Sujeito e Liberdade na Filosofia Moderna Alemã

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HANNAH ARENDT EM DIÁLOGO COM KANT: O MAL É RADICAL OU BANAL? Elivanda de Oliveira Silva1 Introdução Este artigo tem como objetivo refletir sobre o conceito de mal a partir das contribuições filosóficas de dois grandes pensadores: Immanuel Kant e Hannah Arendt. Segundo Kant, o mal deve ser compreendido como uma propensão natural do homem em atender seus apetites ou um desrespeito à lei moral, que deixa de ser tomada para si como um dever. Em Hannah Arendt, a chave de compreensão sobre o mal deve ser pensada a partir da reflexão do Totalitarismo, e do que a autora denomina de vazio de pensamento. Partindo desse quadro teórico, duas inquietações norteiam o presente artigo: Em que sentido podemos dizer que o mal se enraíza na natureza humana? Como explicar, levando em consideração o ponto de vista de Arendt, que o mal é banal? Kant: o conceito de mal radical O conceito de mal radical, tal como Kant o concebe na obra A religião nos limites da simples razão, está relacionado ao problema da liberdade e, particularmente, ao que ele julga ser uma predisposição natural do homem a inclinar-se e ceder a seus apetites. Nas suas considerações sobre a moral ou uma religião moral, aparece a análise de um mal inerente à natureza humana. Quando Kant afirma que há uma disposição natural para o mal no homem, ele está se referindo ao fato de que, para o uso de sua liberdade, o homem admite uma máxima fornecida a si mesmo pelo arbítrio. Entretanto, a qualidade boa ou má adotada será determinada por um princípio insondável e universal. É nessa perspectiva que, em Kant, deve-se falar em raiz, em radicalidade e não em superficialidade e banalização do mal. Nesta esteira argumentativa, Odilio Aguiar salienta: Da capacidade humana para a liberdade emerge a potência para a positivação do mal: o mal radical. Esse mal foi considerado radical porque ele não é explicável a partir da maldade. De alguma forma ele nasce e atinge a essência mesmo do homem: a liberdade espiritual. O mal, assim, é positividade na medida em que implica resistência consciente ao bem. Essa tematização supera 1

Bolsista CAPES 2010.02. E-mail: elivandaos@gmail.com Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará – UFC.

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