BRASILEIRO
ESTRONDO DAS ÁGUAS Como um trovão que já nasce quente, Como uma alma emergente, Como boca que devora, que deságua, Tu és água, tu és água, Açoite complacente com teu rio, Penetrante entrevero de extravio, Violenta placidez de um autocídio, Teu mar já não aguenta disposto frívolo, Vem te abrigar em teu sustento, Pois não pode suportar tanto dissenso, Da natureza que agoniza em teu ciclo, Enquanto o homem vive no seu meretrício, Tem biólogo correndo que nem louco, Na Amazônia todos são meros calouros, Surfista vem posar de equilibrista, Não dá moral para este povo narcisista, Não é só o indígena que te vê da oca, Pela internet, todos assistem agora, Corre matreira e liberta, minha valente pororoca.
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