Sobre a crueldade de um certo Hasbrouck. Esse tinha uma escrava doente que fenecia com uma lenta tuberculose, a quem ele fazia fiar, desconsiderando sua fraqueza e seu sofrimento. Essa mulher tinha um filho incapaz de andar ou falar aos cinco anos de idade: nem podia chorar como as outras crianças, só emitia um gemido constante e lamentoso. Essa demonstração de desamparo e imbecilidade, em vez de despertar a pena do senhor, atiçou sua cupidez e o enfurecia tanto, que ele chutava a pobre criança de um lado para o outro como uma bola. A informante de Isabella havia visto esse homem bruto, quando a criança estava encolhida sob uma cadeira, divertindo-se inocentemente com alguns gravetos, o arrastar de lá só pelo prazer de atormentá-la. Ela o viu, com um chute, fazer rolar a criança pelo salão e pelos degraus da porta. Ah, como ela desejou que a criança morresse instantaneamente! “Mas”, ela disse, “parecia tão duro quanto uma cascavel.” Mesmo assim, ele logo morreu, dando descanso ao coração de seus amigos; e seu opressor, sem dúvida, regozijou-se com eles, mas por motivos muito diferentes. Mas o dia dele pagar por tudo não demorava: pois ele adoeceu e perdeu o juízo. Era medonho ouvir sua velha escrava contar como, nos dias da desgraça dele, ela o tratava. Ela era muito forte e, portanto, foi escolhida para dar apoio ao seu senhor quando ele erguia-se da cama, ao colocar os braços em torno dele, posicionando-se por trás. Era então que ela fazia de tudo para que a vingança caísse sobre ele: apertava o corpo fraco dele
129