#44 | jav. fev. mar. 2022
REVISTA RUMINANTES
ENTREVISTA A UM PRODUTOR DE BERRICHON DU CHER
NA DEFESA DA ATALAIA
PILAR ALEXANDRA ROSADO E NUNO ROSADO FORAM OS PRIMEIROS PRODUTORES EM PORTUGAL A ADQUIRIR UM REBANHO DE BERRICHON DU CHER. NA HERDADE QUE GEREM, EM VILA FERNANDO, CONCELHO DE ELVAS, JUNTARAM ÀS VACAS ALEITANTES EM MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO, A CRIAÇÃO DE OVELHAS DESTA RAÇA FRANCESA. Por RUMINANTES Fotos FG Como surgiu a ideia de trabalhar com esta raça? Já tínhamos alguns animais Suffolk, e procurávamos encontrar outra raça para o cruzamento industrial para vender borregos para carne, mas o valor do borrego há 5 anos não era o que é agora. Então, optámos por uma raça pura. Numa pesquisa para encontrar o animal que melhor se adaptava às nossas condições edafoclimáticas, e de que gostássemos, surgiu a Berrichon du Cher. Estivemos indecisos entre esta e a Romane, mas
somos apenas dois e a Romane tem um maneio mais exigente. Uma das razões pelas quais escolhemos Berrichon du Cher foi pelo ciclo ovárico contínuo, pois podemos escolher a época mais conveniente, a nosso ver, para ter os animais a parir. Quanto vale o negócio da genética comparativamente com o da carne? São negócios que não se podem comparar, uma vez que têm objetivos diferentes, ainda que sejam essenciais um 040
ao outro. Além disso, envolvem volumes de produção diferentes. Como caracterizam os vossos animais? Procuramos ter um leque grande de genética, isto porque queremos satisfazer as necessidades dos produtores. Temos, por um lado, animais com traços predominantemente cárnicos que seguem para cruzamentos industriais para produção de carne. E, por outro lado, animais com traços maternais