LiteraLivre Vl. 4 - nº 24 – Nov./Dez. de 2020
Alexandre Firmo dos Santos Aracaju/SE
A vida que levo Ao chegar em casa Rodrigo decide repousar um pouco depois de um longo dia de trabalho, no qual teve que enfrentar a mesma rotina de sempre – pilhas e mais pilhas de papéis depositados em sua mesa –, porém tudo isso faz parte do seu ganha-pão. Além do mais, convive constantemente com colegas de trabalho que mais parecem um comboio de puxa-saco do patrão, na verdade, ele pouco interage com estes fingidos preferindo ficar no seu canto cumprindo as ordens que lhes são dadas. Certa feita, ele se pegou pensando em como seria se ao menos, por um momento, pudesse viver em um ambiente totalmente favorável as suas escolhas, para tal imaginou uma série de acontecimentos em que presenciou coisas boas e ruins. Então, logo percebeu que sentia saudade do tempo que passou como também sentia saudade de todos os tempos que vivera até aquele instante de reflexão. Rodrigo se dizia uma pessoa lembradiça até das ocorrências ruins de sua vida, pois, para ele, pôde aprender algo mesmo em meio as várias adversidades que tentaram impor contornos não desejosos em sua vivência. Nesse instante em que refletia sobre sua vida, pensou o quanto ele se sujeitou às ordenanças alheias, sem sequer se perguntar se era isso o que realmente queria viver ou se esta vida que levava supria as lacunas deixadas pela sua inoperância diante das escolhas a serem feitas por ele e mais ninguém. Portanto, Rodrigo deixou triunfar as ações tácitas, nas quais preferiu ser um homem serviçal a ser um alguém autêntico. Enquanto imaginava, ouviu ao longe ressoar um som comum em que já lhe era familiar – era o seu alarme tinindo, quando Rodrigo se deu conta já tinha se acordado daquele devaneio e precisava se preparar para mais um dia de trabalho.
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