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SUJEITO E LINGUAGEM – KIERKEGAARD LEITOR DE HAMANN Franklin Roosevelt Martins de Castro1 Resumo: A reflexão em torno da Linguagem é um tema pressuposto nos texto de Sören Kierkegaard, sobretudo no que se refere à categoria do indivíduo. Para o pensador dinamarquês o tornar-se indivíduo é marcado pela sua condição existencial, portanto situada em sua condição histórica e contingencial. Neste sentido, a leitura da Metacrítica da Razão Pura de Hamann é um texto definidor tanto do estilo fragmentário e irônico de Kierkegaard, como na pertinência da crítica à concepção de razão independente da História e da Linguagem. Desse modo, pensar a categoria de sujeito exige problematizar o indivíduo concreto na sua dimensão de falante, ou pelo menos, articulador de discursos e perspectivas. Palavras-chave: sujeito, linguagem, razão. De um modo geral, os escritos de Kierkegaard são marcados quanto à forma por um estilo fragmentário e polifônico sob a égide da ironia. Tal escolha formal não lhe é exclusiva, mas torna clara a sua opção discursiva no campo da Filosofia. Portanto, o pensador dinamarquês não só leva a contento a profundidade dos temas e conteúdos refletidos, mas em igual escala o modo como estes conteúdos são apresentados. Neste sentido, forma e conteúdo constituem um par dialético quanto à exposição do discurso kierkegaardiano. E assim não podemos esquecer-nos dos pressupostos ou aproximações que Kierkegaard fez com outros pensadores, e neste caso, especialmente com Johann Georg Hamann2. Este excêntrico pensador desenvolve uma reflexão profunda e polêmica sobre a compreensão da linguagem, o humor, a ironia e a História. Em outras palavras, o mago do norte, aponta para o nosso pensador dinamarquês uma
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Bolsista CAPES 2008.02. E-mail: fknroosevelt@hotmail.com Graduado em Letras pela UFC; Mestre em Filosofia da Linguagem pela UFC; Professor no Departamento de Estudos Especializados/ Faculdade de Educação - UFC. 2 Johann Georg Hamann (1730-1788) nasceu na Prússia, foi contemporâneo de Kant, Herder e Jacobi, participando das discussões e questões da sua época. Dentre as suas principais questões estão as suas críticas ao Iluminismo e suas reflexões em torno da natureza da linguagem. Seus livros mais relevantes – Aestetica in nuce e Metacrítica sobre o purismo da razão.
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