação de 38 normas e suas alterações são consideradas importantes para o avanço do mercado sob diversos ângulos, inclusive o da agenda ESG no Brasil, que corresponde aos aspectos de meio ambiente, sociais e de governança corporativa dos investimentos.

Em uma análise geral, sob esse aspecto, o que se observa é que a Resolução nº 175 ainda estabelece poucas diretrizes para a definição dos critérios ESG, mas se preocupou em endereçar uma das principais preocupações do mercado de investimentos responsáveis: o da falta de uma taxonomia clara e comum em relação ao que se classifica ser um fundo de investimentos ESG, que é um dos maiores desafios contemporâneos para integração ESG à estratégia de negócios.

Nesse sentido, há dois artigos na nova resolução que tratam especificamente sobre esse tema: o Art. 49, da Seção II, que trata sobre Regulamento e o Art. 60, da Seção III, sobre o Material de Divulgação. Ambos os artigos parecem ter o objetivo de diminuir o “greenwashing” praticado pelos gestores de recursos das empresas.

De acordo com o Art. 49, ao invés de qualquer fundo que acredite estar aderente aos critérios ESG estabelecer denominação que faça alusão às questões de finanças sustentáveis, como “ESG”, “ASG”, “ambiental”, “verde”, “social”, “sustentável”

ou quaisquer outros termos correlatos, o fundo deve discriminar as seguintes características:

Quais os benefícios ambientais, sociais ou de governança esperados e, ainda, como a política de investimento de cada um deles deve originá estes benefícios;

Quais metodologias, princípios ou diretrizes são seguidas para a qualificação do fundo ou da classe, conforme sua denominação, buscando, através de referências, validar os benefícios indicados pela empresa;

Qual a entidade responsável por certificar ou emitir parecer de segunda opinião sobre a qualificação, se houver, bem como informações sobre a sua independência em relação ao fundo;

Especificação sobre a forma, o conteúdo e a periodicidade de divulgação de relatório sobre os resultados ambientais, sociais e de governança alcançados de acordo com a aplicação da política de investimento do período, assim como a identificação do agente responsável pela elaboração do relatório.

Outro aspecto interessante do Art. 49 é que ele determina que, para ser denominado um fundo de investimento “verde”, “ESG”, entre outros termos associados a finanças sustentáveis, não basta que o fundo selecione ativos que apenas cumpram o check list de critérios ESG. Este deve, por outro lado, buscar investir em ativos que originem benefícios socioambientais e estes alegados benefícios devem ser atestados por terceiros qualificados e independentes, em uma espécie de relatório de sustentabilidade que avalie o impacto das suas carteiras de investimentos um dos maiores desafios contemporâneos para integração ESG à

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estratégia de negócios.
Coluna Assinada
Palandi Medeiros Pacheco Laura Moreira
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Mariana Palandi Medeiros Pacheco Mestre em Administração de Empresas pelo Insper e Bacharel em Ciências Econômicas pela PUc-SP. estudar e pesquisar temas relacionados à agenda ESG

A carne de laboratótio é um produto disruptivo?

Como o investimento nesse setor impacta na percepção sobre produtos artificiais

O mundo recebeu o anúncio da carne à base de plantas e da carne de laboratório como a solução disruptiva para a sua salvação. Investiram-se bilhões de dólares, inclusive com artistas e grandes empresários, por exemplo, promovendo o produto.

A Impossible Foods arrecadou US$ 183 milhões, sem antes ter vendido um único hambúrguer.

Hoje, passada a euforia, o que se vê é um choque de realidade e a capitalização dessas empresas, com números bem mais baixos entre as grandes empresas que desenvolveram suas linhas, não conseguiram mantê-las pela falta de demanda, desabando de vez com a pandemia.

E quais são os benefícios para a saúde dessa carne artificial, feita em laboratório? A população se questionou muito a respeito disso. No lugar de milagres, vamos acreditar em formas corretas de produção. Para a carne alternativa imaginava-se que ela cresceria da mesma forma do “leite que não é de vaca”, mas de soja ou arroz.

A diferença é que o leite passa por uma questão de saúde, que é intolerância, e não apenas uma questão ideológica.

Vegetarianos e veganos, por sua filosofia de vida, preferem um alimento à base de plantas, porém naturais e preparados por eles mesmos, e não esperam comer produtos que emite o gosto da carne. E entre os comedores de carne, no qual se esperava uma migração, o terrorismo de informação não convenceu por muito tempo.

Agora, se todos esses bilhões de dólares fossem investidos em alternativas naturais e de equilíbrio que envolvam a produção, conscientização, pesquisa, incentivo em núcleos que produzem com respeito e sustentabilidade, esse caminho não seria o mais correto para a humanidade? Combater o desperdício e conscientizar sobre o consumo consciente é uma alternativa muito mais sustentável. Mais do que produtos mágicos, nossa geração precisa de mudanças de hábitos ao encarar um prato de comida.

O entusiasmo inicial em torno da carne à base de plantas e da carne de laboratório como soluções salvadoras para o mundo diminuiu à medida que a realidade se impôs.

Quanto aos benefícios para a saúde dessa carne artificial produzida em laboratório, a população levantou questionamentos. Em vez de acreditar em soluções milagrosas, é necessário valorizar métodos de produção corretos. Para as carnes alternativas, imaginava-se que elas teriam um crescimento similar ao do "leite que não é de vaca", feito de soja ou arroz. No entanto, há uma diferença crucial: o leite aborda uma questão de saúde, como a intolerância, e não apenas uma questão ideológica. Vegetarianos e veganos, por adotarem uma filosofia de vida específica, preferem alimentos à base de plantas, mas naturais e preparados por eles mesmos, em vez de consumir produtos que imitam o sabor da carne. Quanto aos consumidores de carne, nos quais se esperava uma transição, o bombardeio de informações não foi convincente.

Considerando os bilhões de dólares investidos, não seria mais sensato direcionar esses recursos para alternativas naturais e equilibradas que envolvam produção, conscientização, pesquisa e incentivos a núcleos que produzem de forma sustentável e responsável? Combater o desperdício e conscientizar sobre o consumo responsável se mostra uma opção muito mais sustentável. Mais do que produtos mágicos, nossa geração precisa de mudanças de hábitos ao encarar um prato de comida. Essas mudanças podem ter um impacto significativo na preservação do meio ambiente e na saúde das pessoas, promovendo um futuro mais sustentável para todos.

Perez

e entusiasta das práticas do bem animal na sua produção. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA).

102 Negócios Sustentabilidade Futuro Nova Fase
Coluna Assinada
Carmen Pecuarista
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Descarbonização global: um desafio viável

A redução do aquecimento global só será atingida se houver descarbonização da indústria

Acreditava-se que era tecnicamente inviável cortar essas emissões, mas a evolução econômica e os avanços tecnológicos mostram que pode ser possível. A introdução de metas mais claras de emissões, como já começa a acontecer na Europa, o aumento do preço de carbono e a maior disponibilidade dos consumidores a pagar mais por produtos verdes reduzem a desvantagem de custo dos novos processos produtivos com baixa emissão de carbono. Já existem inúmeros projetos que comercializam tecnologia de redução de emissão de carbono na indústria de base e começa a ser possível vislumbrar os caminhos que permitirão às empresas atingir a meta de carbono neutro em 2050.

A indústria de aço é uma das que está mais avançada nessa agenda, com um mix de alternativas de tecnologias apropriadas a diferentes geografias. A h2Green Stell (h2gs), uma startup europeia, está implementando um projeto de €4 bilhões na Suécia, que combina tecnologias comprovadas em larga escala. Está construindo uma das maiores unidades mundiais de eletrólise para produção de hidrogênio verde, que será bombeado num reator para alimentar um processo chamado de redução direta, que dispensa o uso de carvão na produção de aço. Existem vários outros projetos para descarbonizar a produção primária de aço, envolvendo captura seguida de estocagem de dióxido de carbono ou sequestro das emissões residuais por abatedouros como florestas.

A indústria cimenteira aposta em tecnologias como substituição de combustível fóssil por biomassa ou outras formas de eletricidade verde no aquecimento de calcário para produção de cimento, captura e estocagem de gás carbônico e desenvolvimento de novos tipos de cimento de baixo carbono, alguns a partir de economia circular. A indústria química enfrenta maiores dificuldades, pois uma boa parte de seus produtos é derivada de hidrocarboneto. Em 2021, a Dow Química anunciou um plano de transformar o complexo de etileno

de Alberta, Canadá, em carbono zero. Esse projeto envolve eletrólise dos gases emitidos no craqueamento para geração de hidrogênio, que servirá de energia para toda a unidade, e a captura e estocagem do gás carbônico. Essa transição reduzirá em 20% as emissões de carbono escopos 1 e 2 da Dow até 2030. Há também investimentos em reciclagem de plástico para produção secundária e desenvolvimento de plástico verde, feito de subprodutos agrícolas ao invés de petróleo. Em outros setores, existem iniciativas para desenvolvimento de combustível de baixo carbono para aviação, transformação de poços inativos de petróleo em unidades de armazenagem do carbono capturado e conversão de plataformas de produção de petróleo em operações de turbinas eólicas marítimas. Entretanto, ainda existe grande dificuldade em gerar projetos de descarbonização em larga escala. Será necessário um investimento volumoso no desenvolvimento de infraestrutura. O custo da produção verde atualmente é muito alto se comparado com a tradicional – por exemplo, no caso do aço verde. Cadeias de valor inteiras terão que ser transformadas. A colaboração entre empresas, universidades e unidades de fomento são essenciais para desenvolvimento de tecnologia. Governos precisam fomentar e regular a construção da infraestrutura, de limites de emissões e comércio dos créditos de carbono. Consumidores precisam valorizar soluções mais verdes e penalizar grandes emissores que não estão fazendo a transição, assim como bancos e investidores institucionais aumentar o volume de financiamento de modelos sustentáveis. Soluções que combinam capital concessional e privado.

104 Negócios Sustentabilidade Futuro Nova Fase
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Andrea Professora do Insper. Leciona e pesquisa ativos alternativos e finanças sustentáveis. Em 2018, contribuiu com a indústria de Private Equity no Brasil.

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