A liberdade inscrita nos sambas enredos cariocas (1943 a 2013)

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A Acadêmicos do Dendê com Dos filhos deste solo sou mãe gentil, muito prazer, pátria Brasil, 2000, faz alusões à “descoberta” do nosso país. “Terra à vista” é o aviso de chegada dos portugueses, para depois apresentarem o índio, o negro e a miscigenação. Nessa investida, também homenageia o Imperador D. Pedro I pela Independência, Isabel pela abolição, apontando, para o futuro, a criança nascida na Era de Aquário. Assim, o amanhã, mais uma vez, é projetado nas imagens do ontem. (Anexo 107) Essa recuperação de episódios pretéritos, culturais e históricos, para precipitar o futuro também foi instrumento de escrita do samba-enredo Sou tigre, sou Porto da Pedra, da pedra à Internet? Mensageiro da história da vida do leva e traz, da Porto da Pedra, 2004, afinal a voz daqueles autores era a das antigas civilizações, de navegadores, de escravizados. (Anexo 146)

4.4 – A LIBERDADE E OS INDÍGENAS Coincidindo numericamente com o tema da Independência, a questão indígena foi tratada por oito sambas-enredos nesse terceiro ciclo. A Imperatriz Leopoldinense, com o samba-enredo Catarina de Médicis na corte dos Tupinambôs e Tabajares, 1994, destaca os versos em homenagem aos indígenas “Sou índio, sou forte/ Sou filho da sorte, sou natural (e sou natural) / Sou guerreiro, sou luz da liberdade/ Carnaval". (Anexo 79) Com o seu Todo dia é dia de índio, a União da Ilha do Governador, 1995, trouxe à avenida uma composição em que a voz do autor se misturou, integrou-se, com a do personagem indígena em um momento festivo, de celebração nacionalista e carnavalizada, a partir da própria linguagem. É o que confirmam estes versos: Cantando eu vou! Ôôô vou buscando liberdade “Mim só qué brasilidade”! Me deixa qu’eu quero sambar. (Anexo 84)

A Acadêmicos do Salgueiro, 2001, investiu no tema indígena com o sambaenredo Salgueiro no mar de Xarayés, é pantanal, é carnaval (Anexo 116) “Heroicos Guaykuru/ Um galopar da liberdade/ Um dia o pantanal chorou... chorou... chorou/ E floresceu brasilidade”. De igual forma, naquele mesmo ano, a Unidos de Vila Santa Tereza reverenciou os povos indígenas em Palmares, a festa da liberdade, principalmente quando o autor se posicionou como o outro, nestes seguintes versos: 128


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ANEXOS – SAMBAS-ENREDOS

3hr
pages 201-278

4.13 – Considerações sobre este capítulo

11min
pages 170-176

CONSIDERAÇÕES FINAIS

6min
pages 177-181

REFERÊNCIAS

3min
pages 182-184

4.12.4 – África

1min
page 158

4.12.5 – A Escravidão

18min
pages 159-169

4.12.3 – Palmares

1min
page 157

4.12.2 – Zumbi e Outros Referentes Negros

4min
pages 155-156

4.11 – A Liberdade e as Significações Difusas

7min
pages 149-152

4.10 – A Liberdade, o Carnaval e Outras Artes

9min
pages 144-148

4.8 – Liberdade, Mitologia e Religiosidade

4min
pages 139-141

4.9 – A Liberdade e Outras Representações

3min
pages 142-143

4.6 – A Liberdade e os Países

3min
pages 134-135

4.7 – A Liberdade e o Povo

6min
pages 136-138

4.5 – A Liberdade, as Mulheres e os Direitos Feministas

4min
pages 131-133

4.4 – A Liberdade e os Indígenas

3min
pages 129-130

4.2 – A Liberdade de Expressão

3min
pages 123-125

4.3 – A Liberdade e a Independência

6min
pages 126-128

3.9 – Considerações Sobre Este Capítulo CAPÍTULO 4 – A PALAVRA LIBERDADE AO LONGO DA DEMOCRACIA

5min
pages 117-120

4.1 – Introdução ao Quatro Capítulo

2min
pages 121-122

3.7 – A Liberdade e as Significações Difusas

2min
pages 109-110

3.8 – A Liberdade e a Escravidão

10min
pages 111-116

3.6 – Liberdade e Independência

9min
pages 104-108

2.5 – Considerações Sobre Este Capítulo CAPÍTULO 3 – A PALAVRA LIBERDADE AO LONGO DA DITADURA

5min
pages 91-93

3.2.3 – Guararapes

2min
page 98

3.3 – Liberdade e República

3min
pages 100-101

3.2.4 – Indígenas

1min
page 99

2.4.5 – Chico Rei

2min
pages 89-90

3.5 – Liberdade e Carnaval

1min
page 103

3.4 – Liberdade e Povo

1min
page 102

3.1 – Introdução ao Terceiro Capítulo

2min
pages 95-96

2.4.4 – Preto Velho

1min
page 88

2.4.3 – Palmares

7min
pages 84-87

2.4.2 – Castro Alves

2min
page 83

2.2 – A Liberdade e a Segunda Guerra Mundial

5min
pages 75-78

2.3.2 – José Bonifácio

1min
page 81

1.4 – Considerações Sobre Este Capítulo

5min
pages 69-71

1.3.12 – Os Primeiros Sambas-Enredos

11min
pages 63-68

1.3.11 – Samba-Enredo

4min
pages 61-62

2.1 – Introdução ao Segundo Capítulo

3min
pages 73-74

1.3.10 – As Escolas De Samba

1min
page 60

1.3.7 – A Primeira Música do Carnaval

2min
pages 51-52

1.3.9 – O Samba

4min
pages 58-59

1.3.8 – Tia Ciata

7min
pages 53-57

1.3.5- A Praça Onze

4min
pages 44-46

1.3.6 – As Sociedades Carnavalescas

6min
pages 47-50

1.3.4 – Os Ranchos

3min
pages 42-43

1.2 – Origens e Significados do Carnaval

22min
pages 25-35

1.3.3 – Os Cordões

3min
pages 40-41

1.3.2 – O Zé Pereira

2min
pages 38-39

INTRODUÇÃO À TESE

12min
pages 14-21

1.1 – Introdução ao Primeiro Capítulo

3min
pages 23-24

ABSTRACT

1min
page 12

RESUMO

1min
page 11

RESUMEN

1min
page 13
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