#44 | jul. ago. set. 2022
REVISTA RUMINANTES
o mercado já encontrou alternativas, em particular para o milho, e os preços nos portos portugueses passaram do pico de março, acima dos 400€/ tm, para uns mais razoáveis 330€ para agosto. Convém não esquecer que a 23 de fevereiro os preços estavam nos 280€ em Lisboa. Assim, e com o novo equilíbrio estabelecido, a questão é encontrar, dentro da abundância de milho brasileiro (Safrinha), milho com os limites maximos de resíduos aprovados na UE. Uma vez que as alternativas ao milho brasileiro são mais caras, como é o caso do milho dos States, cerca de 35€ mais que o brasileiro. Em relação ao trigo e cevada, infelizmente a Espanha teve uma colheita pequena, pelo que não devemos ter preços muito agressivos de cevada espanhola, como tradicionalmente tínhamos sobre estas datas. CONCLUSÃO Viemos de dois anos com perdas grandes de colheitas, que conduziram a stock finais muito baixos, donde qualquer problema em julho/agosto no hemisfério norte, vai conduzir a uma situação explosiva dos preços de cereais e soja. Para recordar os mais novos do que é viver com inflação, não podemos tomar uma decisão de compra com base nos preços atuais, se são altos ou baixos, mas sim na anáise dos stocks finais e na perspetiva de estes terem tendência a aumentar ou de continuarem baixos. Também temos que ter em conta que, descontada a inflação, em termos reais os preços dos cereais e das oleaginosas estão longe do pico de 20082014 (também é verdade, em termos nominais de 2008-2011). Assim, por prudência, há que ir aproveitando as pequenas correcções que haja no preço e ir comprando pelo menos para os próximos 3-4 meses. Termino com um abraço solidário ao povo ucraniano.
NOTÍCIAS | BOVINOS DE LEITE
INVESTIGAÇÃO LEITEIRA O QUE HÁ DE NOVO? NESTA RUBRICA APRESENTAMOS RESUMOS DOS TRABALHOS MAIS RECENTES PUBLICADOS NO JOURNAL OF DAIRY SCIENCE. Traduzido e adaptado por Pedro Nogueira, Engº zootécnico, Trouw Nutrition/Shur-Gain, e-mail: Pedro.Nogueira@trouwnutritioncom | Foto @adrianciurea69
“EFEITOS DO FORNECIMENTO LIMITADO DE FÓSFORO NA DIETA, DURANTE O PERÍODO SECO, NA PRODUTIVIDADE E METABOLISMO DE VACAS LEITEIRAS” Journal of Dairy Science Vol. 105 nº 5, 2022.
Neste artigo, investigadores alemães estudaram os níveis de fósforo (P) em dietas de vacas secas. O fósforo na nutrição bovina está sob escrutínio contínuo devido a preocupações com quantidades excessivas de P excretado no estrume, contribuindo para a poluição ambiental. No entanto, é indicado no artigo que o fornecimento de dietas com teor excessivo de P continua a ser uma prática comum, particularmente durante o período de transição, pois acredita-se que uma limitação em P no final da gestação e início da lactação, apresenta um risco 080
para a saúde e produtividade das vacas de alta produção. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito de uma dieta limitada nos níveis de P durante as últimas 4 semanas de gestação. A homeostase de cálcio e fósforo durante o período de transição em vacas leiteiras de alta produção e os seus possíveis efeitos no metabolismo e na produtividade ao longo da lactação seguinte foram investigados. Para isso, os autores utilizaram trinta vacas leiteiras multíparas no final da gestação. Foi distribuída às vacas uma dieta de vaca seca com um baixo (BP) ou um conteúdo adequado em P (AP) [0,16 e 0,30% P na matéria seca (MS), respetivamente] nas últimas 4 semanas antes do parto. Após o parto todas as vacas receberam a mesma ração com teor adequado em P (0,46% P na MS). Os autores fornecem algum contexto relativamente à oportunidade deste estudo, dizendo que o fósforo na nutrição de ruminantes tem recebido maior atenção