LiteraLivre Vl. 4 - nº 24 – Nov./Dez. de 2020
Teresa Azevedo Campinas/SP
Dançava, hoje não mais Houve um tempo que minha mente me via sempre dançando. Eram diferentes coreografias que se modificavam Dependendo do que eu estava fazendo, falando ou ouvindo… Parecia viver em dois mundos, um real e participante do agora e Outro que vivia em eterna audição rodopiando conclusões obscuras Indeléveis sentimentos de que o acaso me era propício e inspirador. Eu, a única plateia de meus devaneios ardia em loucura. Plena da leveza dos pássaros, Precisa como um relógio britânico, Constante como o amor eterno, Suave ou em choque de ritmos alternados. Perderam-se as danças no tempo e quando percebi Saí do palco e para ele não mais retornei. Não sei se minhas pernas enrijeceram com os anos Ou se a loucura impetuosa abandonou-me… Sonho em voltar ao salão de baile ou ao palco da imaginação Quem sabe não o faça em meu mundo real. Talvez, ainda que não rodopie com a mesma avidez, Mas ainda assim como bailarina do meu destino.
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