LiteraLivre Vl. 4 - nº 24 – Nov./Dez. de 2020
Valéria Barbosa Anil – Rio de Janeiro/RJ
Dia de Festa Jogou as tranças. Uma, depois a outra... Que virou uma escada a deslizar do firmamento pra Ibeijada vir do orum pro ayê, na alegria do brincar de vento. Balançar em nuvem fofa qual travesseiro de algodão. Descer do céu devagarinho até tocar os pés no chão. E numa grama verdinha cheia de flores coloridas pousar ser mais uma Margarida, Jasmim, Rosa ou Cravo. É o axé da criançada a enfeitar todo lago. Depois na grama verdinha conversar com joaninha, grilo, minhoca e abelha e se lambuzar no manjar. Dar um pedaço de bolo, de cocada ou de uma pera, para um menino lá de longe que olha a brincadeira. Chamem mais um menino! Venha brincar com Ibejada! Corre pra cá, de risadas, limpe a boca melada. Olhem adiante o mar, vamos correr na areia? Molhar os nossos pés, provar a água com Sal? Jogue as tranças Mariazinha, temos que retornar. Vó Câmbinda está chamando, Pai Miguel vem nos buscar! Deixem tudo arrumadinho! Tchau! Dona Iemanjá.
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