BRASILEIRO
GAIA Teu destempero não é só calor, Clama que eu clame o teu clamor. Faça que eu sofra a tua punição, Não me deixe sem uma dura lição. Judio da tua carne sem piedade, Sufoco teu ar com minha existência, Uso toda minha perversidade, No abuso de tua paciência. Em meu objetivo de verdade, Não há suficiência, Não há sobriedade, Só existe inconsequência. Sou duro, sou mau, sou tirano, No trato da tua essência. Subterfúgios diversos, Sequestram o meu dia a dia. Enveneno teus lagos, rios e mares, Com meus detritos insofreáveis. Tua água me serve, Como caminhos de esgoto. Teu solo transformo, Em tremedal de lodo. Teu verde eu queimo, Transformo em cinzas. 111