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Cross border: o MVP da sua internacionalização Por Rafa Forte, Presidente da VTEX Brasil
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ivemos em um país continental, com mais de 210 milhões de habitantes, cercado por vizinhos que falam um outro idioma e que têm uma cultura muito diferente da nossa. Com isso, nosso varejo cresceu com um mindset de que era preciso primeiro aproveitar as oportunidades dentro do nosso país, para só depois olhar para o mercado internacional. Isso cria situações bizarras, como varejistas da região Sul tentando adequar produtos, serviços e estrutura tributária para vender para a região Nordeste, quando poderia ser mais simples, barato e lucrativo vender seus produtos para nossos vizinhos do Mercosul. Esse mindset não é privilégio nosso: o varejo americano também se desenvolveu olhando para dentro. Lá, gigantes entre
os dez maiores varejistas mundiais não se atrevem a colocar o pé para fora do Tio Sam, o que limita suas oportunidades. Normalmente, empresas de países pequenos já nascem com um olhar para o exterior, pois só assim conseguem ganhar escala. É o caso dos varejistas chilenos ou das startups de Israel. Uma imensa exceção a essa regra é a China. Sua vocação comercial e sua cultura milenar fazem com que há muito tempo o país esteja aberto às oportunidades existentes em todo o mundo. No ecommerce, o cross border chinês é uma potência: o AliExpress está entre os sites mais acessados no mundo e atualmente 60% das vendas online dentro da China são de produtos importados, vendidos principalmente no Tmall.
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