BRASILEIRO
ÁGUA ARDENTE Minha girgolina feiticeira, Água-bruta do meu desatino, Guampa maldita e desalmada, Imaculada maria-branca monjopina. Engasga-gato do pobre cachorro-homem, Bagaceira, boresca e caiana, Calibrina cândida, minha cotreia, Aninha, dona-branca, moça-branca, Minha jura, não-sei-quê. Meu elixir, minha gramática, meu espírito, Patrícia perigosa, meu porongo, minha piloia, Pura, purinha, quebra-goela do reservado, Quebra-munheca do mal-amado, Remédio retrós de sete-virtudes. Três-martelos que castigam meu pensamento, Capote-de-pobre, meu cobertor de alegria, Assovio-de-cobra, viperina e venenosa, Águas-de-setembro que correm o ano todo, Arrebenta-peito que na tristeza é meu-consolo.
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