de uma casa da família Ardinburgh para outra, muitas milhas distante. O cabelo dele estava branco como lã, ele estava quase cego, e seu passo era mais um rastejar que um andar, mas o clima estava quente e agradável, e ele não desgostou da jornada. Quando Isabella se dirigiu a ele, o pai reconheceu sua voz, e ficou extremamente feliz de vê-la. Ajudaram-lhe a montar a carroça, e ele foi levado de volta ao famoso porão de que falamos e lá eles mantiveram sua última conversa terrena. Novamente, como de costume, lamentou sua solidão: falou em tom de angústia sobre seus muitos filhos, dizendo: “todos foram tirados de mim! Agora não tenho ninguém para me dar um copo de água fresca. Por que devo continuar vivo e não morrer logo?” Isabella, cujo coração suspirava por seu pai, e que teria feito qualquer sacrifício para poder estar com ele e cuidar dele, tentou consolá-lo, dizendo que ouvira o povo branco dizer que todos os escravos no estado seriam libertados em dez anos e, então, ela viria e cuidaria dele.4 “Eu cuidaria tão bem de você quanto Mau-mau, se ela estivesse aqui”, continuou Isabella. “Ah, minha filha”, respondeu ele, “não posso viver por tanto tempo”. “Ah, papai, viva,
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Provavelmente um boato. No lento processo de abolição da escravatura no estado de Nova York, a primeira lei, de 1799, previa a emancipação dos escravos nascidos a partir daquela data, mas somente quando atingissem a idade adulta. Sojourner, por ter nascido antes, não foi beneficiada com essa perspectiva de liberdade.
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