SUJEITO E LIBERDADE NA FILOSOFIA MODERNA ALEMÃ......................................
O LUGAR DA PSICOLOGIA NO ESPÍRITO SUBJETIVO Maria Ivonilda da Silva Martins1 1. Introdução A terceira e última seção do Espírito Subjetivo, que corresponde à primeira parte da obra Enciclopédia das Ciências Filosóficas – O espírito, constitui o que Hegel considera a Psicologia, que é o momento em que o espírito deixou para trás como suprassumidos dois momentos: 1) o primeiro, que pode ser entendido como imediato ou alma e que coloca-se como objeto da Antropologia; e 2) o segundo, o mediatizado, que estabelece uma reflexão sobre si e sobre o Outro, isto é, enquanto consciência e coloca-se, portanto, como objeto da Fenomenologia do Espírito. Na Psicologia, encontramos o espírito e a relação com suas próprias produções, isto porque interessa à Psicologia o desenvolvimento do espírito enquanto determinando-se a si mesmo. 2. A Psicologia em Hegel O espírito, na Psicologia, corresponde ao saber da verdade da alma, tratada na Antropologia, e da consciência, objeto da Fenomenologia – ou seja, daquela totalidade imediata, não específica, simplesmente posta, e, deste saber que agora não se deixa limitar pelo conteúdo, pois porta-se agora como consciência, saber da totalidade substancial, nem subjetiva nem objetiva. Entretanto, o saber dessa verdade é ainda abstrato, pois a identidade entre subjetivo e objetivo é ainda formal – ou seja, essa certeza não sofreu ainda uma verificação, de modo que essa identidade ainda não foi posta como efetiva, uma vez que ela não é ainda uma totalidade diferenciada em si como determinada. Para que isso aconteça, há que sempre ter em mente o seguinte raciocínio: para Hegel, o espírito necessita se submeter ao processo de autoefetivação do seu conceito, porque a sua verdade não corresponde à imediatez, pois, enquanto imediato, o espírito ainda não atingiu a verdade de que aquilo que está presente nele de forma imediata é algo posto por ele, isto é, produção dele. Como Hegel coloca no § 379 da Enciclopédia: “só pelo conhecimento dessa sua natureza [é que] a ciência do espírito é igualmente verdadeira, viva, orgânica” (HEGEL, 1995, p. 13).
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Bolsista CAPES 2011.01. E-mail: maria_ivonilda@yahoo.com Mestranda em Filosofia pela UFC.
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