................................................................................... PROCAD PUCRS - UFC
O LUGAR DA ESTÉTICA NO PENSAMENTO DE IMMANUEL KANT Roberta Liana Damasceno Costa1 Resumo: O presente texto tem como propósito examinar na obra Crítica da Faculdade do Juízo de Immanuel Kant, o lugar ocupado em suas análises sobre os conceitos de beleza ou belo, a definição sobre arte e o papel do gênio como o produtor da arte bela. Dentro deste empreendimento analítico kantiano, torna-se evidente a diferença existente feita pelo filósofo entre os juízos estéticos (juízo de gosto) e os juízos do conhecimento, para, então, compreender que a emissão de juízo estético se dá apenas pelo conhecimento racional, cujos juízos emitem conceitos que possuem validez geral e por se basearem em propriedades do objeto, mas por um conhecimento cuja característica se dá pelo conhecimento afirmado por uma reflexão estética sobre o belo da natureza, ou seja, que não está pautado sobre juízos lógicos do conhecimento, mas sobre juízos de gosto que decorrem de uma simples reação pessoal do contemplador diante do objeto, e não de propriedades deste. Será notável verificar que o projeto filosófico kantiano traz a reflexão sobre estética como uma via possível, não só para o conhecimento, pois sua pretensão de descolocar o centro da existência da beleza ou belo do objeto para o sujeito vai além como sendo uma possibilidade de efetivação de uma vida melhor. Palavras-chave: estética, juízo de gosto, belo, arte bela e gênio. Introdução2 A definição sobre o conceito de Estética se torna uma tarefa difícil porque sempre existiu uma diversidade de opiniões entre os teóricos sobre o conceito. Não é raro vermos o seu significado ou o termo empregado com diferentes sentidos na Filosofia. Nossa intenção é examinar a definição kantiana de arte, aproximando da elaboração, não de uma ciência do belo como desejaria que a estética fosse para Baumgarten, mas colocar a reflexão 1
Bolsista CAPES 2010.02. E-mail: robertadamasceno@msn.com Mestranda do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Ceará - UFC. Bolsista da Fundação Cearense de Pesquisa - FUNCEPE. 2 A introdução deste artigo está baseada nas reflexões feitas durante a exposição das primeiras aulas do curso Tópicos Especiais em Estética no mestrado de Filosofia – UFC semestre 2010.01, ministrado pelo prof. Fernando Barros cujo tema: Palavra, som e imagem: a arte e os seus meios, e como proposta, compreender dentro da história da filosofia os movimentos que constituíram as argumentações sobre o que é definido por arte.
167