LiteraLivre Vl. 4 - nº 24 – Nov./Dez. de 2020
Rosimeire Leal da Motta Piredda Vila Velha/ES
Poesias do cair da tarde (Meu pai partiu desta vida no fim da tarde e nunca mais o encontrei ao amanhecer.)
Escrevo porque minha voz calou-se no peito. Traço estas linhas com lágrimas. O meu olhar, vermelho de chorar, expressa o vazio. São rabiscos, tentativas de explicar a dor da saudade. Persigo os rastros dos meus entes queridos, seguindo suas pegadas deixadas em minha memória. São letras borradas pela tristeza. O passado, carcereiro cruel, trancou a porta do tempo. Meu semblante: versos jamais escritos, espelho nítido do meu coração! São poesias do cair da tarde: à noite, vestida de luto, declarando o fim da existência, que escorrem dos meus olhos. Fragrância de partida, chuva fininha ao entardecer, que, gota a gota, umedecem esta folha de papel. ___________________________________________________________ Esta poesia faz parte do livro: • Livro "O Cair da Tarde" Editora CBJE - Rio de Janeiro - Brasil - Julho/ 2012
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