Sujeito e Liberdade na Filosofia Moderna Alemã

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SUJEITO E LIBERDADE NA FILOSOFIA MODERNA ALEMÃ......................................

CORPORALIDADE E SEXUALIDADE: A BIOSFERA AUTÊNTICA DO CENÁRIO DA VIDA EM LUDWIG FEUERBACH Jose Luiz Silva da Costa1 Introdução Este artigo pretende mostrar a análise de Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872) acerca da corporalidade e da sexualidade como critérios fundamentais da vida humana no tempo presente, promovendo uma sagaz crítica à religião cristã, que, em seu entendimento, anulou o corpo e o sexo da realidade humana, caracterizando-as como condição negativa e pecaminosa. Feuerbach não escreveu seus textos de maneira sistemática, ele desenvolveu várias ideias por meio de aforismos e dissertações sobre temas específicos, e seus textos incluem a crítica à filosofia especulativa, a análise da teologia, reflexões sobre a religião, suas teses sobre o homem; além de temas como a razão, a sensibilidade e a volição humana, a intersubjetividade, etc. O que nos interessa, neste trabalho, é o seu conceito de corporalidade e sexualidade, e a fundamentação de tal conceito advindo de sua voraz crítica à religião na obra A Essência do Cristianismo; portanto, uma refundamentação dos alicerces destas categorias que são vitais para o homem. E a fonte de onde se pode identificar seu resgate dos conceitos aqui estudados, está presente em sua tese fundamental que ficou conhecida, de forma célebre, como seu ateísmo antropológico. Partiremos, então, do desenvolvimento da relação entre o homem e a religião para compreendermos como esta criou suas teses de pecado e salvação, invalidando o corpo e o sexo humanos. E, de forma posterior, mostraremos a revitalização promovida por Feuerbach do corpo e da sexualidade humanas como sendo os biomas reais de atuação e a parição do homem vivo, concreto e real. Homem e Religião: a descoberta da essencialidade antropológica no desvelamento das categorias religiosas A religião é o que deixa o homem cindido, quebrado. Isto se dá quando a religião é vista como diferente deste. É na separação do homem com sua essência que surgiu tal cisão, na objetivação do que há de melhor no homem para um Ser exterior; desta maneira, este ficou à mercê da sorte, sem uma essência clara e definida. 1

Bolsista CAPES 2012.02. E-mail: luizcostasilva@hotmail.com Mestrando em Filosofia pelo PPG em Filosofia da Universidade Federal do Ceará. Bolsista Capes.

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