2.1 – INTRODUÇÃO AO SEGUNDO CAPÍTULO Os 232 sambas-enredos analisados neste trabalho, que são apresentados a partir deste e dos próximos capítulos, foram, quase que totalmente, resultado de uma produção coletiva. A palavra liberdade foi empregada de formas variadas, em diferentes contextos, sendo atribuída a distintos sujeitos e eventos. Para chegarmos a esse número, inicialmente, selecionamos os sambas-enredos que se aplicavam a derivações desse vocábulo, a exemplo dos adjetivos livre, liberto e liberal; do advérbio livremente; do substantivo libertação e dos verbos libertar e liberar. Depois de analisar todo o material, optamos por apenas considerar aquele substantivo formado por nove letras. Dessa forma, não desconsideramos os outros sentidos sobre o próprio desdobramento da palavra liberdade, desde que ela aparecesse, como base, de forma explícita, no samba/ texto analisado. Foi assim que totalizamos 232 composições9, e é importante ressaltar, com convicção, a possibilidade da existência de outros sambas-enredos em que a palavra liberdade foi empregada, mas que não foram encontrados por nós, especialmente aquelas produções do século passado, perdidas nos registros ou presentes nos arquivos das Escolas de Samba, ainda não publicadas em seus sites ou nos de músicas, ou mesmo de fácil acesso, mas que foram despercebidas por nós, ou que tenham escapado de nosso olhar possivelmente vacilante em determinadas leituras. Evidentemente, com o surgimento de novas Escolas de Samba e de grupos de desfile, aumentaram-se as produções escritas. Ressalta-se que a análise estatística deve ser feita com cautela, pois o número de sambas-enredos reunidos em cada ciclo é diferente. No primeiro ciclo, de 1943-1964, foram coletados 10 sambas-enredos; no segundo ciclo, de 1965-1985, 27; e, no terceiro ciclo, de 1986-2013, 192. Assim, totalizamos os sambas-enredos em que ocorre o emprego da palavra liberdade, coincidentemente, escritos por 70 Escolas de Samba e equivalentes a 70 anos de investigação. Após a leitura de cada texto, procuramos localizar na escrita o referente da palavra assinalada. Em muitos sambas-enredos ele fica explícito, mas nem sempre há uma certeza, uma precisão. Isso esclarecido, reconhecemos certas indefinições e recorremos ao que se convencionou chamar “margem de erro”, estatisticamente considerando, no
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No anexo deste trabalho estão, em ordem temporal, todos os sambas-enredos estudados. Para facilitar a localização da palavra liberdade, optamos por destacá-la em negrito.
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