Rio da Morte
REVISTA CENARIUM foi a primeira a visitar a região de conflito, o Rio Abacaxis, no AM; Procuradoria-Geral da República abre investigação Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
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ANAUS – Os conflitos envolvendo ribeirinhos, indígenas e policiais no Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte, no Amazonas, deixaram ao menos oito mortos em agosto deste ano e reflexos trágicos para a população da região. Dias após o incidente, a REVISTA CENARIUM foi a primeira a enviar uma equipe de reportagem ao local do incidente, para produzir uma série de reportagens que mostraram o trauma da violência. O caso ganhou repercussão nacional e a Procuradoria-Geral da
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República (PGR) criou, no início de novembro, uma força-tarefa para investigar os conflitos, o que deve gerar ecos sobre a possível violação de direitos. Para entidades ligadas aos direitos humanos e à proteção dos povos indígenas e comunidades tradicionais, a força-tarefa surge como uma notícia de esperança, pois irá reforçar a segurança no local e dar celeridade ao processo. Para Dione Torquatto, membro do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ao longo dos confrontos, houve uma
constatação clara de que houve a violação dos direitos humanos. “A força-tarefa chega como uma notícia de esperança, haja vista a complexidade do caso. É uma medida extremamente importante, porque mostra que o caso não vai ficar à mercê. Lembramos que a intenção principal da investigação é trazer a resolução e um esclarecimento para a sociedade. Para nós, há uma constatação clara de que houve a violação dos direitos humanos”, salientou Torquato.