SUMÁRIO EXECUTIVO Mesmo antes da crise da Covid-19, o desenvolvimento social e econômico que o Brasil alcançou, nas últimas décadas, havia estagnado e retrocedido. Nesse contexto, a pandemia aprofundou a recessão econômica e atingiu com mais força os menos capazes de lidar com a crise, exacerbando as desigualdades que ainda colocam o Brasil entre os países mais desiguais em todo o mundo (ver Capítulo 1). A Educação, que é o tema deste relatório, exerceu um papel importante no progresso brasileiro e tem grande potencial para auxiliar na recuperação do País. Com base na ampla gama de dados disponíveis e na experiência da OCDE e de países comparáveis, este relatório examina os desafios enfrentados pelo Brasil para elevar a qualidade e a equidade da Educação e, ao mesmo tempo, atender às demandas imediatas da crise da Covid-19.
O atendimento educacional aumentou, mas, além de ainda estar longe de atingir os níveis da OCDE, significativas disparidades permanecem Nas últimas décadas, o Brasil aumentou,
drasticamente, o atendimento educacional a crianças e jovens, diminuindo a diferença para países de alto desempenho, ao menos em alguns aspectos. A Educação Infantil (EI) foi ampliada, a taxa de matrícula nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental é quase universal e cerca de 80% dos adolescentes cursam os Anos Finais do Ensino Fundamental (ver Capítulo 2), sendo que bem mais da metade agora avança para o Ensino Médio. A oferta no Ensino Superior também cresceu e o acesso para os mais vulneráveis foi elevado. Apesar dos importantes avanços, o nível de escolaridade e a taxa de atendimento ainda estão abaixo da média da OCDE. Além disso, os indivíduos mais vulneráveis enfrentam barreiras tanto de acesso como de permanência no sistema educacional. Assim, os níveis de escolaridade e o atendimento na Educação variam significativamente entre a população brasileira. Embora a situação socioeconômica e as diferenças regionais sejam fatores que influenciam em todos os sistemas, seus impactos são mais fortes no Brasil do que em muitos países comparáveis. Além disso, uma grande proporção de jovens não
A EDUCAÇÃO NO BRASIL: UMA PERSPECTIVA INTERNACIONAL
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