Viste a lua cheia, mas agora ela mudou. Mesmo assim ainda é a lua... — Shakespeare, Love's Labour's Lost, V, II
Lúcio Apuleio, escritor romano do século II d.C, deixou-nos um romance de fantasia peculiar e exótico intitulado O Asno de Ouro. Apesar de, naquela época, o cristianismo estar rapidamente dominando o império romano, Apuleio continuou a ser um pagão incorrigível. Seu romance contém uma adorável invocação à Lua: ...tu que vagas por muitos lugares sagrados e és objeto de tantos ritos diferentes — tu, cuja luz feminil ilumina os muros de todas as cidades, cuja radiância nebulosa embala as bem-aventuradas sementes sob o solo, tu que controlas o curso do Sole o próprio poder de seus raios — eu te imploro, por todos os teus nomes, todos os teus aspectos, todas as cerimônias em que condescendes em ser invocada... dá-me repouso e paz...48
48. Apuleio, Lúcio, The Golden Ass, trad. por Robert Graves, Hannondsworth, Penguin Books, 1972, pp. 226-7.