#7 Newsletter ACES Espinho/Gaia - ACES de Campanha

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Cuidados Paliativos e COVID – o que mudou? Como tem sido divulgado nos media e nas redes sociais muito mudou na organização dos sistemas de saúde após o início da pandemia COVID19. Assim, pensámos em refletir sobre o que mudou para nós - Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos (CP) do ACeS Espinho-Gaia, sob o ponto de vista médico e de enfermagem. Desde logo, mudaram os critérios de visitação domiciliária. De modo a minimizar o risco de contágio, do utente/familiar/cuidador(es) e dos profissionais, tendo em consideração as recomendações do Colégio de Medicina Paliativa e o Plano de Contingência do ACeS Espinho-Gaia, as visitas ficaram restringidas aos doentes sintomaticamente instáveis e que necessitam de tratamento urgente, com a menor duração possível. A frequência de visitas domiciliárias diminuiu e com ela aumentou o risco de não dar continuidade ao trabalho realizado. A continuidades em CP é muito importante. Responderíamos nós com sinceridade a um médico/enfermeiro, que quase não conhecemos, sobre as razões para nos sentirmos angustiados? Contaríamos a nossa história de vida? Quem de nós contaria o que de mais íntimo o perturba ao fim de 15 minutos…? A forma como nos deslocamos também se alterou. É inegável a necessidade de equipamentos de proteção individual, mas os doentes nem veem a nossa face com os “escafandros que vestimos”. Colocamos nos nossos olhos a tarefa de chegarmos ao outro. Sorrindo, escutando, esperando… E o toque? O abraço? CP são muito mais do que “dar as mãos”, mas que diferença faz um aperto de uma mão a quem procura uma âncora, a quem procura expressarse com mais do que as palavras podem dizer. Um metro de distância parece um quilómetro…

Dália Santos Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do ACeS Espinho-Gaia dalia.santos@arsnorte.minsaude.pt

Marta Guedes Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do ACeS Espinho-Gaia

O domicílio é também um ambiente não controlado: como não nos preocuparmos com as visitas que os doentes recebem, em não tocar na mobília da casa, em não nos sentarmos, em não preparar medicação na casa dos doentes? Em CP trabalhamos em Equipa. Não é rara a sintonia e a divisão intuitiva de tarefas de modo a complementarmo-nos. Contudo, agora, idealmente, só deve entrar um Profissional na casa do doente... CP em tempo de COVID19 são também criatividade e superação. A fasquia para o SNS nunca esteve tão alta. O que é que cada um de nós pode fazer?

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